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HOSPITAIS FEDERAIS
Ministério da Saúde reduz em 92% fila cirúrgica acumulada durante sete anos no Hospital Cardoso Fontes
Foto: Victor Gautier/MS
O Ministério da Saúde reduziu em 92% a fila de procedimentos cirúrgicos acumulada entre 2014 e 2022 no Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF). A medida foi possível após a implementação do Programa de Gestão de Filas do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH). A unidade teve a gestão municipalizada à Prefeitura do Rio de Janeiro em dezembro passado.
Ao todo, o HFCF já realizou 575 procedimentos. Para zerar a fila, os últimos 64 pacientes serão atendidos na unidade até meados de fevereiro. Neste período, alguns pacientes foram atendidos em outras unidades ou tiveram o caso judicializado.
O ranking de procedimentos realizados é composto por 21% de cirurgias plásticas reparadoras, 19% de cirurgias gerais e 8% atendimentos urológicos.
O secretário adjunto de atenção especializada do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior, salienta que uma série de esforços foram implementados no hospital. “Encontramos uma fila que, nos piores momentos, chegou a ter 800 pacientes aguardando procedimentos cirúrgicos. Fizemos uma série de ações, como contratações e reorganização da fila, para otimizarmos o atendimento”, destaca.
A coordenadora-geral de assistência do DGH, Marisol da Paz, explica que, apesar da eficiência do programa, novos pacientes entram na fila diariamente. Com o Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais, ela explica que a unidade terá mais capacidade de atendimento devido a ampliação de leitos e serviços. Entre janeiro a outubro de 2024, o HFCF realizou 2.249 cirurgias.
“Essa realidade mostra que, apesar dos avanços, há muitos desafios a serem superados, como contratação de recursos humanos e o investimento em infraestrutura. Para isso, o Ministério da Saúde implementou um plano de reestruturação. Espera-se que, com o processo de descentralização da gestão da unidade, sejam supridas essas necessidades, ampliando o atendimento à população”, frisa Marisol.
Reestruturação
Ao todo, 4 unidades federais já iniciaram a reestruturação: além do HFCF, os hospitais federais de Bonsucesso (HFB), do Andaraí (HFA) e Servidores do Estado (HFSE) já começaram o processo.
O HFCF e o HFA foram municipalizados para a Prefeitura do Rio de Janeiro. A meta é dobrar o número de atendimentos. O Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões à prefeitura. Além desse pagamento, está prevista a incorporação de R$ 610 milhões de teto MAC (atendimento de média e alta complexidade) para a cidade do Rio de Janeiro.
A unidade de Bonsucesso é administrada pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) desde 15 de outubro. Entre as ações mais recentes, está a contratação de 1.000 funcionários. Dentre os profissionais, estão nutricionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros.
Já o HFSE iniciou estudos para a fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Com a integração, serão 500 leitos à disposição do sistema de saúde. Além disso, haverá maior capacidade de qualificação para os profissionais com a abertura de novas vagas de residência médica.
Entre os primeiros resultados da reestruturação está a ampliação de leitos e serviços. A previsão é que ainda em janeiro de 2025 cerca de mil leitos sejam abertos em três unidades — Bonsucesso, Andaraí e Cardoso Fontes.
Servidores
A reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores dessas unidades hospitalares. Haverá um processo de movimentação voluntária dos profissionais, que respeitará a opção dos servidores por outros locais de trabalho.
O ministério criou um canal de atendimento para tirar dúvidas de servidores sobre o plano. Os questionamentos são recebidos por e-mail e respondidos pela Coordenação de Gestão de Pessoas do DGH. Ao todo, as unidades federais possuem 7 mil servidores efetivos e 4 mil temporários.
Otávio Augusto e Pâmela Araújo
Ministério da Saúde