Notícias
Eu quero parar de fumar
Qual é a relação entre cigarro e envelhecimento da pele?
Muitas são as doenças causadas pelo cigarro. Algumas são velhas conhecidas entre as pessoas de um modo geral. Mas para se ter uma ideia mais prática, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses).
Além desses danos à saúde, o tabagismo também é um grande vilão para o maior órgão do nosso corpo: a pele. Isso porque o fumo prejudica a capacidade de renovação celular, o que acelera o processo de envelhecimento. Estudos científicos têm evidenciado também uma redução na produção de colágeno em mais de 40%, uma importante proteína presente no organismo que contribui para a elasticidade, hidratação e resistência da pele.
O prejuízo à pele não fica só por conta do déficit na produção de colágeno. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o ato de fumar pode provocar o surgimento de rugas que têm como causa os movimentos repetitivos. É o famoso “código de barra”, um nome popular das linhas de expressão que se formam próximas à boca do fumante. As marcas são uma consequência da repetição de movimentos dos músculos do rosto ao tragar.
Muito além dos sinais
Além do surgimento das rugas, o tabaco também é responsável pelo ressecamento da pele e o surgimento de manchas amarelas. Assim como acontece com o sorriso, o alcatrão presente no cigarro pode provocar essa mudança de tonalidade, deixando a pele e as unhas de quem fuma com um aspecto amarelado.
Já em relação ao ressecamento, a SBD explica que os danos oxidativos são um dos responsáveis por esse efeito. E mais uma vez o foco está no colágeno, já que a produção de radicais livres, nome dados a moléculas que podem ser tóxicas ao nosso organismo, inibe a produção dessa importante proteína para a hidratação da pele.
Um outro ponto importante é a circulação sanguínea, que também sofre prejuízos provocados pelo cigarro. O hábito de fumar pode causar uma diminuição da espessura dos vasos, que é chamada tecnicamente de vasoconstrição. É por meio do fluxo sanguíneo que substâncias importantes, inclusive o oxigênio, são transportadas para órgãos e tecidos. Acontece que, com o vaso mais estreito, há um fluxo menor de sangue.
A nicotina, presente nos cigarros, é um dos fatores da vasoconstrição, que somada a outras substâncias presentes na própria fumaça do cigarro dificulta a passagem do sangue. Assim como as outras partes do corpo, a pele também sofre com isso, resultando tanto no aspecto opaco e ressecado, mencionado anteriormente, quanto na dificuldade de cicatrização.
Segundo a SBD, “assim como substâncias hidratantes não ‘encontram’ o caminho em meio a vasos finos, o mesmo ocorre com elementos que auxiliam na recuperação da pele”. E essa dificuldade de regenerar não está só ligada ao fluxo sanguíneo, mas também ao aumento dos radicais livres. Aquele dano oxidativo mencionado anteriormente.
O melhor tratamento ainda é parar de fumar
Apesar de alguns danos provocados à pele, como o surgimento de rugas, serem irreversíveis, existem tratamentos dermatológicos que ajudam a minimizar o problema. Mas o mais importante é entender que a interrupção do hábito evita que esse processo oxidativo continue acontecendo. Ou seja, dizer adeus ao cigarro é também devolver à sua pele um envelhecimento natural, como tem que ser e que acompanhe as fases da vida.
Isso sem falar que o ato de parar já reduz expressivamente os riscos, além de devolver o bem-estar físico e emocional. 20 minutos é o tempo necessário para que a pressão sanguínea e a pulsação arterial voltem ao normal, de acordo com o INCA. Em três semanas, a respiração e a circulação melhoram. Em um ano, o risco de morte por infarto cai 50%. Após 10 anos de abstinência, esse risco de infarto cai tanto que pode ser comparado ao de uma pessoa que nunca fumou.
Conheça a Rede de Tratamento do tabagismo no SUS
Grupos terapêuticos, apoio medicamentoso, protocolos clínicos, material informativo: o Sistema Único de Saúde (SUS) pode auxiliar fumantes de maneira decisiva no processo de parar de fumar. Acesse https://conectesus-paciente.saude.gov.br/ e informe-se sobre os tratamentos disponíveis no seu município.