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A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, traqueia e brônquios.
Bordetella Pertussis
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato com a pessoa doente, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação da bactéria, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.
A coqueluche evolui em três fases sucessivas:
Começa como um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, o quadro vai evoluindo para crises de tosse mais intensa.
Geralmente é afebril ou com febre baixa, mas em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. A tosse se torna muito forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas que podem causar vômitos. Durante essas crises a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, apresenta rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose) e, às vezes, fazer um som agudo ao inspirar (guincho).
A tosse começa a diminuir em frequência e intensidade, mas pode persistir por duas a seis semanas ou por até três meses. Infecções respiratórias de outra natureza, durante essa fase, podem fazer a tosse intensa (paroxismos) voltar temporariamente.
Atenção especial para:
Bebês menores de 1 (um) de vida, principalmente aqueles com até 6 meses:
São mais propensos a formas graves da doença, muitas vezes letais, que podem incluir crises de tosse, dificuldade para respirar, sudoreses e vômitos. Também pode ocorrer episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação, decorrentes dos episódios repetidos de vômitos. O cuidado adequado desses bebês exige hospitalização, isolamento, vigilância permanente e procedimentos especializados.
Pessoas com condições clínicas pré-existentes:
que possam ser exacerbadas pela coqueluche, como por exemplo, imunocomprometidas, indivíduos com asma moderada ou grava e outras pessoas em condições semelhantes.
O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames: Coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR em tempo real. Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.
Diagnóstico Diferencial: deve ser feito com as infecções respiratórias agudas, como traqueobronquites, bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras. Outros agentes também podem causar a síndrome coqueluchoide, dificultando o diagnóstico diferencial, entre os quais a Bordetella parapertussis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis, Chlamydophila pneumoniae e adenovírus (1, 2, 3 e 5). A Bordetella bronchiseptica e a Bordetella avium são patógenos de animais que raramente acometem o ser humano, exceto quando imunodeprimido.
Diagnóstico Laboratorial: realizado mediante o isolamento da B. pertussis pela cultura de material colhido de nasorofaringe, com técnica adequada ou pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real. A coleta da secreção da nasofaringe deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até três (3) dias após seu início.
A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 03 dias após seu início.
A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como Hérnias Abdominais. Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo:
A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema único de Saúde (SUS) também oferta a vacina recomendada a gestantes (a cada gestação), todos os profissionais da saúde e parteiras tradicionais. Ainda, está disponível para estagiários da área da saúde que atuam em berçários, maternidades, unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos.
Gestantes, mesmo se vacinadas em gestações anteriores, devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa), a partir da 20ª semana da gestação atual. A vacinação é importante para imunização passiva (passagens de anticorpos maternos e a transferência passiva de anticorpos para o bebê), até os dois primeiros meses de vida.