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Amamentação em seis tópicos
Foto: internet
O leite materno é o melhor alimento para a criança pequena. A recomendação é que amamentação seja ofertada à criança até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses de vida. Ou seja, até o sexto mês a criança não precisa de água, chás, leites, sucos ou qualquer outro líquido ou alimento, além do leite do peito. Porém, muitas dúvidas surgem quando o assunto é amamentação e podem levar as famílias a tomar decisões equivocadas quanto à alimentação do bebê.
Por isso, o Saúde com Ciência reuniu as principais dúvidas sobre o tema e responde agora para você. É só conferir abaixo.
A amamentação é difícil e dolorosa?
A amamentação não deve doer. Porém, é muito comum que inicialmente haja uma sensação de desconforto durante a amamentação, em especial nos bicos dos seios. Geralmente, a dor ao amamentar ocorre em razão do que chamamos de pega e/ou posição incorreta. O começo do processo de amamentação é um aprendizado para a criança e para quem está amamentando. Normalmente, ao se ajustar a pega e a posição, a mamada se torna efetiva e a dor tende a desaparecer.
A dor ao amamentar é uma das razões para o desmame precoce. É importante destacar que a amamentação é um direito e é possível em todas as situações, desde que haja apoio e orientações adequadas, assim como tempo, prática e confiança.
A rede de apoio é fundamental para o sucesso da amamentação. Isso inclui família, amigos, profissionais de saúde, inclusive de pessoas do trabalho. Quando houver dúvidas ou dificuldades na amamentação, é preciso buscar ajuda com profissionais de saúde.
Qual a posição correta para amamentar o bebê?
. Existem diversas posições para amamentar, em todas elas o bebê deve estar virado para a quem está amamentando, bem junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. O bebê deve ser colocado para sugar quando ele abrir bem a boca. Quando há uma boa pega bem no peito, o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo. Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado. As posições para amamentar podem ser a tradicional, invertida, cavaleiro, deitada ou em qualquer posição que seja confortável para quem amamenta e para a criança. Saiba mais sobre essas posições, amamentação e alimentação da criança no Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos.
Quais os benefícios da amamentação?
A amamentação vai muito além da nutrição, traz diversos benefícios para a criança, para a mulher, para a sociedade e para o planeta. O leite produzido nos primeiros dias após o parto é o colostro, substância rica em proteína e imunoglobulinas, fundamental para a imunidade do bebê.
A recomendação é de a criança ser amamentada já na primeira hora de vida e até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses. A amamentação é capaz de reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis, protege a criança de doenças respiratórias, diarreia e alergias, , além do risco de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2 no futuro. Segundo a ONU, os bebês que não são amamentados têm 14 vezes mais chances de morrer antes de completar um ano de vida do que que os bebês que recebem leite materno.
Crianças que mamam no peito também tem um melhor desenvolvimento da face, facilitando a deglutição, respiração, mastigação, fala e o alinhamento dos dentes.
Para a mulher, a amamentação traz proteção contra o câncer de mama e de ovário, além de reduzir os riscos de hemorragia pós-parto e ajudar no processo de contração do útero. Também reduz as chances de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol alto.
O ato de amamentar também contribui para o fortalecimento do vínculo e segurança da criança, fundamentais para o desenvolvimento integral infantil.
A amamentação também é sustentável, ambientalmente seguro, não causa poluição, e contribui para a segurança alimentar e nutricional da criança.
Existe leite materno fraco?
Não existe leite materno fraco. Essa informação é falsa. Cada mulher produz o leite adequado para o seu filho, com tudo que a criança precisa para um crescimento e desenvolvimento mais saudáveis.
A amamentação é importante desde o nascimento da criança. A composição do leite materno, que inclui água, sais minerais, vitaminas, carboidratos, proteínas, gorduras, anticorpos e outros componentes essenciais para a criança vão se modificando conforme o seu crescimento, promovendo um desenvolvimento mais saudável.
A recomendação é que a amamentação seja até os dois anos ou mais de vida da criança, sendo de forma exclusiva até os seis meses. A partir dos seis meses, deve ser iniciada a introdução da alimentação adequada e saudável e continuar amamentando.
Pode tomar remédio amamentando?
Se quem estiver amamentando precisar tomar algum medicamento, que deve ser prescrito pelo médico, é importante questionar se terá algum impacto no bebê. A grande parte dos medicamentos são compatíveis com a amamentação, e caso algum deles seja formalmente contraindicado, algumas medidas podem ser tomadas para continuar com a amamentação até mesmo nesses casos, como retirar e armazenar o leite, ou interromper a amamentação apenas por um período especifico, conforme orientação do profissional de saúde.
Os medicamentos que não não são compatíveis com amamentação geralmente são associados a tratamentos específicos, como o de câncer, por exemplo.
Existem situações em que a amamentação é contraindicada?
Os únicos impedimentos permanentes para a amamentação são em casos que a pessoa viva com HIV ou HTLV, e quando a criança apresenta alguma questão de saúde que a impeça de ser amamentada (galactosemia, fenilcetonúria ou má formações congênitas/fetais que impeçam a prática da amamentação).
Há situações que a interrupção pode ser temporária, como em casos de hepatite C com a ocorrência de mamilos machucados em que deve-se buscar apoio profissional, pois pode ocorrer a transmissão pelo leite. Quando há o uso de drogas nocivas com potencial de adicção também é recomendado a interrupção temporária do aleitamento materno, ou em situações de tratamentos de câncer e ou outras condições que exigem o uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação.
Quando a lactante apresenta sintomas de gripe, resfriado ou até mesmo covid-19, a amamentação pode ser continuada com algumas medidas de proteção, como a utilização de máscara e higienização das mãos.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são: