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SAÚDE COM CIÊNCIA
Uso do flúor é indispensável para a prevenção da cárie dentária
Foto: Internet
O flúor é um elemento químico presente na natureza. Em concentração adequada na água potável, na pasta de dente e nos produtos utilizados em consultório odontológico, ele é eficaz para prevenir a cárie dentária. Por isso, o flúor é considerado indispensável para a prevenção e controle dessa doença, quando o consumo de doces e produtos açucarados faz parte dos hábitos alimentares da população, como é o caso do Brasil. No entanto, informações equivocadas estão sendo disseminadas nas redes sociais deixando boa parte dos profissionais de saúde e da população confusos e desinformados sobre aspectos fundamentais da utilização de fluoretos, forma química como o elemento é utilizado.
O Ministério da Saúde esclarece que o fluoreto age como protetor das superfícies dentárias uma vez que, na sua presença, a desmineralização do esmalte é dificultada, facilitando a manutenção e o retorno de minerais ao dente.
No Brasil, o fluoreto foi incorporado na pasta de dente a partir de 1988 e a fluoretação da água se tornou obrigatória por lei em 1974. O país dispõe, inclusive, do segundo maior sistema de fluoretação de águas de abastecimento público de todo o mundo – a primeira posição é ocupada pelos Estados Unidos. Dados de pesquisas científicas realizadas no Brasil demonstram que a fluoretação da água de abastecimento público foi uma das medidas mais eficazes para a saúde bucal da população brasileira, diminuindo drasticamente os índices de cárie, desde meados do século XX.
De acordo com o Ministério da Saúde, a fluoretação da água e o uso de creme dental fluoretado são considerados totalmente seguros em termos de toxicidade aguda. A aplicação profissional de fluoreto também é segura no consultório ou na escola. Nessas duas situações, quem recebe a aplicação é sempre orientado a não engolir o produto, pois para a sua ação protetora contra a doença, basta que entre em contato com os dentes, na cavidade bucal.
Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a fluoretação da água para consumo humano é uma medida preventiva de eficácia comprovada, que reduz a prevalência de cárie, em média, entre 50% e 65% em populações, após dez anos de exposição contínua à concentração recomendada. É um processo seguro, econômico e efetivo de prevenção. Por isso, seu uso no Brasil é uma importante estratégia de saúde pública, que beneficia milhões de pessoas, de todas as idades.
Benefícios
A pasta de dente ou creme dental com fluoreto é importante para diminuir a prevalência de cárie dentária. Todas as pessoas apresentam, em algum grau, perdas de minerais (desmineralização) dos dentes devido aos ácidos liberados pelas bactérias na presença de alimentos açucarados.
Entretanto, o indivíduo que não escova os dentes com pasta de dente fluoretada e não tem uma alimentação adequada, ingerindo com frequência alimentos e bebidas açucaradas e produtos ultraprocessados (que contém excesso de sal, gordura e açúcar), apresenta muito mais probabilidade de desenvolver cárie dentária. Por isso, é importante que se utilize pasta fluoretada pelo menos duas vezes ao dia durante a limpeza da boca. É possível também usar água fluoretada e creme dental fluoretado, pois não há incompatibilidade entre eles.
Dosagem correta
No momento da escovação, a orientação é que seja utilizado dentifrício fluoretado com no mínimo 1.000 ppm de flúor, pois os cremes dentais fluoretados são apontados como um dos fatores responsáveis pelo declínio da cárie dentária nos países desenvolvidos e no Brasil. Para ver a dosagem é simples, basta olhar no verso da embalagem a concentração do flúor (observar a quantidade em ppm – partes por milhão). O mais importante é a frequência diária de uso da pasta e não a quantidade de pasta colocada na escova.
Atenção
A ingestão de fluoreto na concentração recomendada pela legislação é segura. Ressalta-se que a ingestão prolongada de quantidade de fluoreto acima do recomendado durante a fase de mineralização dos dentes, antes de irromperem na cavidade bucal, pode levar ao desenvolvimento de uma anomalia conhecida como fluorose dentária, que se manifesta por manchas brancas, de tamanhos variados, visíveis na superfície dentária.
Por isso, é importante que os responsáveis supervisionem a escovação realizada pelas crianças, sempre atentos à colocação na escova de uma pequena quantidade do produto (semelhante a um grão de ervilha), conforme a "Diretriz para Prática Clínica na Atenção Primária à Saúde: Higiene Bucal na Infância". Além disso, recomenda-se que os responsáveis estimulem a criança, desde a idade em que começam a escovar os dentes, a sempre cuspir a espuma que se forma durante a escovação, no final da limpeza da boca. Esse hábito é importante, pois a deglutição da espuma não ajuda em nada na prevenção, mas faz com que parte do fluoreto do creme dental seja absorvido, aumentando o risco de fluorose dentária nos grupos de dentes permanentes que vão irromper (“nascer”) até por volta dos 18 anos de idade.
Guia
O Ministério da Saúde disponibiliza uma publicação, intitulada Guia de recomendações para o uso de fluoretos. Segundo esse documento, o Brasil registra atualmente um quadro epidemiológico bucal que se caracteriza pela redução na prevalência e gravidade da cárie dentária em crianças e adolescentes. Projeta-se para as próximas gerações um maior número de dentes presentes em adultos e idosos.
De acordo com o Guia, parte expressiva desse avanço deve-se a políticas públicas de saúde bucal adotadas em escala populacional, em especial aquelas com base no uso seguro de fluoretos.
Combate à desinformação
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Fontes:
As referências usadas nesta matéria são as seguintes: