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EM NOVA IORQUE
Força-Tarefa de Finanças e Saúde do G20 debate troca de recursos financeiros para a saúde em países com dívida crescente
Foto: divulgação/MS
Priorização de investimentos para a saúde, o papel da dívida na saúde e a importância de priorizar os determinantes sociais da saúde. Esses foram os principais temas debatidos durante evento da Força-Tarefa Conjunta de Finanças e Saúde do G20 (JFHTF), realizado nesta sexta-feira (27).
O encontro contou com a participação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Carlos Gadelha – que representou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Sem garantir a cobertura universal de saúde e o direito à saúde, não existe uma economia justa, equitativa e sustentável que garanta o direito à vida e apoie uma ordem económica global cooperativa”, declarou Gadelha no evento.
“Sob a orientação do presidente Lula, um dos pilares fundamentais da nossa Presidência do Grupo dos (G20) tem sido combater a pobreza e as desigualdades. Inspirados por esta compreensão, decidimos concentrar-nos na mitigação dos efeitos adversos da dívida na saúde e nos determinantes sociais da saúde. Devemos repensar a forma como financiamos os sistemas de saúde a nível mundial para alcançar a cobertura universal de saúde”, acrescentou o secretário.
No encontro, o secretário também defendeu a posicionamento brasileiro de que a pirâmide de desenvolvimento deve ser construída em vários níveis simultaneamente. Segundo ele, o processo de desenvolvimento é desequilibrado e isto torna-se mais difícil quando áreas-chave como a saúde e as finanças não estão interligadas.
“É por isso que precisamos de ser ousados, promover a convergência e um entendimento unificado”, conclamou Gadelha as delegações presentes no evento. Por exemplo, se uma estrutura tecnológica de saúde for construída com recursos adicionais, incluindo aqueles tornados possíveis por um acordo de troca de dívida, para combater uma doença negligenciada com determinantes sociais de saúde significativos, produz-se uma nova vacina, ferramenta de diagnóstico ou medicamento, que constitui, simultaneamente, inovação e acesso”.
O secretário finalizou que isso tem o potencial de criar novos empregos, gerar rendimentos, promover parcerias público-privadas, incorporar tecnologias digitais e alavancar tecnologias emergentes. Nesse sentido, inovar em saúde poderia ser uma solução estrutural para gerar renda e não depender de um alto índice de endividamento.
Carlos Gadelha também cumpriu compromissos nos Estados Unidos na agenda “Fabricação Regionalizada de Vacinas (RVMC): Impulsionando a Sustentabilidade por meio de Demanda Previsível”. Também participou da 5ª Reunião Ministerial Anual do Grupo de Amigos da Cobertura Universal de Saúde e da Saúde Global.
Agenda internacional
Também nesta semana, na quinta-feira (26), o Brasil foi representado em Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Resistência Antimicrobiana, em Nova Iorque, pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
“Este é o momento de consolidar o esforço coletivo em ações práticas e audaciosas para implementar os compromissos assumidos na Declaração Política e reduzir o número de óbitos globais causados por resistência antimicrobiana, que tem seu maior impacto nos países em desenvolvimento, mulheres, crianças e populações vulnerabilizadas”, afirmou Ethel no encontro.
Na oportunidade, a secretário disse que Ministério da Saúde brasileiro tem centrado esforços na organização da resposta nacional. Nesse contexto, reorganizamos a Coordenação-Geral de Laboratórios Públicos, incorporamos medicamentos para resistência no âmbito do Sistema Único de Saúde e vamos iniciar o inquérito nacional sobre RAM.
“Temos fortalecido a estratégia de vigilância em saúde e preparação e resposta às emergências sanitárias em um mundo pós-pandemia de Covid-19, que contribuiu com o agravamento e dispersão dos patógenos resistentes. Nesse contexto, o Brasil passou a integrar o Programa Ampliado de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica”, acrescentou a secretária.
A secretária de Vigilância também destacou a necessidade de se ampliar as estratégias nacionais e regionais de fomento à inovação e pesquisa para acesso ao diagnóstico e tratamento, bem como impulsionar a capacidade de produção regional de medicamentos, diagnósticos e outros insumos estratégicos para saúde.
Entre os compromissos em destaque, Ethel Maciel também cumpriu agendas na reunião anual do Grupo de Amigos para a Eliminação da Hepatite e de debates sobre combate às alterações climáticas e às suas consequências.
Ministério da Saúde