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MEDICAMENTO ILEGAL
Fosfoetanolamina não é autorizada para tratamento contra câncer
Foto: Divulgação
Já imaginou fazer tratamento contra um câncer e ter a sua imagem associada a um medicamento ilegal, sem comprovação científica quanto à eficácia e que você não usou? Foi isso que aconteceu com Paulo Peregrino, paciente que entrou em remissão da doença com o tratamento Car-T Cell (terapia que usa células do próprio corpo para combater o tumor). A foto de Paulo foi divulgada em um anúncio da fosfoetanolamina, conhecida popularmente como “pílula do câncer”, por prometer a cura da doença.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a substância não possui autorização ou registro para uso como suplemento alimentar ou medicamento no Brasil. Segundo a legislação brasileira e padrões internacionais, a comercialização do produto só pode ocorrer com a aprovação da Anvisa.
Para que qualquer medicamento seja vendido, é necessária a apresentação do pedido de registro com testes de qualidade, segurança e eficácia para análise.
Riscos do uso de produtos não registrados
A segurança e eficácia da fosfoetanolamina não tem comprovação científica, mas é vendida pela internet como “a esperança para o combate ao câncer”. Além disso, o anúncio enganoso informa que é "sem tratamento doloroso, sem queda de cabelos, sem enjoo ou ânsias". O conteúdo ainda traz que "estudos sugerem potencial na ativação do sistema imunológico contra o câncer". Além de tentar enganar o consumidor, a propaganda também é irregular.
Segundo o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Roberto Gil, discussões anteriores sobre o assunto já mostraram a falta de eficácia do medicamento para o tratamento de câncer. "A sua utilização como suplemento nutricional, eventual, não deve ser considerada como uma ferramenta para o combate à doença."
É importante lembrar que não se deve substituir terapias comprovadas para o tratamento da doença por alternativas sem evidência científica, que podem colocar o paciente em risco de vida. O alerta é para que pacientes não abandonem tratamentos médicos para utilizar terapias não autorizadas e de eficácia desconhecida, como é o caso da fosfoetanolamina.
Utilizar produtos não registrados pela Anvisa para tratar câncer é extremamente arriscado. Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação.
A ciência médica é fundamentada em dados e evidências rigorosas. Por isso, os critérios para a aprovação de novos tratamentos são estabelecidos para proteger a saúde dos pacientes.
Fiscalização
Por ser uma substância que não possui um produto regularizado junto à Anvisa, o termo fosfoetanolamina está presente na lista de busca do Epinet (Exclusão de Produtos Irregulares da Internet), no qual, desde a criação dessa ferramenta, em 2021, já foram registrados 57 incidentes, com taxa de sucesso na retirada desses produtos da internet de 97,73%.
Desinformação pode matar!
Câncer é uma doença séria e deve ser tratada com protocolos regulares, indicados por profissionais de saúde registrados. Não acredite em promessas fáceis e soluções mágicas para tratamento de qualquer doença. Recebeu algum conteúdo sobre o tema? Não repasse. Desinformação pode matar!
Fontes:
Anvisa esclarece: fosfoetanolamina não está autorizada para tratamento do câncer