Notícias
Eu quero me exercitar
Os benefícios da prática de atividade física para a saúde do homem
Ao longo dos anos, o corpo e o metabolismo dos indivíduos passam por diversos processos naturais, os quais fazem parte do ciclo de vida e, com o passar dos anos, a relação entre a produção e o consumo de energia se torna desbalanceada, impactando nas atividades de vida diárias. É comum perceber, conforme o processo de envelhecimento acontece, uma redução na produção hormonal e no condicionamento físico, por exemplo.
Na vida das mulheres, esse processo de envelhecimento é muito disseminado, pois envolve a fase em que acontece a menopausa, processo em que ocorre um desequilíbrio entre a produção e o consumo dos hormônios femininos, gerando diversos efeitos adversos no metabolismo e corpo destas. No caso de alguns homens, eles enfrentam algumas alterações, dentre elas pode ocorrer a deficiência androgênica, como por exemplo, a menor produção do hormônio testosterona. De acordo com Melissa de Carvalho Souza Vieira, professora e doutora em Ciências do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), essas alterações hormonais ocorrem de forma mais acentuada em homens a partir dos 40 anos de idade, influenciando nas atividades sexuais, físicas e psicológicas.
A profissional explica que existem diversos estudos com foco nas alterações dos hormônios masculinos, sendo que alguns sinais e sintomas são estabelecidos para caracterizar essa fase da vida, dentre eles o principal é o declínio gradual e significativo das concentrações de testosterona total no sangue, o qual geralmente afeta a função sexual e a libido. Além disso, outros sintomas são as dores musculares e articulares, os distúrbios do sono, a exaustão física, a irritabilidade, a ansiedade, o nervosismo e o desânimo.
Embora seja comum ocorrer alterações hormonais ao longo do tempo, alguns fatores podem estar associados ao aparecimento e à progressão dessa deficiência androgênica, como: obesidade, hipertensão, diabetes, comportamento sedentário, tabagismo, álcool em excesso e presença de gordura no sangue, que provoca alterações nas taxas de colesterol e triglicerídeos. Assim, esses desequilíbrios hormonais podem estar associados à ocorrência da síndrome metabólica, que corresponde a um conjunto de alterações que envolvem o metabolismo e que, juntas, resultam em um risco elevado para doenças cardiovasculares, aumento da circunferência abdominal e derrame cerebral. Em contrapartida, a prática de atividade física é apontada como promotora de saúde e auxilia na regulação desses hormônios, sendo benéfica para tais indivíduos.
Por que a atividade física aumenta o nível de testosterona?
Segundo Melissa, a resposta da testosterona à prática de atividade física pode estar associada a mecanismos regulatórios responsáveis pela liberação da testosterona em repouso. Esse hormônio é responsável por estimular a reconstrução do tecido muscular, que é bastante requisitado em treinamentos de força, como a musculação. Consequentemente, também estimula a força e a hipertrofia, ou seja, o ganho de massa muscular.
Além disso, explica a profissional, existem outros mecanismos que podem justificar a elevação dos níveis de testosterona a partir da prática de atividade física, como é o caso do aumento da atividade simpática, que consiste em alterações no sistema de “excitação” do cérebro e medula espinhal , gerando reações de luta e fuga, como o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, do fluxo sanguíneo e mais vasodilatação (relaxamento dos vasos sanguíneos permitindo que eles se expandam), que provocam a liberação da testosterona. Porém, a obesidade, que também tem relação com a inatividade física, reduz a concentração de testosterona, uma vez que as células de gordura acabam estimulando o estrogênio, um hormônio que é feminino.
É importante ressaltar em relação as alterações hormonais que além do impacto na saúde física e sexual, também ocorre o impacto na saúde psicológica dos homens, como os sintomas relacionados à depressão, oscilações de humor e ansiedade. Assim, a prática de atividade física também é capaz de proporcionar aspectos positivos para reduzir esses efeitos adversos. A professora doutora explica que, ao considerar todos os seus domínios (lazer/tempo livre, deslocamento, serviços domésticos e trabalho ou estudo), a prática de atividade física em geral pode estar relacionada à redução dos sintomas gerados pela deficiência androgênica.
Para os homens que passam de forma mais aguda pelas deficiências hormonais, se manterem fisicamente ativos auxilia na redução do impacto causado por essas alterações na saúde, já mencionadas no texto, quando comparado àqueles que não realizam atividade física de forma regular. A professora Melissa Vieira explica ainda que a intensidade e a duração da atividade física praticada podem exercer um efeito benéfico na intensidade dos efeitos dessas deficiências hormonais. Ou seja, quanto maior o tempo de prática em intensidade moderada, melhor pode ser a resposta relacionada a diminuição da intensidade dos efeitos adversos.
Dentre os tipos de práticas, “estudos trazem indícios de que o exercício aeróbico em intensidade moderada à vigorosa tem efeito positivo na função sexual de homens com deficiência hormonal, bem como a combinação do exercício aeróbico aos treinos de força ”, comenta a profissional.
Inspire-se! Diga SIM, todos os dias, para a atividade física
Em tempo: consulte o Guia de Atividade Física
Produzido pelo Ministério da Saúde, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira incentiva a prática regular de atividade física e demonstra como manter uma vida ativa em diferentes momentos. Dividida em oito capítulos, a publicação aborda a prática de atividade física em vários contextos, grupos e ciclos de vida, além de trazer recomendações sobre a quantidade, a intensidade e exemplos de atividades aeróbias, de força e de equilíbrio, com indicações para um estilo de vida ativo. Acesse agora para consultar informações e recomendações específicas para crianças de até 5 anos, crianças e jovens de 5 a 17 anos, adultos e idosos, gestantes e mulheres no pós-parto, pessoas com deficiência e para a educação física escolar.