Situação Epidemiológica
No Brasil, as anomalias congênitas são a segunda principal causa de morte entre os menores de cinco anos. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), estima-se que, a cada ano, cerca de 24 mil recém-nascidos são registrados no Brasil com algum tipo de anomalia congênita diagnosticada ao nascimento. Todavia, sabe-se que este número ainda está sub-representado, se comparado a estimativas internacionais, uma vez que o diagnóstico das anomalias congênitas ao nascimento é bastante heterogêneo e varia amplamente nas diferentes regiões do país. Esta sub-representação dos casos de nascidos vivos com anomalias congênitas se dá porque algumas anomalias, embora passíveis de diagnóstico ao nascimento, exigem instrumentos ou conhecimentos técnicos específicos que nem sempre se encontram disponíveis em todos os serviços públicos de saúde ou de assistência suplementar à saúde.
Além disso, muitas anomalias congênitas, como algumas cardiopatias congênitas, por exemplo, são diagnosticadas apenas em um momento posterior ao nascimento e à descrição destes agravos na Declaração de Nascido Vivo da criança, fazendo com que a notificação deste indivíduo com anomalia congênita não seja realizada. Neste sentido, é muito importante sensibilizar os profissionais e instituições de saúde envolvidos no diagnóstico, registro e manejo das anomalias congênitas quanto à importância das anomalias como um problema de saúde público e incentivar o fortalecimento do registro oportuno e adequado das anomalias nos sistemas oficiais de informação.