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AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS
IMPORTANTE! Se a saúde bater à sua porta, você abre?
Agentes de combate às endemias (ACEs) são fundamentais na prevenção da dengue. Guarde essa informação. Eles representam prevenção, saúde e ajuda quando chegam à casa de cada cidadão e cidadã brasileira. Os profissionais levam, também, orientações fundamentais à população.
Antes de deixá-los entrar, confira crachá, uniforme e dados dos profissionais e receba-os de forma amistosa. Ainda tem dúvidas? Entenda a importância do trabalho dos ACEs e como ele é feito.
O que faz um ACE
O agente de combate às endemias faz a vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos e combater doenças como dengue, chagas, leishmaniose e malária.
Na prática, o profissional realiza inspeção de caixas d’água, calhas e telhados; faz aplicação de larvicidas e inseticidas e recenseamento (listagem) de animais; orienta moradores sobre prevenção e tratamento de doenças infecciosas; entre outras atividades.
O ACE funciona como um canal entre a área de saúde básica e a população. Muitas vezes, o profissional é o principal acesso a programas de saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças de pessoas que vivem em comunidades carentes ou mais afastadas. A visita às residências da população e as ações coletivas levam aos moradores dos quatro cantos do país prevenção e cuidado.
O agente Clanilson Perpétuo da Silva, de Goiânia (GO), é apaixonado pela profissão. “Eu me identifico muito com o que eu faço. Faço com muito carinho. Promover saúde é o papel dos agentes de endemias e de saúde. Estamos na lida diariamente para realizar o melhor trabalho” afirma.
Abra a porta de casa
O trabalho dos agentes nas residências só pode ser realizado se os moradores aceitarem. De acordo com Clanilson, “infelizmente, existe muita resistência com relação às visitas, as pessoas recusam a entrada dos profissionais. É preciso entender que o agente de endemias é quem vai ajudar a sociedade no combate de doenças. Os perigos e os riscos da dengue, da zika e da chikungunya, por exemplo, são amplamente divulgados. Agora, é preciso entender também a importância do trabalho dos agentes”, explica.
Vale lembrar que, geralmente, a não aceitação do agente se dá pelo receio dos moradores de abrir a porta da casa para uma pessoa estranha, o que é absolutamente compreensível. Com o cuidado adequado, não é preciso ter medo.
E não esqueça: é preciso ter cuidado com narrativas que querem colocar medo na população. A desinformação, que só atrapalha, em especial quando é preciso estar alerta com a saúde da população, quer que as pessoas acreditem que os agentes querem tirar proveito ou roubar as residências. Não é verdade. Os profissionais trabalham de forma séria, com a única intenção de ajudar a combater doenças e proteger as pessoas.
Na cidade de Serra (ES), Ednalva Vidal enfrenta o mesmo problema. Segundo ela, “esse trabalho de informação sobre o trabalho dos agentes e as visitas às residências é muito importante. É preciso levar às pessoas a importância do que fazemos, que queremos ajudar. Acredito que, assim, seremos muito bem recebidos”, diz.
Hudson Benevides de Campos atua em Praia Grande (SP) como ACE e afirma que as fake news existem e atrapalha muito o trabalho. “O pessoal sente medo por causa dos boatos de que há pessoas que se vestem como agentes pra entrar nas casas. Muitos acreditam e acabam negando a nossa entrada, o que dificulta o nosso trabalho, em especial nas áreas nobres, onde tem o maior número de residências com piscina”, explica.
IMPORTANTE! Por isso, com o cuidado necessário, a recomendação é: verifique crachá, uniforme e dados do profissional antes de dar acesso ao domicílio.
Conscientização é a palavra-chave
Outra dificuldade enfrentada pelos profissionais é a conscientização da população em realizar as tarefas de combate às doenças na própria casa. “Além da recusa da população em receber os agentes, outro problema é que as pessoas não prestam atenção nas orientações feitas”, afirma Luis Cláudio Celestino, presidente da Federação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias (Fenasce).
Segundo Luís Cláudio, “é comum encontrar focos do mosquito da dengue em uma residência, por exemplo, e depois de algum tempo retornar ao mesmo local e achar novos focos. Nós orientamos a população sobre como fazer o manuseio, como deixar o quintal limpo, mas falta colaboração”, afirma.
Na cidade de Serra (ES), Ednalva Vidal enfrenta os mesmos problemas. “A nossa intenção é ajudar os munícipes. O pedido é que eles fossem mais parceiros e entendessem a seriedade do trabalho. É preciso que cada um faça a sua parte”, comenta.
Papel dos agentes no enfrentamento à dengue
Os agentes de combate às endemias têm papel fundamental na prevenção de casos de dengue. Como cerca de 75% dos focos de transmissão do mosquito ficam dentro das casas, os profissionais são qualificados para atuar em cada residência, identificando locais que sejam ou possam se tornar criadouros do mosquito. Eles também cumprem essa função em imóveis não residenciais, verificando a existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue.
De forma complementar, os agentes fazem visitas regulares para orientação sobre casos de dengue, acompanhamento da saúde da família e até encaminhamento para atendimento, quando necessário.
Diante da atual situação do país em relação aos casos de dengue, “é necessário, além das mobilizações sociais, como o Dia D de combate à dengue, realizado no último sábado (2), um envolvimento de escolas, associações, empresas e de toda a sociedade civil para que o combate ao mosquito seja realmente efetivo”, afirma.
Conheça as competências do ACE:
• Encaminhar os casos suspeitos de dengue à Unidade Básica de Saúde (UBS) responsável pelo território;
• Atuar nos domicílios, levando informação aos moradores sobre a doença, os sintomas e os riscos, além das medidas de prevenção;
• Informar ao responsável pelo imóvel não residencial sobre a importância da verificar a existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue;
• Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros do mosquito transmissor da doença;
• Orientar e acompanhar o responsável pelo imóvel não residencial na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
• Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os pontos estratégicos;
• Vistoriar e tratar os imóveis cadastrados e identificados pelo agente comunitário de saúde (ACS), que necessitem do uso de larvicidas e/ou remoção mecânica de difícil acesso, e que não podem ser eliminados pelo ACS;
• Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências (casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita);
• Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros do Aedes aegypti;
• Promover reuniões com a comunidade para mobilizar as pessoas para as ações de prevenção e controle da dengue;
• Notificar os casos suspeitos de doença à equipe da Unidade Básica de Saúde;
• Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação da dengue, conforme estratégia local.
• Participar de reuniões com a comunidade e autoridades.
Combate à dengue: apenas 10 minutos por semana
Já que estamos falando de cuidados com a saúde, vale lembrar que apenas 10 minutos por semana podem fazer a diferença na prevenção da dengue e eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti:
• Mantenha caixas d’água fechadas
• Coloque areia nos vasos de plantas
• Amarre bem os sacos de lixo
• Guarde pneus em locais cobertos
• Limpe bem as calhas de casa
• Não acumule sucata e entulhe
• Esvazie garrafas pet, tampinhas, potes e vasos
• Receba bem os agentes de saúde e de endemias
IMPORTANTE! Fique atento aos sintomas e procure o serviço de saúde mais próximo de você em caso de suspeita.
Qualificação da categoria
Em 2023, o Ministério da Saúde concluiu a formação de mais de 138 mil Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e 38 mil Agentes de Combate às Endemias (ACE) em mais de 5,3 mil municípios. A ampliação da ação levou ao programa Mais Saúde com Agente. Neste ano, foi anunciada a segunda turma de cursos técnicos, com a oferta de 180 mil novas vagas e as inscrições finalizadas em 8 de fevereiro.