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SAÚDE COM CIÊNCIA
Combate à desinformação na área da saúde: uma luta de todos
Navegar pela internet, em especial pelas redes sociais e grupos de mensagens instantâneas, é um caminho fácil para cair em conteúdos enganosos. Todo mundo, pelo menos uma vez, já se deparou com uma mensagem encaminhada por um familiar ou amigo que afirma que vacinas causam câncer ou, então, leu um comentário de uma pessoa em alguma postagem que diz que uma pesquisa de uma renomada universidade internacional comprovou que um medicamento pode curar a dengue. Será?
Todo cuidado é pouco quando se trata de informações relacionadas à saúde. Por isso, antes de repassar uma mensagem à família e aos amigos, saiba como identificar uma desinformação e onde procurar conteúdos confiáveis sobre saúde.
Desinformação na área da saúde
Quem lembra do impacto causado pela desinformação durante a pandemia da covid-19? O uso de drogas ineficazes, por exemplo, foi amplamente divulgado no período. Além disso, diversos grupos desqualificavam medidas de segurança e eficácia comprovada, como o uso de máscara e a vacinação. Esses exemplos de desinformação colocaram vidas em risco.
As narrativas falsas sobre vacinas desestimularam a procura da população pelos imunizantes no Brasil, país que sempre foi referência mundial em vacinação. A confiança da população e a alta cobertura vacinal deu ao Brasil o status de eliminar de circulação, em 2016, o sarampo.
É importante lembrar que vacinas salvam vidas. Elas são eficazes e figuram entre os medicamentos mais seguros para uso humano. Os imunizantes continuam sendo a estratégia mais segura para a proteção de diversas doenças.
A queda das coberturas vacinais começou a ser notada a partir de 2016, resultado de múltiplos fatores. Entre eles, a disseminação de desinformação sobre os imunizantes. O poder das fake news é tão grande que pode destruir políticas públicas, comprometer investimentos em saúde e colocar a população em risco.
Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca a desinformação como uma das principais ameaças à saúde global.
Em 2023, graças às intensas ações e campanhas de vacinação, houve uma retomada positiva da cobertura. O Brasil registrou aumento da vacinação de 13 das 16 principais vacinas do calendário do PNI, se comparado com 2022.
A média de alta nos imunizantes que apresentaram recuperação foi de 7,1 pontos percentuais, sendo que nacionalmente a que mais cresceu em cobertura foi a tríplice bacteriana, com 9,23 pontos, passando de 67.4% para 76,7%.
Como identificar uma Fake News
As narrativas falsas estão cada vez mais elaboradas e com “aparência” de verdadeiras. Uso de sites que parecem confiáveis, citação de renomados médicos, imagens de personagens reais em situações distorcidas e muitos outros artifícios. Mesmo assim, é possível, com cuidado e atenção, identificar conteúdos falsos. Veja abaixo algumas dicas:
- Confira se a fonte é confiável: procure sites oficiais e mais conhecidos sobre os assuntos divulgados, em especial sobre saúde. Faça pesquisas em sites de busca e veja se há outras fontes falando sobre o mesmo tema.
- Verifique a data de publicação do conteúdo: uma estratégia de grupos de desinformação é usar informações verdadeiras, mas fora do contexto. Publicações antigas como se fossem do momento atual, fotos reais, mas sobre outro assunto, falas verdadeiras, mas editadas e tiradas do contexto. A checagem é a melhor análise.
- Leia toda a notícia e não apenas o título: em geral, as Fake News usam títulos chamativos e que já colocam dúvida sobre algum tema. Leia a matéria completa e siga as orientações de checagem de fonte, data, etc.
- Desconfie de narrativas muito apelativas, sensacionalistas e com excesso de adjetivos: a desinformação adora um tom mais “dramático”. O uso de adjetivos e a intenção de levar o leitor para uma zona de “medo”, “dúvida” ou indignação estão sempre presentes. Perceba se querem desacreditar algo que, geralmente, a ciência já comprovou com fatos e dados.
- Pesquise os fatos e números citados: muitas vezes podem aparecer dados que parecem reais, mas só existem dentro daquela informação. Pesquise em sites oficiais sobre o assunto. A internet possibilita a divulgação de diversos dados públicos. Aproveite!
- Citação de fontes: ao ler uma notícia falsa, sempre há a citação de um renomado médico que ninguém ouviu falar, ou de uma pesquisa de uma famosa universidade internacional que só quem divulga tem acesso. Novamente, faça a pesquisa dessas fontes em sites de busca e confira quem são e se há citações dessas pessoas em outros sites de confiança.
E LEMBRE-SE! Não repasse conteúdos sem ter certeza da veracidade!
Quer uma fonte confiável?
Aposte no programa Saúde com Ciência! A iniciativa interministerial promove e fortalece as políticas públicas de saúde e valoriza a ciência. O objetivo da ação é divulgar informações responsáveis e verificadas para combater os efeitos negativos da desinformação.
O programa é coordenado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e conta com o apoio da Advocacia-Geral da União (AGU), da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A ação já conseguiu, por exemplo, desmentir criadores de conteúdos enganosos e provar que a ivermectina não é um medicamento eficaz no combate à dengue. Diversos jornais usaram o Saúde com Ciência como fonte primária e divulgaram a informação aos leitores.
Toda semana o portal do Saúde com Ciência divulga diversas informações que desmentem notícias falsas e tiram dúvidas da população com base em evidências científicas. Os destaques também são publicados nas redes sociais oficiais do Ministério da Saúde. Acesse o portal do programa Saúde com Ciência aqui. O combate à desinformação é um compromisso de todas as cidadãs e cidadãos! Contamos com você.
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