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GESTAÇÃO PROTEGIDA
Vacinas e gravidez: uma combinação que garante saúde
Vacinas protegem vidas e, durante a gravidez, elas são ainda mais importantes e agem em dose dupla, garantindo proteção à saúde da gestante e do bebê. Mulheres grávidas ficam mais suscetíveis ao adoecimento e complicações quando contaminadas por agentes infecciosos, já que o sistema imunológico sofre diversas alterações. Mesmo neste cenário, há muitas desinformações sobre a vacinação da gestante e a segurança das vacinas, o que gera receio e redução na adesão à vacinação.
Além disso, há ainda as recomendações estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e indicações médicas, baseadas em evidências técnico-científicas. Caso a mãe seja contaminada, a saúde do feto também pode ficar comprometida e, em alguns casos, podem ocorrer malformações fetais, parto prematuro, aborto espontâneo e até morte fetal. Com a vacinação, os anticorpos da mulher são transferidos para a criança pela placenta e, após o nascimento, por meio da amamentação, promovendo a imunização passiva do bebê, até que estes possam iniciar os esquemas primários de vacinação, conforme recomendações do Calendário Nacional de Vacinação.
Vale lembrar, mais uma vez, que vacinas são seguras e salvam vidas. Agora, veja quais as vacinas que toda grávida deve tomar e os motivos para garantir a proteção e uma vida saudável durante a gestação e depois do parto. E o melhor: elas estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Vacinação (SUS).
Vacinas recomendadas
1. Dupla adulto (dT): protege a gestante contra a difteria e tétano acidental e os recém-nascidos contra a difteria e o tétano neonatal (que pode ocorrer nos primeiros 28 dias de vida, associado ao deficiente cuidado de higiene com o coto umbilical e/ou higiene com o bebê).
A vacinação com dT em gestantes deve atender aos seguintes critérios:
- Gestante NÃO vacinada previamente contra difteria ou tétano ou com esquema de vacinação não atualizado para estas doenças: administrar três doses de vacina contendo toxoide tetânico e diftérico com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias. Sendo duas doses de dT em qualquer momento da gestação e uma dose da vacina dTpa a partir da 20ª semana;
- Gestante vacinada com uma dose de dT: uma dose de dT, em qualquer momento da gestação, e uma dose da vacina dTpa, a partir 20ª semana de gestação. Intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias;
- Gestante vacinada com duas doses de dT: administrar uma dose da vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação; e
- Gestante vacinada com três doses de dT: administrar uma dose da vacina dTpa, a partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação.
2. Vacina dTpa: a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto [difteria, tétano e pertússis (acelular)] possui recomendação de administração a cada gestação. Além de proteger a gestante e evitar que ela transmita a coqueluche (causada pela bactéria Bordetella pertussis) ao recém-nascido, a vacina dTpa permite a transferência de anticorpos maternos ao feto, protegendo-o nos primeiros meses de vida, até que ele possa iniciar o esquema de vacinação primário contra a coqueluche, aos dois meses de idade.
A vacinação com dTpa em gestantes deve atender aos seguintes critérios:
- A administração deve ser feita a partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação;
- Caso a mulher não tenha sido vacinada, oportunamente, durante a gestação, a vacina dTpa deve ser administrada no puerpério, o mais precocemente possível, até 45 dias pós-parto.
3. Vacina hepatite B: a doença é causada por vírus e pode ser transmitida da mulher para o bebê durante a gravidez, no momento do parto ou, até mesmo, durante a amamentação, se houver ingestão de pequenas quantidades de sangue pela criança, em casos de fissuras nos mamilos da mãe. Ao longo da gestação, a infecção aumenta o risco de parto prematuro.
- Qualquer idade gestacional: três doses (0, 1 e 6 meses), considerando o histórico de vacinação anterior e os intervalos preconizados entre as doses. Caso não seja possível completar o esquema vacinal durante a gestação, a mulher deve concluir após o parto, oportunamente.
4. Vacina influenza (gripe): este imunizante é a melhor forma de prevenir a gripe e é muito importante que as gestantes estejam protegidas durante o período de maior circulação dos vírus da doença, evitando assim as complicações da doença. A estratégia de vacinação ocorre anualmente, sendo recomendada a administração da vacina em qualquer idade gestacional e durante o puerpério (até 45 dias após o parto).
5. Vacina covid-19: a vacinação contra a covid-19 durante a gravidez e o puerpério tem sido recomendada amplamente para prevenir formas graves da doença e mortes. Adicionalmente, os bebês têm risco de complicações associadas à doença, incluindo insuficiência respiratória e outras complicações graves, logo a transferência de anticorpos (IgG) maternos para o feto é um benefício adicional da vacinação de gestantes.
- Puérperas e gestantes em qualquer idade gestacional têm recomendação para vacinação contra covid-19
- Devem receber duas doses da vacina covid-19 monovalente (XBB), da fabricante Moderna, com intervalo mínimo de seis meses entre as duas doses. (podendo receber até duas doses no período gestacional)
Informações adicionais:
Acesse também a Instrução Normativa do calendário de vacinação – 2024
Vale lembrar que as vacinas disponibilizadas pelo PNI atendem às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após ampla avaliação quanto à eficácia e segurança. Além disso, elas passam por rigoroso controle de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade (INCQS).
Fontes: