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Eu quero me exercitar
Outubro Rosa: como a atividade física contribui para a prevenção do câncer de mama?
Câncer é uma doença causada pelo crescimento desordenado das células, que podem se desenvolver em diferentes partes do corpo, assim como invadir tecidos e órgãos próximos ou à distância.. Essa e diversas informações podem ser acessadas no site do Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, o qual desenvolve e coordena as ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.
De acordo com o INCA, o câncer de mama se desenvolve a partir de mutações genéticas, ou seja, alterações no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades funcionais. Esse câncer pode se desenvolver tanto nas mamas de homens quanto de mulheres, sendo raro no público masculino.
Por isso, com o objetivo de reforçar a conscientização acerca da doença e da sua prevenção, a campanha do Outubro Rosa foi criada. Uma mobilização que teve início nos Estados Unidos e hoje alcança dimensões internacionais, sendo uma das mais reconhecidas campanhas de conscientização sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama. Esse alerta é o mais importante, pois o quanto antes for descoberta, melhor será o controle da doença.
A atividade física como meio de prevenção
Sabendo que o câncer surge a partir de erros celulares causados por mutações genéticas, é possível evitar ou diminuir o risco desse processo ocorrer? O INCA apresenta algumas informações de que sim, é possível evitar o câncer por meio de mudanças comportamentais. Segundo o instituto, cerca de 30% dos casos da doença podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: manter o peso corporal saudável, ter uma alimentação adequada e saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e praticar atividade física regularmente.
Por isso, dentre os diversos hábitos saudáveis, a prática de atividade física pode contribuir para a prevenção do câncer de mama. De acordo com Leonessa Boing, doutora em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), existem diversas evidências científicas mostrando o importante papel da atividade física para a prevenção do câncer de mama.
As recomendações atuais são de, pelo menos, 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas a vigorosas, afirma Leonessa, e as evidências mostram que a atividade física realizada no lazer ou no tempo livre também tem relação com a prevenção de alguns tipos de câncer, inclusive o de mama. A especialista explica ainda que os estudos mostraram que um maior tempo total de atividade física está associado a um menor risco do diagnóstico do câncer de mama.
Mas por que isso acontece? O motivo está no mecanismo que a atividade física tem para diminuir os hormônios femininos relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama, como estrogênio e progesterona, e aumentar a globulina ligadora de hormônios sexuais, uma proteína produzida no fígado que atua no transporte desses hormônios no sangue. De acordo com Leonessa, todos esses fatores estão relacionados à incidência do câncer de mama e foram evidenciados em estudo publicado na revista Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention, conduzido pela professora Brigid Lynch, do Cancer Council Victoria da Australia.
A atividade física como meio de tratamento
Além da prevenção, a atividade física também é importante para quem está com câncer de mama, por oferecer benefícios físicos e psicológicos. Do ponto de vista físico, a prática está associada à redução dos efeitos colaterais do tratamento, melhora da aptidão física, fortalecimento de músculos e ossos, melhora da mobilidade e maior qualidade de vida. Já do ponto de vista psicológico, a atividade física pode reduzir os sintomas depressivos, melhorar a autoestima e a imagem corporal.
Diante de todas essas evidências, não há dúvidas de que é seguro praticar atividade física em qualquer fase do tratamento oncológico, caso não haja contraindicações específicas. É o que reforça a profissional especialista em Ciências do Movimento Humano: “Na verdade, não só podem como devem, pois já se sabe dos benefícios da prática para a diminuição dos efeitos colaterais do tratamento, bem como para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar desses pacientes. Uma caminhada diária, um alongamento no parque, a prática do pilates, da dança, da ioga. Qualquer movimento é importante e pode auxiliar essas pacientes”.
A dança especificamente é uma prática que trabalha o corpo todo, fortalecendo a musculatura e melhorando a mobilidade dos membros superiores, o que é importante depois do tratamento do câncer de mama, especialmente da mastectomia, explica Leonessa. Além disso, é uma modalidade especialmente capaz de melhorar a imagem corporal, tanto nas pacientes que fizeram mastectomia (retirada das mamas), quanto nas que fizeram a cirurgia conservadora da mama.
A especialista explica, ainda, que escolher uma prática que promova a socialização com outras mulheres que também passaram pelo câncer de mama pode trazer benefícios emocionais, fazendo com que a paciente se sinta acolhida e compartilhe as suas experiências com as outras. Mas o mais importante é escolher uma modalidade que dê satisfação e gere bem-estar, pois assim ela será constante na vida de quem a pratica.
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