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SAÚDE COM CIÊNCIA
Mpox é uma infecção sexualmente transmissível?
Foto: internet
A infecção viral pode se espalhar entre pessoas, principalmente por meio de contato próximo e, ocasionalmente, do ambiente para as pessoas por meio de objetos e superfícies que foram tocados por uma pessoa com mpox. É importante entender que a doença não está limitada à população LGBTQIA+. Qualquer pessoa que tenha contato próximo ou íntimo com alguém que apresente sintomas está em risco.
Durante o surto global de 2022, o vírus se espalhou principalmente por meio da prática sexual. Embora o vírus vivo tenha sido isolado no sêmen, ainda não é possível saber até que ponto a infecção pode se espalhar por meio do sêmen e fluidos vaginais. Assim, a mpox não é uma infecção sexualmente transmissível (IST).
Mais pesquisas são necessárias para entender como a doença se dissemina durante surtos em diferentes contextos e sob diferentes condições.
Formas de transmissão
A mpox é transmitida aos seres humanos por meio de contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados. A principal delas é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada. Além disso, o compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão também transmite a doença.
Suspeita de mpox
Em caso de sinais ou sintomas de mpox (bolhas, feridas com casca ou não, “ínguas”, febre; dores no corpo; dor de cabeça; calafrio; e fraqueza), é muito importante procurar uma unidade básica de saúde para avaliação.
Atenção! Para casos suspeitos, evite o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é fazer isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo.
Ocorrências no Brasil
Em 2024 foram notificados no Brasil 945 casos confirmados ou prováveis de mpox. A região com maior notificação de casos é a Sudeste, com 80,7% (763) dos casos nacionais.
Os estados que registraram os maiores quantitativos de casos no período foram São Paulo (n = 487; 51,5%), Rio de Janeiro (n = 216; 22,9%), Minas Gerais (n = 52; 5,5%) e Bahia (n = 39; 4,1%). Não houve registro de casos confirmados ou prováveis no Amapá, Tocantins e Piauí.
Os cinco municípios que registraram maior quantitativos de casos confirmados e prováveis foram São Paulo (n = 343; 36,3%), Rio de Janeiro (n = 160; 16,9%), Belo Horizonte (n = 43; 4,6%), Salvador (n = 28; 3,0%) e Brasília (n = 20; 2,1%).
O perfil dos casos confirmados e prováveis continua sendo de pessoas do sexo masculino (n = 897; 94,9%) na faixa etária de 18 a 39 anos (n = 679; 75,7%).
Até o momento não há registros de casos da nova variante no Brasil.
Ações contra a doença
O combate à doença é prioridade do Ministério da Saúde. No dia 15 de agosto, a pasta instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox.
O COE monitora a evolução da doença no Brasil, acompanhando as informações compartilhadas pela OMS e por outras instituições nacionais e internacionais, além de analisar as evidências científicas mais atuais sobre o tema, com o intuito de indicar as recomendações e ações necessárias no território brasileiro.
Além disso, o Ministério da Saúde já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil, ampliou a capacidade de diagnóstico, realizou oficinas e webinários para profissionais de saúde sobre o tema, disponibiliza materiais informativos e notas técnicas sobre a doença, entre outras ações. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também emitiu uma nota técnica sobre o assunto.
Combate à desinformação
A mpox não é uma doença exclusiva de pessoas LGBTQIA+ e também não é um efeito colateral de imunizantes. Repasse para os amigos e para a família informações confiáveis e ajude a combater o preconceito contra o grupo. Verifique as fontes de todo conteúdo sobre saúde que receber e procure informações em sites oficiais.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são a nota da Anvisa, a página de mpox do Ministério da Saúde, notícia da Opas sobre a doença e Especial Mpox da Fiocruz.