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Covid-19
Países que não vacinaram têm menos casos de morte por Covid-19?
- Foto: Myke Sena /MS
De tempos em tempos, notícias falsas que tentam descredibilizar a eficácia e a segurança das vacinas contra a Covid-19 voltam a circular nas redes sociais e em aplicativos de mensagem. Uma delas diz que a comunidade religiosa Amish, que vive nos Estados Unidos e não adotou a vacina contra Covid-19 e outras medidas sanitárias de proteção, teve uma taxa de mortalidade por coronavírus "muito menor" em relação ao resto da população estadunidense que foi imunizada contra a doença.
O que aconteceu foi justamente o contrário: desde o início das campanhas de vacinação contra a Covid-19 em 2021, a mortalidade começou a diminuir na população em geral, enquanto permaneceu alta entre a comunidade Amish. Fake news como essa disseminam informações inverídicas, que podem influenciar muitas pessoas a não se vacinarem - colocando suas vidas em risco. Conheça os fatos para não cair nos boatos e entenda como a vacinação pode fortalecer a saúde pública em todos os países.
Como estão a imunização contra a Covid-19 e a mortalidade pela doença no mundo?
Dados da OMS (outubro de 2023) informam que, no mundo, pelo menos 5,6 bilhões de pessoas iniciaram o esquema vacinal. No Brasil, já foram aplicadas mais de 518 milhões doses. A estimativa da OMS é de que a doença já tenha levado a óbito pelo menos 20 milhões de pessoas e, no Brasil, a informação do Ministério da Saúde é de que mais de 700 mil pessoas faleceram em decorrência da Covid-19.
Desigualdade - Ainda de acordo com a OMS, pelo menos 3 bilhões de pessoas no planeta estão sem acesso a qualquer vacina contra a Covid-19. Essas pessoas podem contrair o coronavírus e desenvolver a forma mais grave da doença, que tem risco elevado de morte. A desigualdade atravessa a saúde pública mundial: enquanto países como Chile, Cuba e Japão aplicaram mais de três doses por pessoa, mais de 70 países no mundo aplicaram menos de uma.
Das 13,4 bilhões de doses aplicadas no planeta, apenas 800 milhões foram administradas no continente africano, que tem uma população de quase 1,4 bilhão de pessoas. Mais de 70% da população africana não recebeu nenhuma dose segundo a OMS, o inverso da meta da Organização para 2022, que era vacinar 70% da população de cada país com o esquema primário. Pessoas parcialmente vacinadas (esquema básico incompleto) somam 29%, as que completaram a primeira etapa de vacinação chegam a 25,6%, e as que receberam alguma dose de reforço são apenas 3,1%. Desde o início da pandemia, a África registrou 175 mil mortes por Covid-19.
O que dizem os números?
Desde o início da vacinação contra a Covid-19, em dezembro de 2020 no Reino Unido, as estatísticas globais de saúde pública vêm apontando que: quanto MAIOR o índice de imunização de um país, MENOR sua taxa de mortalidade pela doença.
Em novembro de 2021, os países da União Europeia com as maiores taxas de vacinação contra a Covid-19 tiveram menos mortes por milhão de habitantes nas duas primeiras semanas. De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), das 27 nações do bloco, só duas tinham menos de 50% da população adulta completamente imunizada: a Romênia (42,8%) e a Bulgária (29,2%). Esses dois países tiveram as maiores taxas de mortes proporcionais ao tamanho da população nos primeiros 14 dias daquele mês. A Bulgária liderava o ranking, com mais de 324 mortes por milhão de habitantes. A Romênia apresentou 267,4 mortes por milhão de habitantes.
Em junho de 2023, pouco tempo depois da OMS ter decretado o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à Covid-19, o diretor regional europeu da Organização advertiu que a Europa não pode baixar a guarda diante da pandemia, que ainda mata quase mil pessoas por semana no continente.
No Brasil, um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos mostrou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em pessoas que não foram imunizadas contra a doença. A população idosa não vacinada morreu quase três vezes mais do que a imunizada. No público com menos de 60 anos, o número de mortes de pessoas não vacinadas foi 83 vezes maior do que entre as imunizadas.
Os resultados dessa pesquisa confirmam outros trabalhos já publicados, como o estudo com dados de 90 países divulgado pelo Journal of Global Health que revelou: a cada aumento de 10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%. Por tudo isso, a necessidade de dar continuidade à imunização em escala global ainda existe e é urgente em vários países.
Vacine-se!
Tem dúvidas sobre que outras vacinas são adequadas a você e sua rede de familiares e amigos? Confira o calendário nacional de vacinação.
Receber apenas a primeira dose de imunizantes com esquema primário de duas doses confere uma imunidade parcial contra a infecção pelo coronavírus. É necessário completar o esquema vacinal para prevenir a infecção, o adoecimento grave e a transmissão da Covid-19 a outras pessoas. Se ainda não completou o ciclo vacinal ou está com alguma dose em atraso, vá até a unidade de saúde mais próxima para se vacinar. E faça parte do Movimento Nacional pela Vacinação!
Existe vacina contra a desinformação?
Para além das iniciativas que o Ministério da Saúde lidera, você também pode atuar como agente de combate à desinformação. Aprenda a checar conteúdos duvidosos, informe seus círculos de convivência sobre os perigos das notícias falsas, notifique as instituições responsáveis por coibir e esclarecer as fake news que você identifica, denuncie casos de calúnia e difamação às autoridades competentes e, na dúvida, nunca repasse aquela mensagem suspeita. Se você receber informações duvidosas sobre saúde, envie aqui.
Fonte:https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/548
https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/618
Ministério da Saúde