É uma doença transmissível e causada por bactéria (Corynebacterium diphtheriae) que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A presença de placas na cor branco-acinzentada nas amígdalas e partes próximas é o principal sintoma da difteria. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar. Em casos mais graves, porém raros, podem aparecer inchaços no pescoço e gânglios linfáticos. A principal forma de prevenção é por meio da vacina Penta.
Importante: Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal forma de prevenir a difteria.
A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar todas as pessoas que não são vacinadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Acontece com mais frequência nos meses frios e secos (outono e inverno), quando é mais comum a ocorrência de infecções respiratórias, principalmente devido à aglomeração em ambientes fechados, que facilitam a transmissão da bactéria. A doença ocorre com maior frequência em áreas com precárias condições socioeconômicas, onde a aglomeração de pessoas é maior e onde se registram baixas coberturas vacinais. Os casos são raros quando as coberturas vacinais atingem patamares de 80%.
Causa e transmissão
A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se hospeda na própria pessoa doente ou no portador, ou seja, aquele que tem a bactéria no organismo e não apresenta sintomas. A via respiratória e a pele são os locais preferidos da bactéria. A transmissão da difteria ocorre basicamente por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele, ou seja, a bactéria da difteria é transmitida pelo contato direto da pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por objetos capazes de absorver e transportar micro-organismos, como a bactéria causadora da difteria. O período de incubação da difteria, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde a infecção da pessoa, é, em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Já o período de transmissibilidade da doença dura, em média, até 2 semanas após o início dos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico da difteria é clínico, após análise detalhada dos sintomas e características típicas da doença por um profissional de saúde. Para confirmação do diagnóstico, o médico deverá solicitar coleta de secreção de nasofaringe para cultura. Em casos de suspeita de difteria cutânea (na pele), devem ser coletadas amostras das lesões da pele.
Diferencial
O diagnóstico diferencial da difteria deverá ser feito com as doenças descritas a seguir, que podem apresentar sintomas parecidos.
- Difteria cutânea – impetigo, ectima, eczema, úlceras;
- Difteria nasal – rinite estreptocócica, rinite sifilítica, corpo estranho nasal;
- Difteria amigdaliana ou faríngea – amigdalite estreptocócica, angina monocítica, angina de Plaut Vicent, agranulocitose;
- Difteria laríngea – crupe viral, laringite estridulosa, epiglotite aguda, inalação de corpo estranho.
Laboratorial
Realizado mediante a identificação e isolamento do C. diphtheriae por meio de cultura de material, coletado com técnica adequada, das lesões existentes (ulcerações, criptas das amígdalas), exsudatos de orofaringe e de nasofaringe, que são as localizações mais comuns, ou de outras lesões cutâneas, conjuntivas, genitália externa, etc., mesmo sem as provas de toxigenicidade.
Sintomas
Os principais sintomas da difteria, que surgem geralmente após seis dias da infecção, são:
- Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras estruturas da gargante;
- Dor de garganta discreta;
- Glânglios inchados (linfonodos aumentados) no pescoço;
- Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves;
- Palidez;
- Febre não muito elevada;
- Mal-estar geral.
Importante: Algumas pessoas podem apresentar sintomas leves ou até mesmo não ter nenhum tipo de sinal da doença.
Fatores de risco
A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar todas as pessoas não protegidas pela vacinação de qualquer idade, raça ou sexo. Algumas situações aumentam os fatores de risco tais como:
- Crianças e adultos que não receberam a vacina;
- Pessoas que vivem em condições de superlotação ou insalubres;
- Pessoas que viajam para uma região onde a difteria é endêmica.
Tratamento
O tratamento da difteria é feito com o soro antidiftérico (SAD), que deve ser ministrado em unidade hospitalar. A finalidade do tratamento é inativar a toxina da bactéria o mais rapidamente possível. O uso do antibiótico é considerado como medida auxiliar do tratamento, ajudando a interromper o avanço da doença.
Complicações:
A difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar algumas complicações, como:
- Insuficiência respiratória;
- Problemas cardíacos;
- Problemas neurológicos;
- Insuficiência dos rins.
Por isso, no surgimento de qualquer sinal, é fundamental procurar ajuda médica para iniciar o tratamento o mais breve possível. A difteria é uma doença grave que pode levar à morte.
Prevenção: A vacinação é o principal meio de controle e prevenção da difteria. É preciso manter o esquema vacinal de crianças, adolescentes e adultos sempre atualizado.