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Eu quero parar de fumar
O tabagismo e o câncer de boca: fumar é o principal fator de risco
Muito já se fala sobre a relação estreita entre o câncer e o hábito de fumar. Esse essa consequência do uso de produtos de tabaco surge, inclusive, como uma das mais lembradas entre as pessoas e, claro, uma das mais temidas. Vale dizer que esse medo não é em vão, pois o tabagismo é responsável pelo surgimento de pelo menos 50 doenças, incluindo diversos tipos de câncer.
Para se ter uma ideia ainda maior da gravidade, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostra que a fumaça do tabaco contém mais de 7 mil compostos e substâncias químicas. Pelo menos 69 desses produtos provocam câncer, segundo estudos apontados pelo INCA. Assim, fica fácil entender que até mesmo o tabagismo passivo é perigoso.
Aprofundando um pouco mais nesse universo de enfermidades relacionadas ao fumo, o câncer de boca surge como um dos mais recorrentes entre os fumantes, e pertence ao grupo de tumores de cabeça e pescoço. Uma doença que afeta principalmente o público masculino.
É bom lembrar que o perigo do cigarro e de outros produtos de tabaco ganha um incentivo a mais quando associado ao álcool. O ato de fumar enquanto se ingere bebidas alcoólicas, super comum nos momentos de descontração e lazer, como em bares e festas, pode aumentar em 19 vezes a chance de ter câncer nessa região. Isso sem falar que muita gente associa um comportamento ao outro e, assim, eles se fortalecem e se estimulam. Tem até mesmo o “fumante social”, que só fuma enquanto bebe.
Vale lembrar que o risco não se limita apenas ao cigarro. Charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé, narguilé e outros produtos derivados de tabaco também compartilham dos mesmos riscos, inclusive para o surgimento dos tumores na cavidade oral.
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O que é o câncer de boca?
Entrando mais no detalhe dessa doença, o câncer de boca é um conjunto de tumores malignos que afeta várias regiões da boca como: lábios, língua, gengiva, céu da boca entre outras.
No Brasil, ele já é o quinto tipo de câncer mais frequente entre os homens: a estimativa é de 11.180 novos casos por ano para o período de 2020 a 2022. No caso das mulheres, a doença ocupa a 13ª posição, com estimativa de 4.010 novos casos por ano. Apesar da cavidade oral ser um local de fácil acesso e visibilidade, o maior desafio dessa doença é o diagnóstico precoce, o que prejudica e muito o tratamento e prognóstico do paciente.
Talvez a explicação para isso seja o aspecto inicial da doença. Isso porque logo no começo, as lesões são assintomáticas e podem ser confundidas com aftas. Porém, com o passar do tempo e com a evolução do tumor, outros sinais e sintomas surgem como: úlceras que não cicatrizam, dor, sangramento e presença de uma massa na cavidade oral.
Nos casos mais avançados, é possível perceber danos ainda maiores, como o comprometimento dos nervos cranianos, perda dos dentes, dificuldade para abrir a boca e engolir, perda de peso e rouquidão. Por conta do diagnóstico tardio, essa é uma doença que tem altos índices de mortalidade. Em 2018, por exemplo, ocorreram 6.455 óbitos por câncer de lábio e cavidade oral, sendo 4.974 em homens e 1.481 em mulheres.
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Fatores de risco além do tabagismo
Apesar do tabagismo ter uma forte relação com o surgimento da doença, existem outros aspectos a serem observados para garantir a prevenção adequada:
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A ingestão de álcool aumenta os riscos, principalmente quando associada ao cigarro;
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Exposição ao sol sem proteção também influencia no surgimento do câncer na região dos lábios;
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Infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV) provocadas pela prática de sexo oral sem proteção, estão relacionadas ao câncer de orofaringe;
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Indivíduos soropositivos ou que fazem uso de imunossupressores possuem maior risco de desenvolver câncer de boca;
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A idade e o gênero surgem como fatores de risco. Homens acima dos 40 anos têm mais chances de desenvolverem câncer de boca.
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Qual a melhor maneira de prevenir?
Assim como acontece com diversas outras doenças, incluindo outros tipos de câncer, a prevenção passa pela manutenção de hábitos e estilos de vida saudáveis. Mas falando especificamente do câncer de boca, a prevenção primária baseia-se na redução da exposição aos principais fatores de risco: tabaco, álcool, radiação solar e vírus HPV.
Já a prevenção secundária ocorre por meio do diagnóstico precoce de qualquer alteração que surja na cavidade oral e que tenha um potencial maligno. A presença de lesões como: as leucoplasias (manchas brancas), eritroplasias (manchas vermelhas) e quelite actínica (lesão que afeta o lábio inferior) tornam a região mais suscetível a desenvolver o câncer.
Por isso não espere! Ao surgir alguma dessas alterações procure atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para quem quer parar de fumar. No site do INCA é possível conferir a listagem por estado. Para descobrir o local mais próximo a você, acesse aqui .
O papel do tabagismo durante a pandemia
Diante das ameaças da Covid-19, esse é mais um bom motivo para não usar produtos de tabaco! Segundo o INCA, quem fuma pode ser mais vulnerável à infecção pelo novo Coronavírus, já que o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de produtos de tabaco contaminados, como cigarros, charutos, narguilés) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. Além disso, a doença afeta principalmente os pulmões, que é um órgão naturalmente comprometido pelo tabagismo. Essa condição favorece o desenvolvimento de formas mais graves de Covid-19.
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