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YANOMAMI
Combate à malária terá médico infectologista fixo no polo base de Auaris (RR)
Foto: Rafael Nascimento/MS
O polo base de Auaris, em Roraima, ganhou um importante reforço inédito para o combate à malária: um médico infectologista fixo na região. Ele faz parte das contratações da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) para apoio da saúde indígena.
A partir de agora, o infectologista Maurício Borborema fará parte da equipe que atua na região. Ele é um dos 15 médicos especialistas contratados para o território Yanomami. A equipe contará ainda com ginecologistas, obstetras, médicos da família, pediatras, socorristas, sanitaristas, entre outros.
“Sabemos que uma das principais vulnerabilidades no território são as doenças transmissíveis. Além do papel na retaguarda, temos a função pedagógica. Junto com a equipe, criamos normas e protocolos”, destaca o especialista. Para Borborema, o investimento em médicos especialistas é um dos principais avanços na saúde indígena nos últimos anos.
O gestor-executivo da AgSUS, Edson Oliveira, explica que a chegada da agência traz mais apoio para execução das políticas de saúde indígena. “O território Yanomani é o primeiro em que chegamos com um plano emergencial para atender de forma complementar, sobretudo na média e alta complexidade”, pondera.
Ele salienta que a presença de médicos especialistas reduz a necessidade de remoção de pacientes para Boa Vista. “O atendimento completo e específico dentro dos territórios é o adequado por respeitar e preservar os costumes deles”, finaliza.
Queda na remoção
A enfermeira-chefe do polo base de Auaris, Iarla Sousa, conta que o reforço na quantidade de profissionais já traz efeitos: a redução de remoções.
“Hoje, o indígena está sendo atendido em Auaris, dentro do território. Além disso, estamos recebendo insumos e medicamentos regularmente. O investimento, inevitavelmente, faz o número de adoecimentos cair”, completa.
Número de profissionais dobrou
O Ministério da Saúde planeja terminar 2024 com ao menos 80 médicos atuando no território Yanomami. A medida faz parte do fortalecimento da saúde indígena no país. Atualmente, 1.497 profissionais de saúde atuam na região. No início de 2023, eram 690.
O povo Yanomami possui a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, a pasta vem investindo e atuando para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal.
Otávio Augusto
Ministério da Saúde