Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP)
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP - tríplice bacteriana infantil), é uma composição combinada que previne contra três doenças: difteria, tétano e coqueluche, doenças graves que se configuram como importantes problemas de saúde pública, uma vez que ainda são causas de morbimortalidade infantil, ainda que sejam imunopreveníveis e com disponibilidade de vacinas no Sistema Único de Saúde - SUS;
A vacina DTP disponibilizada nos serviços do SUS é importada, adquirida pelo Brasil via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, uma vez que não existe laboratório produtor no país para este imunobiológico. O Programa Nacional de Imunizações-PNI, do Ministério da Saúde, oferta a vacina DTP na rotina do Calendário Nacional de Vacinação, como dose de reforço, em continuidade ao esquema primário realizado com a vacina penta (aos dois, quatro e seis meses de vida do bebê).
As crianças devem tomar duas doses da vacina: aos quinze meses e aos quatro anos de vida.
Público Alvo
A vacina DTP é recomendada para crianças de 1 (ano) a menores de 07 anos de idade (6 anos, 11 meses e 29 dias). No Calendário Nacional de Vacinação da Criança está indicada em um esquema de 02 (duas doses) de reforço: o 1º (primeiro) reforço deve ser administrado aos 15 meses de vida, em um intervalo recomendado de 09 (nove) meses após a administração da 3ª (terceira) dose da vacina penta (recomendada para o 6º (sexto) mês de vida do bebê); o 2º (segundo) reforço da vacina DTP deve ser administrado aos 4 (quatro) anos de idade, em um intervalo recomendado de 03 (três) anos após a 1ª dose de reforço (15 meses).
A continuidade da vacinação contra difteria e tétano para indivíduos com 7 anos ou mais, é realizada com a vacina adsorvida difteria e tétano (dT ou dupla bacteriana). A recomendação é iniciar ou completar 3 doses, de acordo com situação vacinal da vacinação com a penta e com a DTP. Ainda, deve ser administrada uma dose de reforço a cada 10 anos ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves, conforme pode ser conferido no Calendário Nacional de Vacinação da Criança.
Particularidades para uso da vacina DTP na rotina do SUS:
Crianças a partir de 15 meses e menor de 7 (sete) anos de idade, sem dose de reforço: administrar o 1º reforço, e agendar o 2º reforço. Atentar para o intervalo de 6 (seis) meses entre os reforços.
Criança com 6 (seis) anos sem nenhuma dose de reforço, administrar o 1º reforço. Na impossibilidade de manter o intervalo de 6 (seis) meses entre as doses de reforços, agendar dT para 10 anos após esse primeiro reforço. Neste caso, estas crianças ficam liberadas do segundo reforço da DTP.
Na indisponibilidade da vacina DTP, como reforço administrar a vacina penta. A vacina DTP é administrada por via intramuscular. Cada dose é composta por um volume de 0,5 ml. Para mais informações sobre a vacina, conferir a Instrução Normativa que instrui o Calendário Nacional de Vacinação – 2023.
Importante: sempre seguir o Calendário Nacional de Vacinação. Ao todo, são disponibilizadas 19 vacinas contra mais de 20 doenças imunopreveníveis, para todas as faixas etárias.
Reações
A vacina DTP disponibilizada no SUS é segura, com raros eventos adversos graves associados. Os eventos adversos, geralmente, ocorrem entre as primeiras 48 a 72 horas após a aplicação, sendo o componente pertússis o principal responsável por essas reações indesejáveis. Em sua maioria são eventos leves, de resolução espontânea e desprovidos de complicações maiores ou sequelas, não constituindo contraindicações para a administração de doses subsequentes (novas doses) da vacina.
Importante: As principais reações que podem ocorrer são febre, irritabilidade e dores locais à aplicação.
Cuidados
- De modo geral, em caso de febre média ou alta: é recomendado adiar a vacinação até a melhora do quadro para não se atribuir à vacina as manifestações (sinais e sintomas) apresentados.
- Febre baixa a moderada é frequente, podendo ocorrer em até metade dos casos, principalmente na primeira dose e nas primeiras 24h (habitualmente entre 3h e 12h) depois da administração da vacina DTP no esquema primário. Febre alta pode ocorrer, embora eventualmente.
- Crianças com febre alta, com duração de mais de 24h ou que se inicia após as primeiras 24h da vacinação, devem ser avaliadas cuidadosamente pela possibilidade de infecção não relacionada à vacina.
Quem não pode tomar
- Crianças com 7 anos ou mais de idade.
- Após reações em dose anterior, como:
- reações alérgicas a algum dos componentes da vacina;
- moleza e palidez (episódio hipotônico-hiporresponsivo) nas primeiras 48 horas;
- convulsões nas primeiras 72 horas; e
- encefalopatia aguda nos primeiros sete dias após a vacinação.
Nas situações acima, as Unidades Básicas de Saúde - UBS devem encaminhar a criança ao Centro de Imunobiológico Especial-CRIE ou solicitar ao município o imunobiológico especial para continuidade do esquema.
As condições clínicas especiais referentes ao uso da vacina DTP podem ser conferidas no Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, 6ª edição.
Observações
O PNI realiza o monitoramento dos eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI) de todas as vacinas oferecidas pelo Programa, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, com a finalidade de subsidiar a adoção de medidas de segurança oportunas que assegurem a melhor relação benefício-risco para a população vacinada.
ESAVI são qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, não possuindo necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos). Um ESAVI pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional, isto é, sintoma, doença ou achado laboratorial anormal.
Os ESAVI ocorridos com as vacinas ofertadas pelo PNI devem ser reportados diretamente ao Programa por qualquer profissional de saúde que venha a ter ciência do caso, para isto existe a necessidade de um cadastro prévio por meio da plataforma gov.br. Posteriormente, esses dados são repassados a Anvisa pelo PNI. O sistema de informação utilizado pelo Programa Nacional de Imunizações para o monitoramento de eventos pós-vacinação é o e-SUS notifica.
Maiores informações sobre os eventos relacionados à vacina DTP, os cuidados para sua administração e as contraindicações podem ser conferidas no Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, 4ª edição atualizada.