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Doença X
Mitos e verdades sobre o Fórum Econômico Mundial e a “Doença X”
- Foto: Freepik
A saúde está mais uma vez na mira da desinformação. Circula nas redes sociais e em grupos de aplicativos de mensagens a teoria de que autoridades, entre elas a ministra da Saúde, estão no Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça, tramando a criação de uma doença, chamada “Doença X”, como justificativa para as mortes de pessoas em razão da aplicação de vacinas.
A alegação é totalmente falsa e nós vamos explicar os motivos para você.
O que é a “Doença X”?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) utiliza o termo “Doença X” para referir-se a uma provável doença que possa afetar o mundo. O objetivo é traçar estratégias, investir em pesquisas e desenvolver tecnologias de enfrentamento a possíveis epidemias e pandemias. A OMS usa a “Doença X” para se planejar e evitar o aparecimento de doenças infecciosas desconhecidas e assim, proteger a população mundial.
Paralelo à “Doença X”, a OMS realiza esse mesmo trabalho de monitoramento, prevenção e planejamento a doenças reais, como covid-19, ebola, vírus Zika, febre hemorrágica da Crimeia-Congo, Síndrome Respiratória do Médio Oriente (Mers-CoV) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), entre outras. E como epidemias e pandemias afetam não só a saúde, mas também a economia mundial, a “Doença X” está sendo discutida durante a 54ª edição do Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, entre 15 e 19 de janeiro de 2024.
Com papel fundamental na garantia da saúde e da economia mundiais, o Brasil está representado no Fórum Econômico Mundial pelos ministros da Saúde, Nísia Trindade, do Meio Ambiente, Marina Silva, de Minas e Energia, Alexandre Silveira e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Um dos painéis que contaram com a participação da ministra da Saúde foi intitulado “Preparando-se para a Doença X" (Preparing for Disease X, em inglês) e liderado pelo chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. O encontro debateu os esforços necessários para preparar os sistemas de saúde dos países para os diversos desafios que podem surgir com uma nova pandemia.
Durante o painel, a ministra destacou os aprendizados do Brasil no enfrentamento da pandemia da covid-19 e sugeriu caminhos para o futuro: investimento em tecnologia e inovação e na redução da desigualdade entre os países, especialmente no que se refere ao desenvolvimento e produção de medicamentos, vacinas e testes diagnósticos.
Nísia reforçou também que o Brasil, enquanto líder do G20, propõe uma aliança para incentivar a produção em nível local e regional de insumos para a saúde. "Ao mesmo tempo, é muito importante que haja uma visão integrada da vigilância de possíveis novos surtos, novas epidemias ou riscos pandêmicos. Essa vigilância deve ser vista de uma forma integral, iniciando na atenção primária à saúde e fortalecendo os centros de inteligência epidemiológica no país para que essa vigilância possa ser melhor orientada", destacou.
Durante o evento, a ministra participa de encontros bilaterais, painéis e rodas de conversa em que vai apresentar ao mundo as prioridades do Brasil na presidência do G20, especialmente o estabelecimento de aliança local e regional para a inovação e produção de vacinas, medicamentos e outros insumos estratégicos de saúde, principalmente para doenças socialmente determinadas.
Mudanças climáticas x Saúde
A representante da pasta também participa de debates sobre a relação entre as mudanças climáticas e a saúde das pessoas e do planeta. “Trago ao debate a importância de sistemas de saúde resilientes e com equidade, que é o que defendemos no Brasil desde a construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Participamos tanto dos planos de mitigação, frente às emergências climáticas, quanto do processo de transformação”, afirma Nísia.
A ministra lembra que o Brasil trabalha para uma política de industrialização que tem uma perspectiva sustentável e de redução das emissões de carbono, denominada Complexo Econômico Industrial da Saúde. “É uma agenda intensa, importante para o país e importante para a defesa da visão de sistemas de saúde com mais equidade, capacidade de resposta frente à emergência e na construção, também, de um mundo de paz, no qual a saúde tem um papel determinante”, conclui.
O Ministério da Saúde já trabalha a temática e instituiu um grupo de trabalho para elaboração do Plano Setorial de Adaptação à Mudança do Clima, com estratégias de adaptação do SUS à mudança do clima e um plano de ação para amenizar os impactos na saúde da população, em especial as mais vulneráveis.
Posso confiar nas vacinas?
Sim! As vacinas capacitam e fortalecem o sistema imunológico, proporcionando uma resposta eficaz e prevenindo doenças. Além de proteger as pessoas, elas também contribuem para a imunidade coletiva, reduzindo a disseminação de doenças.
É importante lembrar que as vacinas aplicadas no Brasil são seguras e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também faz o controle sanitário da produção e do consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária.
A aplicação das vacinas, de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), segue todas as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Mesmo após a comercialização e administração em massa das vacinas na população, elas continuam sendo monitoradas e avaliadas, de forma contínua e sistemática, pelas autoridades de saúde pública (Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações e Anvisa).
O que devo fazer?
Não acredite em teorias da conspiração sobre a vacinação. Siga as orientações das autoridades de saúde pública e mantenha a caderneta de vacinação de toda a família em dia. Confira o calendário nacional de vacinação.
Combate à desinformação
Vamos juntos enfrentar a desinformação? Narrativas falsas são muito perigosas e podem matar. Por isso, não repasse informações duvidosas. Questione textos apelativos, fontes não conhecidas, ausência de autor ou citação de autoridade sem nenhuma referência e, ainda, conteúdos que claramente têm a intenção de deixar o leitor com medo.
Proteja a sua saúde. Não compartilhe desinformação!
Ministério da Saúde