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SAÚDE COM CIÊNCIA
É falso que a vacina da Pfizer tem veneno de cobra
Foto: Internet
Se você ouviu por aí que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 contém veneno de cobra, pode respirar aliviado: a afirmação é falsa! Recentemente, circulou nas redes um vídeo de um suposto especialista falando sobre a composição da vacina contra Covid-19, no qual alega que a substância é uma das responsáveis por causar diversas doenças pós-vacinação.
O conteúdo não tem qualquer fundamento científico e é mais um exemplo de desinformação sobre vacinas. Para esclarecer o tema, vamos explicar o que é verdade sobre a vacina da Pfizer e como ela funciona.
Vacina da Pfizer
A vacina da Pfizer contra a Covid-19, também conhecida como Comirnaty, se baseia na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), tecnologia inovadora que fez toda a diferença na luta contra a pandemia.
Para começar, já é importante dizer que não há absolutamente nenhum componente relacionado a veneno de cobra ou qualquer substância similar na fórmula do imunizante da Pfizer, que é produzido em parceria com o laboratório BioNTech.
Apesar de a tecnologia de RNA mensageiro ser estudada há décadas, a aplicação dela só teve repercussão mundial quando foi utilizada para a produção em tempo recorde de vacina contra a Covid-19. A função do mRNA vai além e pode ser usado, inclusive, no tratamento de vários tipos de cânceres.
Nesse tipo de vacina, o RNA mensageiro sintético dá as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune. Entenda abaixo, em detalhes, como isso acontece.
Como funcionam as vacinas de mRNA
As vacinas de mRNA (ou RNA mensageiro) são como "instruções" que ensinam o corpo a combater o vírus. Funciona assim:
- Dentro da vacina, há uma cópia sintética do mRNA do vírus, que carrega a informação para produzir a proteína “S” (Spike). Essa proteína é encontrada na superfície do coronavírus e o vírus necessita dela para entrar nas células do organismo.
- Quando a vacina é aplicada, algumas de suas células irão ler as instruções do mRNA e produzir temporariamente a proteína spike.
- O sistema imunológico reconhece essa proteína como algo estranho e começa a produzir anticorpos para combatê-la.
- Com isso, o corpo fica preparado para reagir caso entre em contato com o vírus de verdade no futuro.
É importante entender que o mRNA é rapidamente decomposto e eliminado pelo organismo após cumprir sua função, ou seja, ele não fica no corpo e não altera o nosso DNA.
Segurança das vacinas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu autorização para utilização de emergência da vacina da Pfizer BioNTech em 31 de dezembro de 2020. A OMS avaliou exaustivamente a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou a sua utilização em pessoas com mais de 16 anos.
O Comité Consultivo Mundial para a Segurança das Vacinas, um grupo de peritos que apresenta orientações independentes e fundamentadas à OMS sobre a questão da utilização segura das vacinas, recebe e avalia relatórios de eventos de segurança suspeitos com potencial impacto internacional.
A vacina da Pfizer BioNTech contra a Covid-19 tem uma eficácia de 95% contra a infeção sintomática por SARS-CoV-2.
Por que fake news como essa circulam?
Conteúdos enganosos têm o poder de espalhar dúvidas e confusão, principalmente em momentos de crises de saúde. Muitas vezes, essas informações falsas usam termos científicos mal interpretados ou imagens manipuladas para parecerem verdadeiras. E é justamente por isso que é preciso estar sempre atento e verificar as fontes antes de acreditar e, pior, compartilhar algo duvidoso.
Identifique uma desinformação
- Confirme sempre a informação em fontes oficiais: sites como o do Ministério da Saúde, da OMS e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, são confiáveis.
- Desconfie de mensagens alarmistas: quando algo parece muito absurdo, provavelmente é.
- Procure conferir os fatos: Várias agências, como a Lupa e o Estadão Verifica, fazem checagens para desmentir boatos. E aqui no Saúde com Ciência, uma iniciativa interministerial voltada para a promoção e fortalecimento das políticas públicas de saúde e a valorização da ciência, tem sempre informações verdadeiras.
Vacinar-se é um ato de amor e responsabilidade coletiva. Fique de olho e evite espalhar desinformação. Lembre-se: vacinas são seguras e a ciência é nossa melhor aliada!
Fontes
Quais são as diferenças entre as vacinas contra Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil?
O que são as vacinas de RNA mensageiro e como essa tecnologia também pode tratar doenças?
Vacina da Pfizer BioNTech contra a COVID-19: Aquilo que precisa de saber
Anvisa aprova normas sobre a atualização das vacinas contra covid-19