Notícias
SEGURANÇA DAS VACINAS
Atenção! Vacinas contra dengue são seguras e efetivas
Foto: Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou uma nova estratégia de vacinação contra dengue nos últimos dias. A ação inclui mais 165 municípios, além dos 521 já contemplados, para receber vacinas contra a doença, que serão aplicadas em pessoas de 10 a 14 anos. A notícia foi um prato cheio para grupos antivacinas fazerem o que mais gostam: espalhar desinformação para desestimular a população a se vacinar.
A última narrativa falsa que circula por aí é que os imunizantes distribuídos para as novas localidades são, na verdade, imunizantes contra a covid-19. Isso é falso e muito perigoso de se propagar. O Ministério da Saúde reitera a credibilidade do Programa Nacional de Imunizações do Brasil.
É importante destacar que qualquer tentativa de falsificação ou adulteração de produtos de saúde, incluindo vacinas, é considerada crime no Brasil. De acordo com o Código Penal Brasileiro (art. 272) e a legislação sanitária vigente (Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977), a falsificação e a comercialização de produtos de saúde adulterados são puníveis com penas que podem chegar a até 15 anos de prisão.
Agora, vamos aos fatos.
Como ter certeza que a vacina é contra a dengue?
É importante entender que cada imunizante é desenvolvido para prevenir uma doença específica, e sua segurança e eficácia são comprovadas por estudos científicos e órgãos reguladores de saúde em todo o mundo, como é o caso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Assim, cada vacina tem seu propósito e indicação específicos. O processo de vacinação no Brasil é controlado e monitorado desde a produção do imunibiológico, até a administração na população, conforme descrito abaixo:
• Desenvolvimento: As vacinas em desenvolvimento passam por diversos estudos (pré-clínicos e clínicos) para avaliar sua imunogenicidade*, reatogenicidade*, qualidade, eficácia e segurança. As evidências científicas geradas nesses processos vão subsidiar a avaliação das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizam ou não o uso do produto nos países.
• Incorporação no sistema de saúde: o produto a ser incorporado será analisado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial composto pelo Ministério da Saúde, Ministério da Casa Civil, Ministério da Fazenda, Ministério da Justiça e Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, cuja Secretaria-Executiva é exercida pela ANVISA, responsável por definir o preço teto da vacina, com apresentação de uma proposta que irá compor a avaliação de incorporação na rede pública de saúde realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), onde são avaliadas a eficácia, segurança e eficiência (custo-benefício e impacto orçamentário) das novas tecnologias.
• Produção e Aquisição: As vacinas são produzidas por empresas farmacêuticas, tanto nacionais quanto internacionais. O governo brasileiro pode adquirir vacinas por meio de compras diretas de fabricantes ou por meio de acordos com organizações internacionais. O dimensionamento da fabricação e a transferência de tecnologias também são negociadas nesse processo. As vacinas importadas passam por diversas etapas de inspeção e verificação sanitária antes de serem recebidas pelo Ministério da Saúde.
• Controle de Qualidade: O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desempenha um papel fundamental no controle de qualidade de todas as vacinas no Brasil, sejam elas adquiridas pelos serviços públicos ou privados de vacinação. Utilizando tecnologias avançadas e rigorosos protocolos de análise, o INCQS realiza testes para garantir a eficácia, segurança e pureza das vacinas, incluindo a verificação da conformidade com os padrões nacionais e internacionais. Com uma abordagem multidisciplinar e integrada, o INCQS contribui para a garantia da qualidade e confiabilidade das vacinas disponíveis para a população brasileira..
• Armazenamento e Distribuição: As vacinas aprovadas são armazenadas em condições controladas em centros de distribuição regionais ou estaduais, mantendo a temperatura adequada para garantir eficácia e segurança. A partir desses centros, elas são distribuídas para os postos de vacinação em todo o país.
• Vacinação nos Postos de Saúde: As vacinas chegam aos postos de saúde e unidades de saúde, onde são administradas aos usuários de acordo com os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde. Profissionais de saúde qualificados são responsáveis pela aplicação das vacinas e pelo registro das doses administradas.
• Monitoramento e Vigilância: Após a vacinação, as autoridades de saúde monitoram continuamente a cobertura vacinal e a segurança da vacinação, por meio de análises dos sistemas de informações em saúde.
Como foi feita a escolha das novas localidades e do público-alvo das vacinas?
Os 165 municípios foram escolhidos considerando os critérios estabelecidos inicialmente, na distribuição dos primeiros lotes: municípios de grande porte e população maior ou igual a 100 mil habitantes; com alta transmissão de dengue nos últimos 10 anos, incluindo os demais municípios das suas regiões de saúde de abrangência, independentemente do porte populacional; ordenados pela predominância do sorotipo DENV-2; e pelo maior número de casos no monitoramento 2023/2024.
Até o momento, os imunizantes vêm sendo aplicados em pessoas de 10 a 14 anos, grupo que concentra a maior proporção de hospitalização pela doença.
De onde vêm as vacinas destinadas aos 165 municípios?
Em fevereiro deste ano, foi distribuída 1,2 milhão de doses da vacina de dengue para 521 municípios brasileiros. Desse montante, 668 mil vencem em 30 de abril. Para evitar a perda desse quantitativo, as doses não aplicadas estão sendo redistribuídas para outros 165 municípios.
“Não vamos deixar essas doses vencerem. Diante disso, o Ministério trouxe uma solução: redistribuir, dentro das unidades federadas, ou seja, dentro dos estados, para municípios que ainda não foram contemplados”, explicou o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização (DPNI), Eder Gatti.
Mato Grosso do Sul não fará parte da redistribuição, pois todos os municípios do estado já foram contemplados. O Distrito Federal também não, já que não possui municípios. Assim, o estado do Amapá foi selecionado para receber as doses que sobraram dessas unidades federativas, considerando a situação epidemiológica do estado.
O Brasil terá novas doses de vacina contra a dengue?
Em abril, o Ministério recebeu mais 930 mil doses de vacina contra a dengue, que serão distribuídas para os 521 municípios inicialmente selecionados e para os 165 agora contemplados.
Uma parte dessas doses vão repor as que foram remanejadas de alguns municípios. Isso vai garantir a continuidade da vacinação em locais com dose por vencer. Além disso, será garantido o envio para municípios que estão com boa taxa de vacinação.
As vacinas são um importante instrumento para frear o avanço da dengue no país. Porém, a prevenção ainda é o melhor remédio. O foco ainda é a eliminação dos criadouros do mosquito.
Saiba como eliminar possíveis focos de dengue na sua casa.
Combate à desinformação
Não acredite em tudo que publicam nas redes sociais ou repassam em aplicativos de trocas de mensagens. Tem dúvidas? Entre em contato com as autoridades de saúde locais para esclarecimentos e se certifique de que estão sendo administradas apenas vacinas autorizadas e registradas pelos órgãos competentes.
A conscientização sobre a importância da vacinação é essencial para proteger a saúde da população e combater a disseminação de desinformações.
A colaboração de todos é fundamental para garantir a disseminação de informações precisas e confiáveis. Vacinas salvam vidas, mas a desinformação pode matar!