Notícias
SAÚDE COM CIÊNCIA
Brasil amplia cobertura vacinal de 15 das 16 vacinas do calendário infantil
Foto: Matheus Damascena-MS
“Temos trabalhado de uma maneira ativa para a recuperação da ciência da saúde e das coberturas vacinais, que está no Estatuto da Criança e do Adolescente como um direito das nossas crianças e dos nossos jovens”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante audiência pública conjunta das comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, nesta quarta-feira (11).
A ministra da Saúde foi convidada a participar da reunião, que teve como um dos principais objetivos apresentar aos senadores as ações do Ministério da Saúde em 2024 e as metas do órgão para 2025. Outro tema da audiência foi a regulamentação da Lei nº 14.878, que estabelece a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências.
Avanço da cobertura vacinal
Este ano, o Brasil recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a recertificação de país livre do sarampo. O título já tinha sido conquistado em 2015, mas foi perdido em 2019. Após diversas ações do governo federal para aumentar a cobertura vacinal, o país recuperou o status.
“Eu queria saudar aqui todos os trabalhadores e trabalhadoras da saúde e todos que nos apoiaram na reconstrução do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Saúdo todos os profissionais que contribuíram para isso, a sociedade, as sociedades científicas e aqueles trabalhadores que estão lá a ponta, no interior do país, para fazer essa vacinação”, agradeceu Nísia.
Pioneiro em campanhas de vacinação e exemplo para o mundo, o Brasil atingiu em anos anteriores índices de vacinação abaixo do esperado. Até o momento, as principais imunizações já passam da faixa de 90% de cobertura. De acordo com a ministra, o Brasil deve atingir, este ano, a meta de 95% de crianças vacinadas para sarampo, rubéola e rubéola congênita.
“O sarampo não foi um fato isolado, tivemos o aumento das coberturas vacinais de 15 das 16 principais vacinas do calendário infantil. Superamos a meta em três delas, BCG para tuberculose, a vacina de reforço de poliomielite e a tríplice viral que protege para sarampo, caxumba e rubéola”, explicou Nísia.
A primeira dose da tríplice viral - que protege contra sarampo, caxumba e rubéola - cresceu de 80,7% para 96,3% em menos de dois anos. E a imunização contra a poliomielite aumentou de 67,7% para 100% das crianças.
O reconhecimento do trabalho realizado pela pasta também foi percebido internacionalmente, quando o Brasil saiu da lista dos 20 países que menos vacinam no mundo, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A representante do executivo finalizou a temática afirmando que o abastecimento de vacinas no Brasil é um problema e deve ser debatido. Apesar dos desafios, pelos resultados da vacinação, fica claro que a população está mais vacinada e as crianças e os jovens mais protegidos.
2025
Para o próximo ano, destacou que o país tem um orçamento robusto de R$ 7,2 bilhões pronto já para 2025 – sem contar eventuais futuras incorporações. São 260 milhões de doses fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Desinformação na área da saúde
Entre os desafios enfrentados pelo Ministério da Saúde, Nísia citou os novos modelos de informação e comunicação e o impacto na saúde e na democracia. “Falo de novas formas de relacionamento social também na questão das redes sociais e do impacto da desinformação, além do desafio de nos comunicarmos sobretudo com a juventude, como caminho para a valorização da ciência, da saúde e da democracia”, explicou.
A ministra citou o programa Saúde com Ciência, iniciativa interministerial de combate à desinformação na área da saúde e valorização da ciência, liderada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e pelo Ministério da Saúde, além de outros parceiros.
A ação já analisou, em um ano de atuação, 100 mil conteúdos, mostrando que há uma prevalência de narrativas contra vacinas, conteúdos conspiratórios e receitas de detox vacinal.
“Os exemplos são muitos, desde vacinas que causam alteração em material genético, até mesmo dizer que o câncer de mama não existe. São atitudes muitas vezes criminosas e que, como tal, precisam ser combatidas”, defendeu a representante do executivo.
Conscientização da sociedade
Para enfrentar de forma mais eficiente o problema da desinformação na área da saúde, é preciso o envolvimento de toda a sociedade, passando pela educação midiática, senso crítico da população e discernimento para identificar possíveis conteúdos falsos e enganosos. É preciso verificar em fontes oficiais e confiáveis as narrativas recebidas antes de repassá-las
O Saúde com Ciência disponibiliza em seu portal conteúdos verificados e baseados em evidências científicas que podem orientar a sociedade sobre o que é fato e o que é boato na área da saúde, em especial no que diz respeito a narrativas duvidosas sobre vacinas.
Marcela Saad
Ministério da Saúde