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GRUPO DA TERRA
1ª Conferência sobre Trabalho e Educação na Saúde do Campo, Floresta e Águas é promovida pelo Ministério da Saúde
Com foco no enfrentamento às desigualdades regionais e territoriais, o Ministério da Saúde promoveu a 1ª Conferência Nacional Livre de Trabalho e Educação na Saúde do Campo, Floresta e Águas, em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS). O evento reuniu movimentos sociais que compõem o Grupo da Terra para construção de propostas e diretrizes de saúde, orientadas pelo tema “Por um SUS com e para o povo: Trabalho e Educação na saúde do Campo, Floresta e Águas”.
A conferência inédita representa um espaço político importante para construção de estratégias e políticas públicas de trabalho e educação para o Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro virtual contou com representações de todas as regiões do país entre entidades, movimentos sociais, instituições, gestores, trabalhadores e pesquisadores.
Uma das participantes foi a liderança do Coletivo de Saúde da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Ana Léia, que reforçou a importância política e social da iniciativa, que pôde proporcionar uma visão direta das comunidades e trabalhadores do SUS nas áreas rurais, quilombolas, ribeirinhas.
“É possível identificar, discutir problemas específicos enfrentados por essas realidades, dando visibilidade e prioridade para, a partir daí, formular estratégias, ações, formações e programas para que tenhamos uma melhoria do trabalho e da educação na saúde nesses territórios, e com isso alcançarmos a garantia de políticas mais justas e eficazes promotoras da equidade”, destacou Ana Léia.
Qualificação das equipes de saúde
Ao longo do encontro, foram discutidas questões transversais que afetam a saúde destas populações, como os altos índices de violência nesses territórios, que muitas vezes estão inseridos cotidianamente em disputas territoriais, e os impactos das mudanças climáticas e desastres ambientais que afetam diretamente a biodiversidade e as populações do campo, da floresta e das águas.
A falta de acesso à rede de saúde e a necessidade de formar profissionais relacionados a esses territórios foi uma das demandas apresentadas pelas representações. Para suprir essa demanda e em atenção ao eixo de ‘Formação, Educação Permanente e Popular da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas’, a conferência se propôs a construir estratégias e políticas públicas de trabalho e educação.
Encaminhamentos
Durante a conferência, 3 diretrizes e 9 propostas foram aprovadas nos eixos ‘Saúde do Trabalhador do SUS, Equidade e Gestão Participativa’ e ‘Formação na Saúde’. Um dos objetivos do evento foi o debate sobre a 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, cujo tema é “Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que faz o SUS acontecer”. Foram eleitas quatro delegadas, entre usuárias e trabalhadoras da saúde, que defenderão as proposições na durante o evento, programado para dezembro próximo, em Brasília.
Sobre o Grupo da Terra
O espaço de participação social foi criado em 2005 como um espaço de diálogo entre a gestão do SUS e os movimentos sociais do Campo, da Floresta e das Águas. No ano passado, durante a 7ª edição da Marcha das Margaridas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a retomada do grupo, que havia sido descontinuado na gestão passada.
O colegiado é gerido pela Saúde e conta com representação de 24 organizações de mobilização social e 20 órgãos do Poder Executivo. Entre outros objetivos, o Grupo da Terra deve garantir a equidade na atenção à saúde para esses segmentos sociais, além de articular, monitorar e implementar ações decorrentes da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Florestas e Água (PNSIPCFA).
Nadja Alves dos Reis
Ministério da Saúde