Situação Epidemiológica
Foram registradas, nas últimas décadas, diversas reemergências do vírus da febre amarela (FA) na região extra-Amazônica. A última, iniciada em 2014, gerou efeitos observados até o presente, e resultou no maior surto do último século, com ampla área afetada e extenso período de transmissão, estendendo-se até os tempos atuais. A transmissão expandiu do Centro-Oeste ao extremo leste brasileiro, incluindo áreas onde o vírus não era registrado há décadas e, portanto, sem recomendação de vacinação. A transmissão impulsionou a expansão da área com recomendação de vacinação para todo o País. No surto recente, milhares de casos e óbitos ocorreram, com importante impacto sobre a saúde pública e sobre a biodiversidade de primatas neotropicais, incluindo espécies ameaçadas, endêmicas de áreas afetadas. As espécies de primatas mais afetadas foram do gênero Callithrix, embora as do gênero Alouatta tenham apresentado maior taxa de detecção laboratorial da FA. Entre os casos humanos, foi maior a frequência do gênero masculino, e a letalidade foi mais elevada nas faixas etárias de maior idade.