Situação Epidemiológica
Os primeiros casos da doença de Haff foram relatados em 1924 na região litorânea de Konigsberg Haff, próximo à costa do Mar Báltico na Prússia Oriental. Desde então, casos e surtos similares têm sido descritos nos estados bálticos, na Rússia e na Suécia. Nos EUA, os primeiros registros foram no Texas, em 1984. Além desses, 13 casos da doença foram notificados no Japão (1999 - 2008) e, após os primeiros registros em 2000, tem se observado um aumento gradual de casos identificados na China. De acordo com dados disponibilizados na literatura, há o relato de consumo de diversas espécies de pescados nas 24 horas anteriores ao início dos sinais e sintomas.
No Brasil, casos compatíveis com a doença são descritos na literatura desde o ano de 2008. Inicialmente no estado do Amazonas, no qual há relato de 27 pessoas que adoeceram após o consumo de pacu (do gênero Mylossoma), tambaqui (Colossoma macropomum) e/ou pirapitinga (Piaractus brachypomus). Na Bahia, em 2016 e 2017, houve o relato de 15 casos da doença de Haff, com histórico de consumo de peixe das espécies olho de boi (Seriola spp.) e badejo (Mycteroperca spp), e em 2020, 40 casos compatíveis com a doença. No estado de São Paulo, em 2018, houve um relato de um casal que consumiu o pescado olho de boi (Seriola spp) e que apresentou quadro compatível com a doença de Haff. Além desses, houve ainda a ocorrência de rumores de outros casos compatíveis com a doença em estados pertencentes às regiões Norte, Nordeste e Sudeste, embora não haja estudos publicados, nem notificação oficial de todos os casos.
O monitoramento de casos compatíveis com a doença de Haff passou a ser realizado de forma sistemática a partir do ano de 2021.”