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Eu quero parar de fumar
Série Dez Passos para Parar de Fumar: Livre-se das lembranças do cigarro
Muitas vezes o fumante não percebe, mas a arrumação de determinados "cantinhos da casa" pode facilitar ou dificultar o processo de parar de fumar.
Após anos de convivência com o cigarro, o fumante vai estabelecendo rotinas que o levam a fumar mesmo que não esteja com muita vontade. Vai construindo “gatilhos” que o levam automaticamente a acender um cigarro.
Na série de matérias com um passo a passo em dez etapas para ajudar a deixar o tabaco de lado, a plataforma Saúde Brasil fala sobre um tópico importante para aqueles que decidiram largar o tabagismo: é preciso deixar de lado as lembranças do cigarro. A médica pneumologista Cristina Cantarino, Coordenadora do Centro de Tratamento de Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), explica como pequenas mudanças podem auxiliar na tarefa.
Dica para parar de fumar
"Desde o primeiro momento em que o fumante decide parar de fumar é importante ir se livrando das lembranças do cigarro, dos chamados 'gatilhos' que o levam a fumar sem chance de escolha, como os cinzeiros espalhados pela casa”, ensina a pneumologista. "Vale até alterar a arrumação dos cômodos. Tem fumante que, por exemplo, tem um cantinho favorito, uma poltrona onde costumava sentar para fumar".
Modificar a posição desta poltrona vai sinalizar que algo mudou e certamente pode evitar que cigarros sejam acesos num impulso automático. Pequenas modificações na rotina com foco em se afastar dos gatilhos para fumar serão grandes aliadas. Os gatilhos são pessoais, cada fumante precisa identificar os seus e se afastar deles até que se sinta seguro como ex fumante.
A rotina do dia a dia também pode influenciar no tratamento. Se a pessoa está acostumada a fumar enquanto dirige, é importante não levar o maço para o carro. "Até mesmo o caminho que as pessoas fazem a pé influencia. Tive que combinar com um paciente para que ele mudasse a rota do caminho de casa. Ele sempre passava em frente a uma padaria e não conseguia resistir: entrava para comprar cigarros. Mudar essa rotina é complicado, mas dá resultado", conta Cristina Cantarino.
Segundo a pneumologista, ajuda muito no processo fazer uma agenda com os horários que fuma. "Uma folha de papel deve ser colada ao maço, o objetivo é ver a última hora que fumou antes de acender o próximo, e ir aumentando o intervalo de tempo entre um cigarro e outro. Isso faz o fumante fugir do piloto automático e perceber que não precisa fumar como antes", ensina.