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Eu quero ter peso saudável
Rotina saudável: conheça algumas estratégias para cuidar do peso durante a pandemia
A pandemia do Coronavírus (SARS-CoV-2) colocou a nossa rotina do avesso e nos trouxe diversas mudanças que tem refletido nos hábitos, no trabalho, nas relações, no corpo e na mente. Mas já que não dá para evitar tudo isso, encontrar formas estratégicas de se adaptar pode ser uma excelente saída para manter a vida em equilíbrio.
Passar um período prolongado em casa tem lá suas consequências. É normal que você sinta mais ansiedade, estresse, desânimo e até mesmo nenhuma vontade de praticar atividade física. Acontece que esse conjunto de sensações pode ser uma armadilha para a sua saúde.
Não é difícil encontrar alguém que sentiu alguma diferença no peso durante a pandemia. Ao longo da matéria você vai entender como as emoções impactam nisso e, claro, no comportamento sedentário. Pensando especificamente em estratégias de cuidado com o peso, listamos algumas que podem te ajudar a fazer desse período uma oportunidade e não uma armadilha.
O que é e como identificar a obesidade?
Segundo Maria Edna de Melo, médica e integrante da Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal.
A ferramenta mais utilizada para identificar isso é o Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula matemática em que você, com auxílio de uma calculadora, divide o peso em quilos pela altura em metros e o resultado divide novamente pela altura em metros. Esse número é uma referência para compreender se seu peso é ideal ou se você apresenta magreza, sobrepeso ou obesidade.
A conta é a mesma para todas as pessoas. O que muda são os valores considerados como referências para a classificação do peso. Essas referências são específicas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Você pode conferir os parâmetros para cada faixa etária aqui.
Quais são as consequências do aumento de peso?
As doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, já são velhas conhecidas da obesidade. Mas Maria Edna lembra que, além dessas enfermidades, o aumento de peso também predispõe o indivíduo a desenvolver problemas articulares, complicações respiratórias e problemas no trato gastrointestinal, como o refluxo, além de ampliar o risco de câncer. Falando em termos de Covid-19, a obesidade pode ser também um fator de risco.
Mexa-se como puder. Só não fique parado!
Seja no corpo ou na mente, o comportamento sedentário impacta na qualidade de vida como um todo. Quando falamos em um período como esse de pandemia, as emoções estão ainda mais vulneráveis. Passar longos períodos sentado ou deitado em uma mesma posição, que não seja na hora de dormir, favorece ainda mais sensações de estresse e ansiedade. Por isso, buscar levantar com frequência da cadeira ou do sofá pode ser um aliado da saúde.
Segundo Maria Edna, quando estamos estressados o nosso funcionamento hormonal sofre modificações. Isso significa uma maior liberação de adrenalina e cortisol, sendo esse último relacionado a formação de gordura corporal quando produzido em excesso. A médica lembra ainda que o cortisol também age no sistema nervoso central, levando a uma alteração na regulação do apetite.
“Quando estamos em situação de estresse e passamos por essa modificação hormonal, temos um estímulo maior para comer. E esse estímulo para comer não é só de comida saudável. Pelo contrário! Esse estímulo é para comer alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura e sal”, destaca Maria Edna.
Nesse contexto, a atividade física é boa não só para manter ou regular o peso, mas também para lidar com os sintomas de estresse e ansiedade. Segundo a médica, valem até mesmo as atividades domésticas nesse caso. Ou ainda buscar algum improviso dentro de casa, como pular corda, colocar uma música para dançar, optar por exercícios de alongamento que envolvam respiração. Nessa fase, o importante é encontrar alguma forma de se manter em movimento!
A alimentação como aliada
Segundo Maria Edna, a alimentação entra como a principal facilitadora para o ganho de peso e também para a perda de peso. Pensando nesse aspecto e no contexto atual que nos mantém mais tempo em casa, é muito importante ter um bom planejamento daquilo que vai ser adquirido e consumido.
Organizar as refeições antes de ir ao supermercado, por exemplo, é uma forma de evitar saídas desnecessárias e o desperdício. Esse hábito também contribui para o consumo de alimentos saudáveis, preferencialmente in natura ou minimamente processados, que servirão de base para a alimentação e para as preparações culinárias da casa.
Se em situações de estresse nós temos a tendência de querer consumir preferencialmente alimentos ultraprocessados, tirá-los do nosso alcance é uma boa maneira de evitar a tentação. É o que médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo chama de controle de estímulo.
Para Maria Edna, estar em casa não precisa ser uma condição que vai precipitar o ganho de peso, mas sim uma oportunidade para conviver mais com a família, observar mais aquilo que está sendo consumindo em termos de alimentos e, se for preciso, melhorar esse consumo.
Aproveite esse período para organizar melhor a sua rotina e as suas refeições, reduzindo o consumo de ultraprocessados e cozinhando mais. Em tempos desafiadores como esse, precisamos encontrar maneiras para lidar com as mudanças e para nos aproximarmos de hábitos mais saudáveis.