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SAÚDE COM CIÊNCIA
Não há necessidade de desintoxicação após tomar vacina
Foto: Internet
Circulam nas redes sociais informações falsas sobre a necessidade de remover toxinas após a vacinação contra a Covid-19. Um perfil de um naturopata no Instagram afirma que é preciso eliminar toxinas presentes nas vacinas para reduzir inflamação, especialmente a proteína spike, e orienta as pessoas a realizar uma série de exames. Essas alegações não têm qualquer respaldo científico.
Também circulam boatos sobre um suposto aumento de casos de câncer, doenças autoimunes, infartos, tromboses e AVC causados pelas vacinas. Essas informações estão sendo retiradas do contexto e levando a população a temer a vacina. Desde o início da vacinação em 2021, houve uma redução significativa nas mortes e doenças graves relacionadas à covid-19.
Detox Vacinal e Desinformação
A prática do "detox vacinal", promovida como forma de "limpar" o organismo dos efeitos das vacinas, é uma pseudociência sem fundamentação científica. Além de ineficaz, essa prática pode ser perigosa à saúde pública. Produtos como dióxido de cloro e terapias alternativas são frequentemente associados a riscos ou ausência de efetividade para aquilo que se pretende proteger e não têm qualquer comprovação científica.
A adoção e promoção de terapias sem validação científica, como o detox vacinal, são antiéticas e, em alguns casos, criminosas, pois desviam a atenção de medidas comprovadas e comprometem a confiança na vacinação.
Proteína Spike
A proteína spike é uma parte essencial do vírus SARS-CoV-2, agindo como uma "chave" que permite ao vírus entrar nas células e se replicar. As vacinas contra a Covid-19 utilizam essa proteína de forma indireta, segura e eficaz, treinando o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la.
Alegações de que a proteína spike das vacinas causa danos permanentes ou é produzida indefinidamente são incorretas. O RNA das vacinas é instável e se degrada em até 30 dias, tempo suficiente apenas para treinar o sistema imunológico. Portanto, não há necessidade de desintoxicação ou exames especiais após a vacinação.
Mortes
Desde o início das campanhas de imunização, foi constatado uma redução significativa nas mortes e doenças graves relacionadas à Covid-19. As vacinas são a medida mais segura e eficaz para prevenir casos graves, e não há evidências científicas de que elas estejam associadas ao aumento de mortes súbitas.
Câncer
Também não há qualquer relação entre vacinas contra a Covid-19 e câncer. Teorias falsas, como o "câncer turbo", sugerem que os imunizantes, especialmente as vacinas de mRNA, acelerariam o desenvolvimento ou recorrência de cânceres, mas não há evidências científicas que sustentem essas alegações. O termo foi cunhado por grupos antivacinas para gerar medo e desinformação.
O National Cancer Institute, dos Estados Unidos, reafirma que as vacinas não causam câncer nem afetam negativamente a saúde nesse aspecto. Além disso, o mRNA presente nas vacinas não interage com o DNA humano e é eliminado do corpo após cumprir sua função. A pandemia atrasou milhões de exames de rastreamento de câncer, o que levou a diagnósticos tardios e tratamentos mais difíceis, mas isso não tem nenhuma ligação com a vacinação.
Efeitos colaterais raros da vacina AstraZeneca
A vacina AstraZeneca, amplamente utilizada no início da campanha de vacinação contra a covid-19, foi associada a um efeito colateral extremamente raro chamado Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT), identificado pela farmacovigilância. A STT ocorre em menos de um caso a cada 10 mil doses e envolve a formação incomum de coágulos sanguíneos acompanhados por baixa contagem de plaquetas. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) incluiu este evento na lista de efeitos colaterais muito raros em 2021.
Casos de trombose, independentemente da STT, são comuns na população geral e geralmente associados a fatores de risco como obesidade, neoplasias, tabagismo e imobilidade, por isso, quando associados à vacina são geralmente considerados coincidentes, isto é, sem relação com a vacinação. É importante destacar que o risco de eventos trombóticos é muito maior em pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 do que em vacinados. Desde 2022, o Brasil restringiu o uso de vacinas de vetor viral, como a AstraZeneca, dando preferência a outras plataformas. O Ministério da Saúde reforça que a vacina é segura e essencial na prevenção de casos graves de covid-19, e que informações distorcidas sobre seus efeitos adversos são falsas.
Derrames
Também é falso que a dose bivalente da vacina de covid-19 aumenta o risco de ter um derrame. Conforme o Instituto Butantan já destacou em sua página sobre covid-19, a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, chegou a investigar a hipótese após 130 relatos de derrames entre 550 mil idosos que tomaram a Pfizer bivalente, mas não foi encontrada nenhuma relação direta com o imunizante.
Segurança das vacinas
Fique atento a conteúdos sem fonte confiável para desacreditar as vacinas.
As agências de saúde globais monitoram continuamente a segurança das vacinas, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o CDC e a OMS. Antes de serem aprovadas e chegarem até a população, as vacinas são submetidas a rigorosos testes clínicos e revisões por pares.
A maioria dos eventos adversos às vacinas são leves e temporários e elas são rapidamente eliminadas pelo corpo.
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Fontes
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