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Eu quero me alimentar melhor
O impacto da alimentação na prevenção do câncer colorretal
Segundo a definição do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de intestino, também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (parte final do intestino).
Trata-se de um tumor maligno que surge a partir do crescimento de lesões benignas na parede interna do intestino grosso, os chamados pólipos, explica a médica endoscopista Crislei Casamali. É um tipo de câncer que possui tratamento e grandes chances de cura quando detectado precocemente e ainda não tendo se espalhado para outros órgãos.
Hábitos que contribuem para o surgimento da doença
O INCA explica que o câncer não tem uma causa única, podendo ser motivado por uma causa interna, como hormônios e fatores genéticos, ou ainda por causas externas, como hábitos e comportamentos. O que chama atenção sobre isso é que muitas pessoas se prendem à ideia do histórico familiar ao falar em câncer, mas a verdade é que entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados as causas externas. E isso inclui fortemente os hábitos alimentares.
A médica reforça que cada vez mais vem se falando que o câncer no intestino é uma doença relacionada ao estilo de vida. Isso significa que é preciso estar atento aos hábitos, mantendo-se fisicamente ativo e com uma alimentação adequada e saudável , além de não fumar e nem ingerir bebidas alcoólicas em excesso.
Falando sobre o que mais propicia a doença, é possível perceber o forte impacto da alimentação. Segundo o INCA, os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação não saudável. Ou seja: com baixo consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como as frutas, verduras e legumes; alto consumo de alimentos ultraprocessados, de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para esse tipo de câncer.
“O principal vilão é o grupo dos alimentos ultraprocessados. Esses alimentos predispõem o sobrepeso e a obesidade, estando diretamente associados a um aumento do risco de câncer colorretal”, explica a médica endoscopista. Além do alto índice calórico que promove o ganho de peso, as carnes processadas são submetidas a algumas técnicas para realçar seu sabor ou melhorar a preservação, que também podem favorecer o surgimento do câncer.
As substâncias presentes na fumaça do processo de defumação e os conservantes (como os nitritos e nitratos) também adicionados durante o processamento, juntamente com o sal, podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto). Isso sem falar que os ultraprocessados são pobres em fibras, nutrientes importantes que ajudam na limpeza das substâncias consideradas promotoras do câncer, auxiliando na eliminação pelas fezes, acrescenta a médica.
Para se ter uma alimentação como fator de proteção, é importante ter como base de todas as refeições os alimentos in natura. Priorizar o consumo de frutas, legumes, verduras, cereais e oleaginosas. São alimentos ricos em diversos nutrientes, principalmente em fibras. A regra é descascar mais e desembalar menos. Segundo Crislei, incluir os peixes na dieta, de uma a duas vezes na semana, também é uma recomendação para prevenir a doença, uma vez que esse alimento é rico em Ômega 3.
E para quem já está em tratamento, a médica explica que esses mesmos hábitos são recomendados. “Existem tratamentos diversos para o momento de cada paciente, porém em geral são recomendados esses mesmos grupos de alimentos, pois eles têm impacto direto no prognóstico e na cura do paciente”, finaliza a especialista.
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Sobre o Guia Alimentar do Ministério da Saúde
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