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SAÚDE COM CIÊNCIA
A vacina BCG representa perigo para crianças?
Foto: Internet
Sabe aquela marquinha no braço que quase todo mundo tem? É um resultado natural do corpo à vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérindose, nome dado em homenagem aos seus criadores franceses). Ela é aplicada no braço direito para facilitar a identificação da cicatriz, em dose única, a partir do momento em que a criança nasce. O imunizante previne contra as formas graves da tuberculose (meningite tuberculosa e tuberculose miliar), uma doença contagiosa que afeta os pulmões, ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A vacina é segura e contribui reduzir os casos graves da doença.
Quando um bebê nasce, ele ainda não tem defesas suficientes para combater infecções causadas por vírus e bactérias. É por isso que, no primeiro ano de vida, o bebê recebe várias vacinas, mais do que em outras fases da vida. Essas vacinas são essenciais para proteger a saúde das crianças ao longo da vida.
Porém, fatores como a desinformação têm feito com que famílias e responsáveis decidam não vacinar as crianças. O estado do Espirito Santo, por exemplo, registrou 60,04% de cobertura da vacina BCG em 2023, a menor taxa do país no ano. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, nos seis primeiros meses de 2024, a cobertura vacinal desse imunizante atingiu 85,65% em todo o país. O número já se aproxima do índice preliminar de todo o ano de 2023, quando 81,84% das crianças menores de um ano foram vacinadas.
Vacina BCG
O imunizante é preparado com bacilos vivos, que é uma forma enfraquecida da bactéria que causa a tuberculose, o bacilo Mycobacterium bovis. Também contém glutamato de sódio e solução fisiológica.
A vacinação precoce é essencial para proteger as crianças contra as formas graves de tuberculose desde os primeiros dias de vida. Bebês e crianças, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, são mais vulneráveis aos efeitos da doença. Embora a vacina BCG não impeça uma pessoa de contrair tuberculose ao longo da vida, ela é altamente eficaz na prevenção de manifestações mais graves. Além disso, a vacina oferece uma proteção parcial contra outras doenças, como a hanseníase.
A vacina BCG é cientificamente comprovada como segura e eficaz, protegendo milhares de crianças anualmente. Disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina é administrada de forma intradérmica, ou seja, entre as camadas da derme e da epiderme da pele.
Geralmente, a vacina deixa uma cicatriz de até 1 cm de diâmetro no local da aplicação. A reação inclui uma mancha vermelha que evolui para uma pequena ferida e eventualmente cicatriza. Possíveis eventos adversos incluem úlceras grandes, gânglios ou abscessos na pele e disseminação do bacilo da vacina. Os gânglios ocorrem em cerca de 10% dos vacinados. Em caso de qualquer evento adverso, o serviço de vacinação deve notificar as autoridades de saúde e encaminhar o paciente para acompanhamento e tratamento adequados.
Não é necessário nenhum cuidado prévio para a vacinação. A reação no local da aplicação e a formação de cicatriz são esperadas e não necessita colocar nenhum medicamento e nem realizar curativo, basta limpar com água e sabão. A revacinação de crianças sem cicatriz não é mais recomendada pelo Ministério da Saúde desde fevereiro de 2019.
Contraindicações
A vacina BCG é contraindicada para bebês prematuros com menos de 2 kg; para pessoas imunocomprometidas, como as que vivem com HIV ou que estejam recebendo tratamento imunossupressor; e recém-nascidos de mães que usaram medicamentos que possam causar imunossupressão no feto durante a gestação também não devem receber a vacina nos primeiros seis meses de vida.
Importância da vacinação
Com a Caderneta da Criança, o Ministério da Saúde disponibiliza informações sobre o ciclo de crescimento e as vacinas aplicadas em cada etapa da vida. Todos os imunizantes indicados na caderneta são oferecidos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Vacinar os pequenos com as doses recomendadas é fundamental para evitar o adoecimento, além de complicações e óbitos devido às doenças imunopreveníveis. Isso porque as vacinas atuam no sistema imunológico criando anticorpos e protegendo a saúde da criança.
Todos as vacinas que integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguras, registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Combate à desinformação
Antes de repassar um conteúdo sobre saúde, busque informação em fontes confiáveis e, se possível, com dados cientificamente comprovados. Verifique a fonte e descarte narrativas sensacionalistas e que representam teorias da conspiração sem nenhum embasamento na realidade.
Vacinas salvam vidas!
Fontes
As referências usadas nesta matéria são: Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação; Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024; Tuberculose - Ministério da Saúde; e BCG - Ministério da Saúde.