A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, e são vítimas da doença assim como o ser humano, que, nesse ciclo, apresenta-se como hospedeiro acidental.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não-humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado/notificado, em até 24 horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, email, etc). Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde.
Importante: No Brasil o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Complicações
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver alguns sintomas, como:
- febre alta;
- icterícia;
- hemorragia;
- eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Importante: Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Eventos Pós-Vacinação
Os eventos adversos são possíveis reações após a vacinação da febre amarela. Os mais comuns relatados segundo estudos são: reações de hipersensibilidade, e as manifestações da própria doença com o desenvolvimento dos sinais e sintomas observados. A ocorrência de morte em até 30 dias após a vacinação deve ser investigada para confirmação se foi ou não relacionada ao uso da vacina.
Todo evento adverso deve ser investigado e tratado da mesma forma que os casos suspeitos de Febre Amarela. Se qualquer pessoa vacinada desenvolver os sinais e sintomas comuns para doença em até 15 dias após a vacinação, deve rapidamente procurar o serviço de saúde mais próximo para atendimento. Para mais detalhes consulte a página de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização.
Não deve se vacinar
- Crianças menores de 9 meses de idade.
- Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade.
- Pessoas com alergia grave ao ovo.
- Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350.
- Pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia.
- Pessoas portadoras de doenças autoimunes.
- Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo)
Doação de Sangue
Após 28 dias da vacina, as doações de sangue podem ser realizadas. Sugere-se que antes de tomar a vacina as pessoas procurem um hemocentro ou serviço de coleta para doação, evitando que haja desabastecimento dos estoques de bolsas de sangue.
Diagnóstico
No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica adequada. O profissional fará os exames necessários para diagnosticar a doença, assim como sua gravidade, para escolher a melhor forma de tratamento.
Tratamento
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos solicitados devem ser evitados (AAS/ Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.
Orientações
A vigilância da febre amarela no Brasil atua visando detectar precocemente a circulação viral, preferencialmente, ainda no ciclo enzoótico, para aplicação oportuna das medidas de prevenção e controle; reduzir o risco de transmissão da febre amarela silvestre para a população humana e reduzir o risco da transmissão urbana no País.
Deste modo, se faz necessário atuar de forma articulada com diferentes frentes, como vigilância de casos humanos, vigilância entomológica (vetores urbanos e silvestres), vigilância ambiental e ações de informação, de educação e de comunicação.
Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar eventos suspeitos ao MS, pelo meio mais rápido: arboviroses@saude.gov.br; ou notifica@saude.gov.br; e/ou telefone (61) 3315-3081.