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NOVA CEPA
Mpox: Ministério da Saúde reforça vigilância para identificar nova variante
Foto: internet
O Ministério da Saúde publicou nota técnica para orientar o diagnóstico da nova variante da Mpox nos laboratórios de referência do país – a cepa 1b. A vigilância para a doença está sendo considerada prioridade pela pasta, que tem tomado diversas medidas para coordenar as ações de resposta à doença.
Até o momento, o Brasil não registrou casos da cepa 1b de Mpox, que motivou a declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora o Brasil apresente estabilidade e controle da Mpox, o Ministério da Saúde, de forma preventiva, instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde, no dia 15 de agosto, para coordenar ações de resposta à doença. Os casos atuais pertencem à cepa 2, que vem sendo monitorada desde 2022, quando o pico da doença registrou mais de 10 mil casos.
O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Venâncio, reforça a importância de verificar os vínculos para que os diagnósticos sejam mais precisos. “É essencial que todos os profissionais de saúde, sejam da atenção primária, especializada ou da vigilância epidemiológica, saibam desse fluxo para que os laboratórios sejam informados se a amostra preenche os critérios estabelecidos para a caracterização da cepa”, observa.
Sobre diagnóstico da cepa 1b
Para ser encaminhado, o caso positivo precisa apresentar critérios clínicos e epidemiológicos que indiquem a necessidade da caracterização da tipagem. Por ser uma cepa recente, ainda não existem kits de diagnóstico disponíveis para sua identificação. Atualmente, a rede nacional de laboratórios de saúde pública está abastecida com testes que detectam o vírus da doença de forma genérica, sem diferenciar cepas entre si.
Segundo a nota técnica, para ajudar na especificação o paciente positivado deve se enquadrar em vínculos epidemiológicos 21 dias antes de apresentar os sintomas: ter viajado para regiões com evidências de transmissão da cepa 1b ou regiões endêmicas e ter tido contato com casos confirmados ou suspeitos da cepa 1b. Caso confirmado algum desses critérios, a amostra é encaminhada ao laboratório colaborador.
“Essa estratégia é provisória. O fluxo de testagem pode ser alterado de acordo com os avanços no conhecimento sobre a Cepa 1b e o desenvolvimento de novas formas de diagnóstico. Os casos positivos que não tiverem os vínculos epidemiológicos seguirão com os procedimentos de rotina já implementados na rede”, completa Rivaldo.
Ações em andamento
Por meio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), o Ministério da Saúde tem analisado as evidências científicas sobre a Mpox e indicado as recomendações necessárias à população brasileira. Além disso, o plano de contingência para a doença foi atualizado com a ampliação da capacidade de diagnóstico molecular em todos os 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) e 2 laboratórios colaboradores.
O que é a Mpox?
A Mpox é uma doença zoonótica viral causada pelo vírus MPXV, do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Sua transmissão em humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoas infectadas pelo Mpox vírus ou por materiais contaminados com o vírus.
A principal forma de transmissão é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação sexual) quando existem lesões na pele tais como erupções cutâneas, crostas, feridas e bolhas ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectada.
A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente infectados como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente.
Sintomas
Geralmente, a Mpox evolui para quadros leves e moderados e pode durar de 2 a 4 semanas. Os principais sintomas são: erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não); adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados denominados de “ínguas”; febre; dores no corpo; dor de cabeça; calafrio e fraqueza.
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais da doença (período de incubação) é geralmente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Após a manifestação de sintomas, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outros indivíduos. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas às vezes, podem aparecer antes da febre.
Tratamento
Se você acha que tem sintomas compatíveis com a Mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se de atividades sociais e coletivas. Evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger outras pessoas da infecção. O tratamento é realizado por meio de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar as complicações e evitar sequelas.
Confira a nota técnica com orientações sobre o diagnóstico da nova variante da Mpox
Ana Freire
Ministério da Saúde