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Eu quero parar de fumar
Abstinência do cigarro: saiba como superar os sintomas
Os sintomas da abstinência do cigarro variam de pessoa para pessoa, considerando o nível de dependência. Reações são passageiras e tendem a desaparecer em algumas semanas
Dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade e alteração do sono são alguns dos sintomas da abstinência do cigarro. Esse conjunto de reações desconfortáveis, que podem incluir o aumento do apetite, tristeza e até depressão, é chamado de síndrome de abstinência da nicotina.
A psicóloga e técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Vera Lucia Gomes Borges, explica que é justamente a síndrome de abstinência o que mais dificulta que as pessoas parem de fumar.
“Quem quer parar de fumar precisa saber que os sintomas da abstinência do cigarro são transitórios e vão passar”, ressalta Vera. “A primeira semana pode ser a mais difícil, mas isso significa que o corpo está se adequando a uma nova forma de funcionar. Por mais desconfortável que seja, a síndrome de abstinência da nicotina é um sinal de que o organismo está voltando a funcionar normalmente”, completa.
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Principais sintomas da abstinência do cigarro
Com o entendimento de que o fumante é um dependente químico da nicotina, que é uma droga que atua no cérebro estimulando de forma desordenada a liberação de substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer, é possível compreender que ao parar de fumar haverá uma menor concentração dessas substâncias no organismo e essa mudança provocará a síndrome de abstinência.
Segundo a especialista do INCA, a intensidade dos sintomas de ficar sem o cigarro variam de pessoa para pessoa, considerando também o nível de dependência. Contudo, todas as reações são passageiras e tendem a desaparecer em uma ou duas semanas – no máximo um mês. Dor de cabeça, tonteira e tosse são sinais do restabelecimento do organismo. Já o sintoma mais intenso e mais difícil de se lidar, a chamada “fissura" (grande vontade de fumar), tende a ficar mais tempo que os outros sintomas, mas cada vez que a fissura surge não dura mais que cinco minutos, e com o tempo vai perdendo a intensidade.
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Enfrentando o primeiro dia sem fumar
Quase um ano após deixar de fumar, Hamilton Veiga, 39 anos, conta que o primeiro dia sem fumar foi o mais difícil, mas valeu a pena enfrentá-lo para se livrar dos 22 anos de fumante.
“Acordava de manhã e a primeira coisa que fazia era acender um cigarro. Quando resolvi parar de fumar, o primeiro dia foi o mais crítico. Senti aquela fissura, muito desespero e passei o dia inteiro mal, com vontade de fumar, muito nervoso. Cheguei a cancelar compromissos. No final do dia estava muito tenso. Aí fui na casa de um amigo, conversei um pouco e consegui relaxar, voltar para casa e dormir. No dia seguinte acordei, joguei a carteira de cigarros fora e foi imediato: já não tinha mais vontade de fumar”, relembra.
A especialista do INCA destaca que os sintomas de abstinência aparecem de maneira mais acentuada e desconfortável, especialmente 24h após a pessoa deixar de fumar, conforme descrito por Hamilton.
“Ao parar de fumar e assim reduzir a estimulação de substâncias no cérebro responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer, a pessoa pode ficar muito irritada ou ansiosa, ter dificuldades de concentração ou apresentar problemas para dormir. Pode também sentir mais apetite ou necessidade de comer mais para lidar com a ansiedade e até mesmo tristeza e depressão”, pontua Vera Lucia.
Para ela, é fundamental compreender a transitoriedade do desconforto para logo se beneficiar da sensação de liberdade que é não ter que obedecer a ordem interna para acender outro cigarro. “Quando a pessoa para de fumar experimenta a liberdade para fazer do tempo dela o que quiser”, assegura.
Ouça nosso podcast sobre os sintomas da abstinência do cigarro e como superá-los
4 dicas para lidar com a síndrome de abstinência
Nas primeiras semanas sem fumar os sintomas de abstinência podem ser mais drásticos. Por isso, para sofrer menos com as reações físicas e psicológicas (que existem, mas são passageiras), a psicóloga Vera Lúcia, do INCA, dá as seguintes dicas:
Assista aos vídeos do Saúde Brasil com depoimentos de pessoas que superaram o tabagismo