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SAÚDE INDÍGENA
Webinário aborda vigilância do óbito materno infantil e fortalecimento dos comitês de prevenção
Foto: Alejandro Zambrana/Sesai
A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) participou, ontem (26), do webinário "Vigilância do Óbito Materno de Mulheres Indígenas para o Fortalecimento dos Comitês de Prevenção da Mortalidade Materna (CPMM)", promovido pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz (IFF). O evento contou com mais de 200 participantes para discutir estratégias de redução da mortalidade materno-infantil em populações indígenas.
Entre os especialistas, participaram Adriny Galvão, enfermeira e consultora técnica de Vigilância do Óbito, Jéssica Silva, consultora técnica de atenção à saúde da criança indígena, ambas da Sesai, e Joice Sousa, enfermeira da Vigilância do Óbito no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Guamá-Tocantins. As palestrantes trouxeram reflexões importantes sobre os desafios e avanços nas ações de vigilância da mortalidade indígena.
Elas reforçaram a necessidade de articulação entre o saber técnico-científico e as práticas tradicionais indígenas, destacando a importância de ações conjuntas para promover o cuidado integral e reduzir a mortalidade materna e infantil nos territórios indígenas.
Joice Sousa destacou que a vigilância do óbito, especialmente em territórios indígenas, é uma prioridade para o Ministério da Saúde. Joice enfatizou que o cuidado à saúde nesses territórios precisa envolver parteiras, raizeiras e pajés, de forma a reduzir a mortalidade materna e infantil. "Essa integração, que respeita os saberes ancestrais e envolve equipes multidisciplinares, é essencial para que possamos avançar na redução de mortes evitáveis", afirmou.
A enfermeira do Dsei Guamá-Tocantins, compartilhou a experiência local do Comitê Distrital de Prevenção de Óbitos Maternos, Infantis e Fetais. Instituído em 2020, o comitê tem como missão monitorar e investigar as causas de mortes em aldeias da região, ampliando a divulgação dos dados para melhorar as políticas de saúde voltadas às comunidades indígenas.
Já Adriny Galvão alertou para as dificuldades de acesso aos serviços de saúde em territórios indígenas, o que complica a vigilância dos óbitos maternos. No entanto, ela ressaltou que os Dsei desempenham um papel central na superação desses desafios, atuando como protagonistas na coordenação de ações de saúde junto às comunidades. "O diálogo intercultural e o respeito às práticas mortuárias indígenas são fundamentais para que possamos qualificar os serviços e garantir uma assistência adequada", explicou.
Ela destacou ainda a importância da Portaria nº 86, que instituiu o Comitê de Redução da Mortalidade na Infância Indígena. O comitê, que tem caráter consultivo e deliberativo, objetiva mitigar as causas de mortalidade infantil em populações indígenas por meio de ações coordenadas nos Dseis.
Entre outros pontos, algumas das metas até 2027 é reduzir em 30% a taxa de mortalidade infantil indígena por causas evitáveis, além de investigar 95% dos óbitos maternos indígenas nesse mesmo período.
Leidiane Souza
Ministério da Saúde