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RIO GRANDE DO SUL
Tira-dúvidas: ações do Ministério da Saúde para ajudar a população do Rio Grande do Sul
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Estado do Rio Grande do Sul vive uma verdadeira tragédia em razão das fortes chuvas dos últimos dias. Além da realidade de cidades alagadas, pessoas desabrigadas e desaparecidas e famílias em luto, há também a disseminação de diversas notícias enganosas.
Por isso, listamos abaixo algumas das principais afirmações feitas por grupos na internet e explicamos o que é, de fato, verdade ou não. Confira.
FALSO: O governo federal negou ajuda humanitária à população do Rio Grande do Sul afetada pelas enchentes.
O governo federal direcionou mais de R$ 60 bilhões para ajuda ao estado. Estão contemplados recursos para reposição de medicamentos perdidos nas enchentes, garantia do atendimento nos postos de saúde e hospitais e reconstrução de infraestrutura rodoviária, bem como ações da Defesa Civil e de atendimentos emergenciais. O Ministério da Saúde liberou R$861 milhões para apoio e assistência à população local. O recurso servirá para reposição dos medicamentos perdidos nas enchentes, garantia do atendimento nos postos de saúde e hospitais e para as atividades de saúde digital.
Também em resposta à tragédia, a Pasta instalou um Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na região. O objetivo é organizar, coordenar e controlar as medidas empregadas durante as ações e planos de assistência. O Centro também se articula com os gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) e com outros órgãos e entidades do Poder Público para as medidas necessárias para o enfrentamento da emergência.
O COE promove também o envio de equipes e insumos, prepara relatórios técnicos sobre as situações epidemiológicas e de assistência e acompanha as ações administrativas necessárias. Para auxiliar no socorro às vítimas, já foram instalados hospitais de campanha, assim como o envio de quites calamidade.
FALSO: O governo federal está dificultando a doação de medicamentos ao estado.
O Ministério da Saúde, além do envio das vacinas, flexibilizou a retirada de medicamentos pelo programa Farmácia Popular no Rio Grande do Sul. Para acessar medicamentos para tratamento de asma, hipertensão e diabetes, não é necessário apresentar documentos oficiais com foto, CPF e receita ou prescrição médica.
Já sobre o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, os gaúchos também podem manter os tratamentos por seis meses sem necessidade de renovar as receitas, contanto que a dose e o tipo do medicamento permaneçam os mesmos. Além disso, as pessoas que perderam medicamentos no intervalo de até dois meses antes do reconhecimento oficial da calamidade podem solicitar uma nova retirada.
FALSO: É recomendado o uso de medicamento para prevenir a leptospirose em caso de contato com água potencialmente contaminada.
A quimioprofilaxia (uso de medicamentos para prevenir doenças) não é recomendada como medida de prevenção em saúde pública, mesmo se há uma exposição em massa da população por razão de desastres climáticos, como as enchentes que ocorrem no Rio Grande do Sul. Não há evidências científicas robustas sobre benefícios e riscos do uso de medicamentos para a população nestes casos.
ATENÇÃO! Tomar remédio por conta própria é um risco. O alerta vale, especialmente, para o uso de antibióticos, que pode ter consequências negativas para a saúde, como o desenvolvimento de resistência bacteriana.
A orientação é ficar atento ao surgimento de sintomas. Em caso de febre, podendo estar acompanhada de outros sinais e sintomas como náuseas e vômitos, dor no corpo e diarreia, a pessoa deve procurar imediatamente um atendimento médico para o diagnóstico precoce e tratamento. Vale ressaltar que a leptospirose deve ser tratada no momento da suspeita, sem necessidade de confirmação laboratorial. Por isso, o diagnóstico precoce é crucial para um tratamento eficaz.
VERDADEIRO: O Ministério da Saúde tem diversas ações para mitigar os efeitos das enchentes na saúde da população.
A pasta está tomando diversas medidas emergenciais para enfrentar os impactos das enchentes no estado do Rio Grande do Sul. Além das já citadas, há também apoio à infraestrutura de Saúde.
O Ministério da Saúde já enviou Kits calamidade, medicamentos e outros insumos de saúde para as áreas atingidas. Somando as entregas das Forças Armadas com o Ministério, a população local já conta com seis hospitais instalados em municípios diferentes. Novas unidades serão entregues: dois em Porto Alegre e um em São Leopoldo, município que fica a 40 km da capital.
O estado recebeu neste fim de semana mais 100 kits de emergência. Cada um deles pode atender três mil pessoas por até 15 dias, ou seja, são cerca de 300 mil pessoas beneficiadas. Os kits são compostos por 32 tipos de medicamentos e 16 tipos de materiais hospitalares, como luvas, seringas, ataduras e outros materiais.
FALSO: O Rio Grande do Sul está sem vacinas para a população.
O Ministério da Saúde envia vacinas para prevenir doenças específicas que podem surgir após as enchentes. No dia 5 de maio, foram enviadas ao estado 200 mil doses de vacinas contra tétano, difteria, hepatites A e B, coqueluche, meningite, rotavírus, sarampo, caxumba, rubéola, raiva e picadas de animais. No dia 13 de maio, a população gaúcha recebeu mais 560 mil doses emergenciais de vacinas, além das 926 mil que já estão disponibilizadas pelo Ministério para o estado.
Vacinas contra influenza (gripe) são direcionadas para proteger a população contra infecções respiratórias, assim como vacinas contra hepatite A pediátrica que podem ser oferecidas para prevenir a doença viral. Estas vacinas fazem parte do calendário de vacinação e, apesar do reforço no contexto do desastre, não devem ser tomadas apenas em situações de emergência.
Além disso, em situações de enchentes, são disponibilizados kits calamidade para uso dos profissionais de saúde, com antibióticos, anti-inflamatórios, ataduras e outros itens necessários para o atendimento emergencial.
VERDADEIRO: O governo federal tem atuado para combater a disseminação de desinformação sobre a tragédia no Rio Grande do Sul.
O governo federal instalou, na sexta (10), uma sala de situação com o objetivo de debater a implementação de ações para o enfrentamento à desinformação relacionada às chuvas no Rio Grande do Sul.
Com o apoio da Advocacia-Geral da União (AGU), a ação, que conta também com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e Polícia Federal (PF), é uma forma de diminuir os impactos negativos da desinformação, que pode prejudicar a atuação dos diversos órgãos públicos envolvidos no resgate e suporte ao estado.
Como medida inicial, o grupo definiu a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da AGU, como unidade central para atuar preventivamente, evitando que ocorram prejuízos no enfrentamento da calamidade em decorrência de casos de desinformação.
Saiba mais sobre a ação aqui.