A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve. Pode também se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras. Quando não tratada prontamente, pode ocorrer desidratação intensa, levando a graves complicações e até mesmo ao óbito. A doença está ligada diretamente ao saneamento básico e à higiene.
O período de incubação da bactéria, tempo que leva para provocar os primeiros sintomas no organismo, varia de algumas horas a 5 dias da infecção. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3 dias. O período de transmissibilidade perdura enquanto a pessoa estiver eliminando a bactéria nas fezes, o que ocorre, na maioria dos casos, até poucos dias após a cura. Para fins de vigilância, o período aceito como padrão é de 20 dias.
Importante: Quando não tratada prontamente e da forma correta, a cólera pode evoluir para quadros mais graves e provocar complicações, como desidratação intensa, levando, inclusive, à morte.
Causa
A cólera é causada pela ação da toxina liberada por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O1 e O139). A toxina se liga às paredes intestinais, alterando o fluxo normal de sódio e cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de água, o que provoca diarreia aquosa, desitradação e perda de fluidos e sais minerais importantes para o corpo.
Observação: Vibrio cholerae de outros sorogrupos (não O1 e não O139) e dos sorogrupos O1 e O139 que não produzem toxina não causam cólera. Podem causar diarreia, porém menos severa que a cólera e sem potencial epidêmico.
Transmissão
A transmissão da cólera ocorre por via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pela contaminação pessoa a pessoa. Os alimentos, de forma geral, podem ser contaminados durante a cadeia produtiva e durante sua manipulação.
Além disso, como o agente causador da cólera faz parte do ambiente aquático, pode se associar a mariscos (crustáceos e moluscos), peixes e algas, entre outros, possibilitando a transmissão da cólera se esses alimentos forem consumidos crus ou mal cozidos.
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Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para a cólera são:
- Condições precárias de saneamento básico;
- Consumo de água sem tratamento adequado;
- Condições precárias de higiene pessoal;
- Consumo de alimentos sem higienização ou manipulação adequadas;
- Consumo de peixes e mariscos crus ou mal cozidos.
Complicações
As complicações da cólera são decorrentes do total estado de esgotamento do corpo, causado pela diarreia e pelos vômitos. Essas complicações ocorrem mais frequentemente em pessoas mais vulneráveis, como idosos, diabéticos, desnutridos, portadores do vírus HIV e aquelas pessoas que têm patologia cardíaca prévia. A desidratação, se não tratada prontamente e da forma adequada, leva à deterioração progressiva da circulação, da função renal e do equilíbrio de água e minerais no corpo, causando dano a todos os sistemas do organismo.
Como consequência, podem ocorrer as seguintes complicações:
- choque hipovolêmico (diminuição da quantidade de sangue circulante no corpo);
- necrose renal;
- fraqueza intestinal;
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- queda de potássio no sangue, levando a arritmias cardíacas;
- hipoglicemia, com convulsões e coma em crianças.
Em gestantes, o choque hipovolêmico pode induzir a ocorrência de aborto e parto prematuro.
Tem cura?
Sim, a cólera tem cura, desde que o tratamento seja iniciado o mais breve possível e seja feito da forma adequada. Caso o tratamento não seja feito da forma adequada, a doença pode evoluir para complicações e levar à morte.