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SECA EXTREMA
Técnicos da Saúde monitoram prejuízos deixados pela seca na Aldeia Yawa (PA)
Foto: João Vitor Moura/MS
A missão da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, comandada pelo Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP) do Ministério da Saúde, chegou à Aldeia Yawa, na Terra Indígena Parque do Tumucumaque. O objetivo da equipe é coletar informações para o diagnóstico situacional sobre o impacto da seca na região Norte do país. A 30 quilômetros da aldeia Urunai – visitada pela equipe na quarta-feira (23) - bancos de areia, pedras e o baixo nível d’água do Rio Marapi dificultam o acesso ao local.
Yawa é uma das 153 aldeias assistidas pelo Dsei Amapá e Norte do Pará (DSEI AMP) impactadas pela intensa estiagem. “Estamos articulando ações no combate à seca prolongada na região. Com os níveis dos rios baixos e sem chuva, em breve a situação pode se agravar. Por isso, o diagnóstico vai subsidiar ações estratégicas de assistência de saúde da população e garantia da qualidade da água para consumo e uso diverso”, explica o coordenador-geral de resposta às emergências em Saúde Pública e líder da equipe na missão, Weslley Vitor.
Os técnicos foram recebidos pelo cacique Podeddwa Tiriyó e membros da comunidade, que relataram a falta de água potável e a tristeza ao ver o rio secando. De acordo com o cacique, o nível da água tende a baixar ainda mais, impedindo o transporte fluvial. A equipe também recebeu relatos sobre os efeitos da emergência climática na plantação, diminuindo o volume de alimentos da comunidade, assim como casos de doenças diarreicas agudas (DDA) por conta da má qualidade da água.
A técnica da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Daniela Junqueira, explicou sobre a importância da utilização do hipoclorito de sódio em situações de difícil acesso à água potável, e ensinou a utilização do insumo, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida é uma das indicações do Ministério da Saúde para filtragem e desinfecção da água contaminada.
Missão de Emergências Climáticas
O Amapá é o sexto estado da região Norte a receber as equipes do Ministério da Saúde, que já realizaram ações semelhantes no Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins e Pará. Dos 16 municípios do estado, 9 relataram problemas decorrentes da crise hídrica, como a salinização dos rios, mortandade de peixes e escassez de água. As equipes em campo são compostas por técnicos das secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Atenção Primária à Saúde (Saps), Atenção Especializada à Saúde (Saes) e da Sesai, além de representantes do governo estadual.
João Vitor Moura
Ministério da Saúde