Situação Epidemiológica
A cromoblastomicose é considerada uma doença negligenciada, de ocorrência nos países tropicais e subtropicais, especialmente nas Américas do Sul e Central. No Brasil, a maioria dos casos da cromoblastomicose se concentra na região amazônica, apesar de os primeiros relatos na literatura terem ocorrido no século XX, na região Sudeste, como os estados de São Paulo e Minas Gerais. A doença acomete mais homens que trabalham na zona rural em contato com o solo, plantas, farpas e espinhos contaminados pelo fungo.
As lesões da cromoblastomicose no indivíduo se disseminam lentamente, raramente a doença é fatal. Geralmente, apresenta um bom prognóstico, mas pode ser de difícil cura. O efeito estético da doença é um estigma social relevante, podendo afetar as relações sociais do paciente. As micoses sistêmicas não integram a lista nacional de doenças de notificação compulsória no Brasil. Elas também não são objeto de vigilância epidemiológica, de rotina, com exceção de estados brasileiros que instituíram essa notificação de iniciativa do seu âmbito de gestão.
Por isso, não existem dados epidemiológicos da ocorrência, magnitude e transcendência da cromoblastomicose em nível nacional. No plano estratégico 2018, o Ministério da Saúde iniciou a estruturação do sistema de vigilância e controle das micoses sistêmicas. Com a estruturação do sistema de vigilância, espera-se conhecer o perfil epidemiológico e seus determinantes sociais, bem como definir as medidas de controle na contenção da sua magnitude e vulnerabilidade no país.