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SAÚDE COM CIÊNCIA
Vacina contra covid-19 não reduz expectativa de vida
Foto: Internet
Circula nas redes mensagem que afirma que vacina contra Covid-19 pode reduzir a expectativa de vida em até 24 anos. Não caia nessa fake news! A vacina é, comprovadamente, a medida mais eficaz e segura no Brasil e no mundo para adquirir proteção contra casos graves da doença.
O post compartilhado em grupos de conversa afirma que o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, teria revelado que a vacina contra a Covid-19 está associada à redução da expectativa de vida em até 24 anos. De acordo com o texto publicado no site Planeta Prisão, os dados mostram que cada dose de vacina teria aumentado a mortalidade em 7% no ano de 2022, em comparação à 2021. A informação é falsa.
O que aconteceu foi justamente o contrário. Desde o início das campanhas de vacinação contra a covid-19, em 2021, a mortalidade começou a diminuir na população em geral. A vacinação contra a Covid-19 inclusive alterou o curso da pandemia, salvando milhões de vidas em todo o mundo.
Vamos aos fatos
Não há nenhuma base científica para afirmar que a vacina contra Covid-19 reduz a expectativa de vida e o CDC nunca realizou estudo que encontrasse essa diminuição da expectativa de vida para pessoas que receberam a vacina.
Estudos realizados em várias partes do mundo têm demonstrado inclusive que pessoas vacinadas contra a Covid-19 têm taxas mais baixas de morte por todas as causas do que pessoas não vacinadas.
A função da vacina é justamente melhorar a duração e a qualidade de vida com o passar do tempo. Na história da imunologia e da medicina, as vacinas aumentaram a esperança de vida da população de maneira geral.
Desde o início da vacinação contra a Covid-19, em dezembro de 2020 no Reino Unido, as estatísticas globais de saúde pública vêm apontando que quanto MAIOR o índice de imunização de um país, MENOR sua taxa de mortalidade pela doença.
No Brasil, um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos mostrou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros 10 meses de 2021 ocorreram em pessoas que não foram imunizadas contra a doença.
A população idosa não vacinada morreu quase três vezes mais do que a imunizada. No público com menos de 60 anos, o número de mortes de pessoas não vacinadas foi 83 vezes maior do que entre as imunizadas. O estudo reforça que a vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive indivíduos com mais de 80 anos.
Os resultados dessa pesquisa confirmam outros trabalhos já publicados, como o estudo com dados de 90 países divulgado pelo Journal of Global Health que revelou: a cada aumento de 10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%. Por tudo isso, a necessidade de dar continuidade à imunização em escala global ainda existe e é urgente em vários países.
Em julho de 2023, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal destacou no Boletim Epidemiológico Especial que a mortalidade de Covid-19 no DF caiu mais de quatro vezes após vacinação. O boletim apontou que o aumento da vacinação trouxe diminuição da letalidade entre os brasilienses. Entre março e dezembro de 2021, a Covid-19 caiu de 4,24% para 0,41% em Brasília.
Sobre a Covid-19
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de setembro de 2024, informam que, no mundo, pelo menos 13,64 bilhões de pessoas iniciaram o esquema vacinal. No Brasil, já foram aplicadas mais de 522 milhões doses. A estimativa da OMS é de que a doença já tenha levado a óbito pelo menos 7 milhões de pessoas e, no Brasil, a informação do Ministério da Saúde é de que mais de 713 mil pessoas faleceram em decorrência da covid-19.
A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes estratégias para proteger a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente.
Segurança
As vacinas contra Covid-19 ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) são eficazes, efetivas e seguras, possuem autorização de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e passam por um rígido processo de avaliação de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz, instituição responsável pela análise de qualidade dos imunobiológicos adquiridos e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para que as vacinas cheguem até a população brasileira, elas passam por um processo complexo de distribuição, coordenado pelo Ministério da Saúde.
Lembre-se: a segurança das vacinas é sempre uma das principais prioridades da OMS e das agências reguladoras nacionais. Todas as vacinas passam por rigorosas fases de testes clínicos antes de serem aprovadas para uso na população. Esses testes têm como objetivo garantir a segurança e a capacidade da vacina de proteger contra doenças.
As vacinas contra Covid-19 seguem esses mesmos requisitos rigorosos de segurança e eficácia. Uma vez aprovada, a implementação das vacinas continua a ser monitorada para identificar imediatamente qualquer preocupação em relação à segurança da vacina. Esse monitoramento é uma parte normal dos programas de imunização e é feito para todas as vacinas.
Conforme destacado pelo Instituto Butantan em seu site Fato ou Fake, não existe nenhuma evidência científica de que qualquer das vacinas aprovadas até hoje contra a Covid-19 leve à morte em uma década. As campanhas de imunização têm como objetivo aumentar a expectativa de vida da população, não diminuir.
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As referências usadas nesta matérias são as descritas abaixo:
- Não vacinados representam 75% das mortes por Covid-19, diz estudo brasileiro
- Países que não vacinaram têm menos casos de morte por Covid-19?
- Mortalidade de covid-19 no DF caiu mais de quatro vezes após vacinação
- Fato ou Fake
- Dados Covid no Brasil
- Dados de óbitos por Covid-19 no mundo
- Dados vacinação contra Covid-19 no Brasil
- Dados vacinação contra Covid-19 no mundo
- Segurança das vacinas Covid-19
- Imunização - Paho