Histórico
Qual o Histórico da febre hemorrágica por arenavírus no Brasil?
Na literatura há descrição de 4 casos humanos de febre hemorrágica brasileira provocados pelo gênero Mammarenavirus. O primeiro caso ocorreu por infecção natural, ou seja, a partir de um reservatório, na década de 1990 no estado de São Paulo e deu a origem a um segundo caso que ocorreu em ambiente laboratorial ao processar amostra do primeiro caso. O primeiro caso era uma mulher, de 25 anos, que relatou viagem para o município de Cotia no estado de São Paulo, 10 dias antes ao início dos sintomas. Após o óbito, foi identificado por meio de testes imunológicos e virológicos que se tratava de um novo vírus, da família Arenaviridae, denominado de vírus Sabiá, devido o nome do bairro onde a paciente provavelmente se infectou.
O segundo caso, foi um técnico de laboratório de 39 anos, que foi infectado acidentalmente, durante o processamento da amostra clínica do primeiro caso. Esse caso sobreviveu e a confirmação foi comprovada por meio da soroconversão para o vírus Sabiá em sorologia pareada. Há um terceiro relato de caso de vírus Sabiá, porém ocorrido em ambiente laboratorial dos Estados Unidos, em um virologista que provavelmente se infectou durante procedimentos laboratoriais. O quarto caso de vírus Sabiá descrito na literatura ocorreu em 1999 por infecção natural.
Trata-se de um paciente de 32 anos, do sexo masculino, operador de máquina de grãos de café, residente de área rural do Espírito Santo do Pinhal no estado de São Paulo. Após 7 dias de hospitalização, o paciente evoluiu para óbito. Além desses casos com características clínicas hemorrágicas, há descrição de um caso adicional de infecção laboratorial com o arenavírus flexal. Neste caso, a paciente apresentou febrícula por várias semanas, mal-estar, astenia e intensa queda de cabelo. A recuperação foi completa, inclusive com recuperação do volume do cabelo.
Quais são os reservatórios dos Arenavírus?
Os arenavírus são espécies específicos, mantendo-se na natureza por um único roedor hospedeiro, no qual causa uma infecção crônica que pode ser completamente assintomático e capaz de persistir durante toda a vida do animal reservatório (Mattar, 2007).
Acredita-se que a manutenção do arenavírus pode ocorrer por:
- Transmissão vertical, ou seja, da mãe para o filhote;
- Pelo contato próximo entre os roedores, disputa de território, acasalamento;
- Aerossóis.