Prevenção e controle da dengue, chikungunya e Zika
Aedes aegypti é o nome da principal espécie que transmite os vírus da dengue, o vírus causador da febre chikungunya e o Zika vírus. Essa espécie tem como característica a presença de marcações brancas nas pernas e no dorso (em formato de uma lira).
É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. A fêmea tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano para fazer a maturação dos seus ovos.
Mas ele também pode picar à noite? Sim. Ele não deixa a oportunidade passar.
Essa espécie é mais frequente em áreas urbanas, onde há aglomeração de pessoas e grande disponibilidade de locais propícios para os depósitos de ovos. A temperatura climática e pluviosidade são outros fatores importantes que influenciam na infestação pelo Aedes. Para evitar a proliferação do mosquito, é preciso que sejam adotadas medidas permanentes de controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de criadouros. Toda a população tem um papel importante no enfrentamento à dengue, chikungunya e Zika, através do controle do Aedes.
Doenças causadas
Ele transmite a dengue, chikungunya, Zika e a febre amarela urbana, doenças chamadas de arboviroses.
Importante: No Brasil o ciclo da febre amarela atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Como controlar
Para evitar ou reduzir a transmissão da dengue, chikungunya e Zika enquanto não há tratamento ou vacinas disponíveis no SUS, a estratégia mais efetiva para a saúde pública é o controle vetorial que se dá a partir de atividades para vigilância entomológica (monitoramento) e por diferentes métodos para controle do mosquito Aedes aegypti, vetor das doenças.
Mobilização para evitar o Aedes aegypti
Convoque sua família e seus vizinhos para essa batalha! Depende de todos. A mobilização da sociedade é fundamental para controlar o mosquito Aedes aegypti. A união, estados, municípios e toda a sociedade devem trabalhar juntos para a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A orientação é dedicar ao menos 10 minutos por dia toda semana para eliminar os focos do Aedes. A participação social é fundamental para vencer a luta contra o mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e Zika. A realização de mutirões comunitários é uma forma de envolver, mobilizar e engajar a população na luta contra o Aedes aegypti .
Uma vistoria rápida de 10 minutos é uma ação simples que pode interromper o ciclo de vida do mosquito. Acesse o material orientador 10 minutos contra o Aedes e faça você a vistoria em sua casa.
Para ajudar, o Ministério da Saúde elaborou uma lista com orientações para grupos interessados em realizar mutirões:
- Convide poder público, setor privado e organizações sociais para ampliar adesão.
- Aproveite redes sociais, carro de som e outros meios de comunicação para mobilização da vizinhança.
- Agentes de endemias, agentes comunitários e outros profissionais que trabalham na eliminação dos focos devem participar apoiando as ações, principalmente se houver necessidade de ação química.
- Utilize equipamento de proteção individual nas atividades de limpeza.
Como controlar
- Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados.
- Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas.
- Guardar pneus em locais cobertos.
- Guardar garrafas com a boca virada para baixo.
- Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água.
- Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras.
- Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha.
- Jogar as larvas na terra ou no chão seco.
- Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida.
- Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal.
- Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias.
- Guardar baldes com a boca virada para baixo.
- Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos.
- Manter limpas as piscinas.
- Guardar ou jogar no lixo os objetos que pode acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos
- Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. Importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida.
Limpeza
Como efetuar a limpeza de objetos usados para armazenamento de água?
Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Monitoramento e outras Informações sobre Arboviroses
O monitoramento de casos e outras informações sobre a vigilância e controle das arboviroses urbanas são publicados periodicamente pelo Boletim Epidemiológico, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
O objetivo do boletim com informes sobre arboviroses é apresentar a situação epidemiológica de dengue, chikungunya e Zika, enfatizando a importância da intensificação do controle dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, e a organização dos serviços de saúde para evitar o aumento expressivo de casos e óbitos. O boletim constitui um instrumento de vigilância para promover a disseminação de informações relevantes e qualificadas, com potencial para contribuir com a orientação de ações em saúde pública no país.