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Eu quero me exercitar
Importância da atividade física na prevenção e cuidado da dislipidemia e doença arterial periférica
A prática regular de atividade física é essencial para uma vida mais saudável, sendo especialmente importante para prevenir os depósitos de gordura no sangue. Ela está associada a uma melhora do perfil lipídico, que mede a quantidade de moléculas de gorduras na circulação sanguínea, assim como aumenta o colesterol HDL, que é conhecido como o colesterol bom. Esses benefícios são percebidos na população em geral, mas quando falamos em pessoas que já possuem doenças cardiovasculares e dislipidemia, a atividade física tem também um efeito terapêutico, pois passa a ajudar a reduzir esse acúmulo de gordura.
Você sabe o que é dislipidemia?
A dislipidemia é um importante fator de risco cardiovascular pelo desenvolvimento da aterosclerose. Explicando por partes: a aterosclerose é uma inflamação provocada pela formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos nas artérias causando a sua obstrução e, consequentemente, uma piora na circulação e oxigenação do sangue. Essa obstrução é causada por placas de ateroma, de onde deriva o nome da doença.
A aterosclerose, por sua vez, acontece de forma sistêmica, ou seja, tem impacto em todo o organismo. O quadro apresentado pela pessoa vai depender de qual artéria está mais comprometida. Caso sejam as coronárias (artérias do coração), a obstrução total ou mesmo parcial pode causar o temido infarto agudo do miocárdio. A obstrução de artérias cerebrais pode levar ao acidente vascular cerebral do tipo isquêmico.
Tendo isso em vista, a dislipidemia é um fator de risco para a formação de placa de gordura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, ela é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue. Colesterol e triglicerídeos são gorduras importantes para que o corpo funcione, mas quando em excesso oferecem um alto risco para as doenças cardiovasculares (como infarto e derrame).
Doença Arterial Periférica: o que ela tem a ver com a dislipidemia?
A doença arterial periférica tem como característica a obstrução das artérias, sendo a dislipidemia um dos fatores de risco mais importantes. Para entender na prática: as artérias são responsáveis por transportar o sangue rico em oxigênio até os órgãos, um indivíduo que tem uma obstrução na artéria dos membros inferiores, causada pela aterosclerose, vai ter um suporte de oxigênio reduzido para os membros inferiores. Assim, quando ele resolve praticar uma atividade física, como por exemplo uma caminhada, o corpo automaticamente envia mais sangue para as pernas. Mas diante do entupimento das artérias da região, o sangue tem dificuldade de passar, consequentemente o oxigênio também, e essa pessoa passa a sentir dor.
Essa dor é conhecida como claudicação intermitente, um sintoma da doença arterial obstrutiva periférica que consiste no comprometimento da capacidade de caminhar. Segundo Raphael Mendes Ritti Dias, profissional de Educação Física com ênfase em exercício e doenças cardiovasculares e professor Universidade Nove de Julho, a doença arterial periférica tem quatro estágios:
Primeiro – a pessoa tem a doença, mas não sente nada. Segundo – a pessoa começa a sentir dor quando caminha. Terceiro e quarto – a pessoa passa a apresentar dor até mesmo em repouso, pois a quantidade de sangue é insuficiente para manter o metabolismo muscular mesmo parado, podendo evoluir para complicações como úlceras. Nesses dois últimos casos a intervenção costuma ser cirúrgica.
Ressalta-se que a atividade física tem potencial para influenciar na redução dos sintomas, melhorar a qualidade de vida e aumentar a distância máxima caminhada, devendo ser realizadas sob supervisão. A rotina fisicamente ativa também ajuda a controlar doenças associadas, oferecendo um benefício geral para a saúde. Isso porque, segundo reforça o especialista, se existe uma obstrução da artéria na perna há uma grande chance de existir uma outra artéria obstruída em outra parte do corpo, como por exemplo no coração ou no cérebro.
Uma boa opção para auxiliar no tratamento é a caminhada, pois é uma atividade que não exige equipamentos específicos e é bastante prática e acessível. Mas em virtude da dificuldade para andar enfrentada pelos pacientes, pode gerar um esforço maior. Então, o grande ponto é que a pessoa encontre uma modalidade que goste de praticar e que se sinta bem praticando. Assim, as chances de aderir à rotina mais ativa são bem maiores.
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