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SAÚDE COM CIÊNCIA
Desparasitação: benefícios e riscos
Foto: Internet
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), atualmente, na América Latina e no Caribe, 59 milhões de crianças vivem em áreas de risco de infecção ou reinfecção por parasitos intestinais. Os parasitos intestinais representam uma ameaça ao organismo que podem comprometer a absorção de elementos essenciais, causando deficiências nutricionais e ocasionar diversos sinais e sintomas gastrointestinais como náuseas, enjoos, má digestão, diarreia, dores abdominais, entre outros.
O tratamento é realizado por meio de medicamentos específicos, conhecidos como antiparasitários, que devem ser indicados por um profissional da saúde. Nos últimos anos, alguns destes medicamentos foram utilizados, sem nenhuma comprovação científica, para tratar outras doenças, como covid-19, dengue e até câncer.
É importante entender que o uso de antiparasitário é indicado exclusivamente para eliminar parasitos, como vermes intestinais, protozoários e outros microrganismos. Além disso, o medicamento não pode ser usado sem orientação da equipe de saúde.
Confira abaixo os benefícios do medicamento e os riscos, quando usado de forma inadequada.
Corpo humano
As infecções parasitárias podem causar diferenças no processo de crescimento e desenvolvimento em crianças, enfraquecer o sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a outras doenças, e podem ocorrer por várias vias, mas a principal é pela ingestão de alimentos ou água não tratada, e através da pele.
Benefícios
Os benefícios da desparasitação são claros, especialmente em crianças, que vivem em situações de maior vulnerabilidade socioambientais, devido ao contato frequente com ambientes contaminados.
A remoção dos parasitos melhora a absorção de nutrientes, evita quadros de desnutrição e anemia, condições frequentemente associadas a infecções parasitárias. Em adultos, a desparasitação pode aliviar sintomas crônicos e melhorar a qualidade de vida, particularmente em áreas onde essas infecções são endêmicas.
Em áreas de alta prevalência e alta carga parasitária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda programas periódicos de desparasitação para reduzir a ocorrência das infecções parasitárias que se constituem como problemas de saúde pública.
Riscos
No entanto, o consumo de antiparasitários sem diagnóstico e orientação médica pode trazer sérios riscos à saúde. Quando usados de forma inadequada ou em doses erradas, alguns deles podem ser tóxicos para o fígado e rins.
Certamente você já viu na Internet que é preciso tomar remédios antiparasitários por 30 dias ou durante todo o ano, para limpar o organismo, o que não é verdade. Protocolos como esses podem trazer riscos à saúde dos pacientes, por isso é fundamental que qualquer medicação só seja tomada sob orientação médica.
O uso contínuo e descontrolado desses medicamentos pode levar também ao desenvolvimento de resistência dos parasitos, comprometendo a efetividade dos tratamentos.
Por esses motivos, o acompanhamento médico é fundamental para identificar qualquer reação adversa e ajustar o tratamento, se necessário. Um diagnóstico preciso, a prescrição adequada e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para garantir um tratamento seguro e eficaz.
Ivermectina
A ivermectina é um antiparasitário indicado para tratar infecções causadas por vermes e parasitos, como piolho, sarna e lombriga. Mas, assim como qualquer medicamento, é preciso que o paciente tome doses eficazes e seguras.
No entanto, o uso da ivermectina tem sido indicada para a cura de câncer, dengue e covid-19. A narrativa falsa, frequentemente circula em grupos de mensagens e redes sociais. O aumento da popularidade desse medicamento, especialmente em momentos de desinformação sobre seus usos, trouxe preocupações sobre a automedicação e uso indevido. O uso indiscriminado dessa substância pode trazer riscos à saúde e levar à resistência parasitária, o que compromete a efetividade de tratamentos futuros.
Prevenção
Agora que você conhece alguns benefícios e riscos da desparasitação, é fundamental adotar medidas preventivas para a sua saúde. Com hábitos simples no dia a dia, é possível garantir a proteção contra parasitos. Veja as principais recomendações:
- Higienização das mãos: Lave as mãos, com água potável, antes das refeições, de usar alimentos, cuidar de crianças e sempre após usar o banheiro ou trocar fraldas.
- Uso de calçados: Ande sempre com os pés calçados, especialmente em áreas externas.
- Preparo adequado dos alimentos: Cozinhe bem os alimentos, garantindo que as carnes estejam sempre bem cozidas.
- Lavagem de alimentos crus: Use água potável para lavar frutas e vegetais, deixando-os de molho por 30 minutos em água com hipoclorito de sódio a 2,5%, se possível.
- Água segura: Beba apenas água filtrada ou fervida.
- Ambientes limpos: Mantenha a casa e o terreno ao redor limpos, evitando a presença de insetos e roedores, evite evacuar a céu aberto (mato, rios, lagos, lagoas, açudes e terrenos).
- Cuidados com a higiene pessoal: Mantenha as mãos sempre limpas, unhas aparadas, e evite colocar as mãos na boca.
- Cuidados com as crianças: Evite que brinquem em terrenos baldios, com presença de lixo, esgoto a céu aberto, entre outros problemas de falta de saneamento básico.
Cuidado: fake news pode matar
Não acredite em tudo que aparece na internet. Não existe receita milagrosa, quando o assunto é saúde. Cheque sempre os dados em fontes oficiais. Por isso, não repasse conteúdos duvidosos, só compartilhe se tiver certeza da informação.
Fontes:
As referências usadas nesta matéria são: