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SAÚDE & MEIO AMBIENTE
Ministra Nísia Trindade apresenta novas ações da Pasta e orientações para proteção da saúde diante das queimadas
Foto: Walterson Rosa/MS
O Brasil enfrenta uma grave crise ambiental que reúne seca extrema, crise hídrica e redução da umidade, fenômenos potencializados pelas queimadas que pioram a qualidade do ar. Nas áreas em que a população tem dificuldade de acesso à água com qualidade, por exemplo, há o risco de desidratação. Além disso, a fumaça das queimadas também contribui para promoção de doenças respiratórias.
Frente a todos esses riscos, a ministra da Saúde, Nísia Trindade reuniu nesta quarta-feira (11), secretários do Ministério da Saúde, representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para reforçar orientações para enfrentamento desse contexto climático.
“Temos feito reuniões diárias. Mas nesta reunião consideramos importante atualizar recomendações que o Ministério da Saúde vem realizando desde o início do acompanhamento desse processo das secas e, sobretudo, das queimadas”, afirmou a ministra Nísia Trindade. O Ministério da Saúde fez uma atualização do trabalho de monitoramento por meio da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas, estabelecida ainda em julho deste ano para planejar respostas às emergências como secas prolongadas e escassez de água.
“A partir de hoje, diante da intensificação de focos de incêndio e previsões meteorológicas que apontam piora no quadro de seca, essas reuniões diárias resultarão sempre em informes e comunicados. Além das orientações para a população, os informes já publicados pelo Ministério trazem recomendações de ações a serem implementadas pelos profissionais de vigilância em saúde ambiental”, anunciou a ministra.
A ministra Nísia também citou como iniciativa a divulgação de orientações para a proteção e monitoramento de saúde dos brigadistas florestais, profissionais que estão na linha de frente no combate aos focos de incêndio – em um trabalho coordenado com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
O Ministério da Saúde também disponibilizou a Força Nacional do SUS para visitar as regiões mais afetadas para uma avaliação de situação e apoio aos gestores tanto de estados como de municípios. Além disso, a Pasta faz o monitoramento das áreas afetadas pelas queimadas e incêndios florestais por meio da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VigiAr). É feito, ainda, o monitoramento da qualidade da água por meio do VigiÁgua e, em colaboração com outros órgãos, orienta-se as áreas afetadas em relação ao provimento de água potável.
Recomendações
A ministra Nísia Trindade alertou que a questão das secas hoje, que se soma ao problema das queimadas, atinge 60% do território brasileiro. “Temos de trabalhar para mitigar todos os efeitos que na saúde são bastantes sensíveis, alguns de curto prazo e outros que têm que ser acompanhados, que atingem sobretudo as pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos, de maneira mais impactante”.
Nas últimas duas semanas de agosto, foi constatado um aumento significativo do número de atendimentos por náuseas e vômitos em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46%), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%). As informações são da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).
Confira outras recomendações:
Para a população:
- Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;
- Evitar atividades físicas em áreas abertas;
- Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
- Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;
- Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico.
Para os gestores:
- Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
- Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
- Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
- Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
- Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
- Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.
Saúde para a Amazônia Legal
Está em construção por todas as secretarias do Ministério da Saúde o Programa +Saúde para a Amazônia Legal, com objetivo referente à saúde do trabalhador e da trabalhadora no contexto do Manejo Integrado do Fogo, com ações estratégicas. O território da Amazônia Legal compreende o pantanal matogrossense, portanto, há relação entre o objetivo e as ações estratégicas propostas com a situação de incêndios no Pantanal no ano de 2024.
Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo
Por meio de decreto publicado nesta quarta, o presidente da República, Luiz Inácio Lula Silva, determinou a instituição do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O Ministério da Saúde é um dos órgãos que integram o Comitê. Uma das missões do grupo é propor medidas para a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo e monitorá-las periodicamente.
Acesse a página da campanha "Se tem fumaça, tem que ter cuidado"
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Nathan Victor
Ministério da Saúde