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A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos. O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
Os principais sintomas da dengue são:
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele.
Fique atento aos sinais e sintomas da dengue.
Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito.
Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por:
A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.
Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma. O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido pelo extravasamento. Ocorre habitualmente entre o 4º e o 5º dia – no intervalo de 3 a 7 dias de doença –, sendo geralmente precedido por sinais de alarme.
Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao homem principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo urbano humano–vetor–humano. Os relatos de transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e transfusional são raros.
Para o diagnóstico laboratorial da infecção aguda pelo DENV, podem ser realizados os exames descritos a seguir:
Métodos indiretos
Pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ensaio imunoenzimático – ELISA)
Teste de neutralização por redução de placas (PRNT);
Inibição da hemaglutinação (IH);
Pesquisa de antígeno NS1 (ensaio imunoenzimático – ELISA);
Patologia: estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ).
Exames inespecíficos
O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade.
Para informações complementares a respeito de exames específicos e inespecíficos da doença, acesse o Guia de Vigilância (2021).
O controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika).
Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti.
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.
Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:
O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque pode ser infectado com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o indivíduo para a ter imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda susceptível aos demais.
Sim. O Ministério da Saúde incorporou em janeiro de 2024 a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
A vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação, em 2024, será focada em público e regiões prioritárias.
As três arboviroses podem apresentar febre sendo:
Rash cutâneo (lesão avermelhada arredondada)
Mialgia (dor muscular)
Artralgia (dor nas articulações)
Intensidade da dor articular
Edema da articulação
Cefaleia
Leucopenia
Por meio de exame de sorologia reagente para IGG.
A expansão da estratégia de vacinação contra a dengue no país será gradativa, à medida que novas doses da vacina sejam disponibilizadas pelo fabricante ao Ministério da Saúde.
Nesse momento, a estratégia inicial para a vacinação contra a dengue contemplará indivíduos na faixa etária de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país.
O Ministério da Saúde comprou o quantitativo total de doses disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), pelo fabricante, neste primeiro momento.
Para 2024, foram encomendadas 5,2 milhões de doses e para 2025, mais 9 milhões de doses. Neste ano, ao todo, o Brasil receberá 6,5 milhões de doses da vacina, sendo 1,3 milhão de doação pelo laboratório fornecedor e 5,2 milhões compradas pelo Ministério da Saúde. A distribuição das doses deverá ser escalonada ao longo do ano, conforme o cronograma de entregas da empresa. Com esse quantitativo total, a expectativa é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas, uma vez que o esquema da vacina compreende duas doses por indivíduo.
A vacinação será destinada ao público de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país e conforme decisão pactuada com estados e municípios em Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Não. A vacinação terá como ponto de partida as Regiões de Saúde com municípios de grande porte, com alta transmissão nos últimos 10 anos (população residente igual ou maior do que 100 mil habitantes).
A lista das regiões/municípios foi pactuada em Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o país.
Os territórios que irão receber as doses da vacina contra a dengue foram definidos por meio do cenário epidemiológico específico, considerando os municípios com elevado contingente populacional (acima de 100 mil habitantes) e pela taxa de incidência anual média em 10 anos. Dito isso os municípios irão receber o quantitativo para atender a população alvo (10 a 14 anos de idade) da vacina.
A previsão é que a vacinação do público-alvo inicie no mês de fevereiro.
A eficácia da vacina em crianças e adolescentes foi comprovada contra DENV-1 (69,8%), DENV-2 (95,1%) e DENV-3 (48,9%). No entanto, a avaliação da eficácia contra DENV-4 foi inconclusiva devido à quantidade limitada de casos durante o estudo. Para adultos, foram avaliados apenas imunogenicidade e segurança da vacina.
Não, a vacina adquirida pelo Ministério da Saúde não oferece proteção contra outras arboviroses. Sua eficácia é exclusiva para a prevenção da dengue.
Em relação às hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente (DCV), a eficácia da vacina aponta 84,1% de proteção geral contra a doença, sendo de 85,9% entre soropositivos e 79,3% para os soronegativos.
A vacina apresenta um esquema de duas doses, com intervalo mínimo de três meses entre 1ª e 2ª dose.
Não há dados, até o momento, que indiquem a necessidade de dose de reforço. Os estudos continuam em andamento para responder a essa questão. O acompanhamento de 4,5 anos até agora, considerando a data da administração da 2ª dose, não demonstrou a necessidade de reforço durante esse período.
Sim. A vacina é indicada para proteção contra o vírus da dengue em crianças, adolescentes e adultos de 4 a 60 anos de idade, independentemente de infecção prévia (soropositivos e soronegativos).
Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para a administração da vacina de dengue.
Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para a administração vacina. Assim, tal recomendação também se aplica para os casos de dengue que ocorreram após a 1ª dose do imunizante.
Ressalta-se que, considerando o intervalo sugerido, não haverá comprometimento da resposta imunológica para a complementação do esquema. Não sendo, portanto, necessário reiniciar o esquema.
O combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti é a principal forma de proteção individual e em grupo. Portanto, mesmo com a oferta da vacina, que será destinada a um público específico, é importante que toda a população, juntamente, com os gestores públicos, fortaleça as ações de vigilância para reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros.
Entre as medidas estão:
Até o momento, sabemos que os estudos clínicos sobre a vacina apresentaram eficácia de 84,1% de proteção geral contra a doença e não houve sinais de alarme para questões associadas a segurança. Todavia, a vacina está sob análise contínua no período inicial de implementação para averiguar se há algum risco maior na sua utilização na população.
Entre as reações sistêmicas, cefaleia foi o evento mais comum, seguido por dor, fadiga e cansaço físico. As reações raras incluíram irritabilidade (em crianças), sonolência, perda de apetite e febre. Assim como para as manifestações locais, as reações sistêmicas tendem a ser mais frequentes após a primeira dose, começando no dia da injeção ou na data subsequente.
O esquema vacinal da vacina dengue (atenuada) é composto por duas doses. Um estudo de fase III demonstrou que a administração de duas doses da vacina permitiu uma eficácia vacinal de 80,2% na população de estudo após 12 meses da segunda dose e diminuição significativa de hospitalização em 90,4%, 18 meses após a segunda dose.
A administração de uma única dose, pode não ser suficiente para produzir resposta imunológica contra a doença e isto foi observado em estudo anterior de fase II. Portanto, recomenda-se que o ciclo vacinal com duas doses seja concluído respeitando o intervalo mínimo de 3 meses entre elas.
Não há informações suficientes para afirmar que uma dose de reforço não será necessária. Estudos adicionais estão sendo realizados pela produtora já que se observou uma redução da eficácia para dengue confirmada laboratorialmente ao longo do tempo. A eficácia contra hospitalizações por dengue se manteve praticamente estável temporalmente.
A vacina dengue (atenuada) deve ser administrada preferencialmente face posterior do braço, na região triciptal. Até o momento, não há contraindicações ao uso da vacina em outro sítio anatômico; portanto, a administração subcutânea em outro local comumente utilizado em estratégias de vacinação (regiões do ventro glúteo/vasto lateral da coxa/dorso glúteo) pode ser considerada aceitável para fins de imunização.
A via subcutânea é a via indicada para a administração da vacina dengue (atenuada) e deve-se evitar utilizar outra via, pois não há estudos estabelecendo segurança e efetividade da vacina nas vias intravascular, intradérmica ou intramuscular. Apesar disso, em situações em que a vacina seja administrada em via incorreta, a dose deverá ser considerada válida, não sendo necessário repetir a dose.
O intervalo entre as doses recomendada pelo PNI e pelo fabricante é de 3 meses. Este período foi definido por base em estudos de fase II e III que demonstraram segurança e efetividade da vacina para a faixa etária indicada.
Sabe-se que a avaliação do esquema com o intervalo de 12 meses, também demonstrou incremento significativo em relação à média geométrica de títulos de anticorpos após a segunda dose; porém, não há dados de eficácia com este intervalo. Sendo assim, deve-se respeitar o intervalo entre as doses para que se possa garantir a resposta imunológica adequada contra a doença.
Porém, caso o intervalo seja superior ao indicado não se faz necessária nenhuma outra dose, entretanto, se este intervalo for inferior ao indicado recomenda-se a administração de nova dose respeitando o intervalo mínimo de 3 meses entre a primeira e segunda dose e de 30 dias entre a nova dose e a dose administrada em intervalo inadequado.
Não. A notificação do erro de imunização nesta condição não é necessária.
A vacinação está recomendada ao público de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país e conforme decisão pactuada com estados e municípios em Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Sim. Nesta situação, deve-se dar atenção a duas situações:
1 - A administração da vacina em faixa etária inferior a indicada em bula deve ser considerada inválida para fins de imunização e uma nova dose deverá ser administrada respeitando o intervalo mínimo de 3 meses entre essa dose e a primeira dose e de 30 dias entre a nova dose e a 2ª dose administrada em intervalo inadequado.
2 - A administração da vacina em faixa etária superior a indicada em bula deve ser considerada dose válida para fins de imunização.
Considerando a possibilidade de inefetividade da vacinação com uma dose, que pode resultar no aumento potencial do risco de doença exacerbada dependente de anticorpos (ADE) na ocorrência de uma infecção subsequente pelo vírus dengue, recomenda-se completar o esquema vacinal das pessoas vacinadas inadvertidamente. Esta situação está indicada também para maiores de 60 anos.
Não. Como a vacinação em rede privada não faz parte da estratégia adotada pelo PNI, a vacinação de pessoas entre 4 a 59 anos de idade não é um erro programático, já que está de acordo com a bula nacional do produto. Caso a administração seja realizada fora da faixa etária recomendada em bula, deve-se considerar um erro de imunização e deve ser notificada no e-SUS notifica. Esta situação deve ser evitada.
A vacinação nessa situação não é considerada erro de imunização.
Sim, porém, não se faz necessária a avaliação de causalidade para erros de imunização. Contudo, os eventos supostamente atribuíveis a vacinação e imunização (ESAVI) decorrentes de erros de imunização devem ser investigados e avaliados quanto à sua causalidade, independentemente da pessoa ter sido vacinada em serviço público ou privado. As coordenações de imunização devem, a partir da análise dos erros de imunização notificados, recomendar, planejar e/ou executar ações de educação em serviço baseadas nas principais necessidades dos serviços, visando assegurar a vacinação segura da população como um todo.
Considerando o sinal de segurança para reações de hipersensibilidade e anafilaxia para a vacina dengue atenuada, conforme a Nota Técnica n.º 7 – CGFAM/DPNI/SVSA/MS, deve-se evitar o uso concomitante de vacinas durante a vacinação contra a dengue. Diante disso, quando necessário, o aprazamento entre a administração da vacina dengue e outras vacinas deve ser realizada conforme a seguir:
Caso o intervalo não seja respeitado, trata-se de um erro programático que, em tese, não aumenta o risco de ESAVI. Nesta situação a dose da vacina contra a dengue deverá ser considerada válida. Contudo, a vacina atenuada que for aplicada em menos de 30 dias após a vacina dengue deve ser considerada inválida, sendo necessária a readministração após 30 dias.
Depende. O intervalo ideal para vacinação após a infecção por dengue é seis meses, contudo, o intervalo mínimo aceitável para uma resposta imunológica vacinal efetiva é pelo menos 30 dias após a data do início dos sintomas ou data da realização do exame com IgM reagente. Se a vacinação for realizada em menos de 30 dias após a infecção a dose não deverá ser considerada válida e deverá ser aprazada para o intervalo adequado.
O esquema iniciado com uma determinada vacina, deverá ser completado com o mesmo produto, como regra geral. Na indisponibilidade de vacina ou em situações de interrupção do esquema prévio com Dengvaxia®, pode-se realizar QDENGA®, desde que complete duas doses da mesma, com intervalo habitual de 90 dias.
A recomendação é que após a infecção por qualquer uma dessas doenças se respeite o intervalo de 30 dias para administração da vacina dengue (atenuada).
Em perdas de pequenos volumes (2 a 3 gotas), não se recomenda doses adicionais. Em situações de exceção, no qual se observe a perda de grandes volumes de vacina (avaliação caso a caso), recomenda-se a revacinação com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.