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ARBOVIROSES
Saúde se reúne com técnicos da vigilância de MG para alinhar controle da dengue, zika e chikungunya
Foto: internet
Dando sequência à mobilização nacional para o controle do Aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya - o Ministério da Saúde se reuniu, nesta terça-feira (22), com gestores e técnicos de vigilância epidemiológica e assistência à saúde de Minas Gerais para discutir medidas preventivas que ajudem a reduzir casos graves e óbitos causados por essas arboviroses. Ontem (21), a reunião foi com técnicos do Rio de Janeiro.
Minas Gerais é o segundo estado com maior número de casos prováveis de dengue em 2024, registrando 1.690.782 ocorrências, com 1.054 mortes confirmadas. Dos casos prováveis, 56% são mulheres e 44% homens.
Conduzido pelo secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Cunha, o encontro apresentou o Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em setembro. O plano, desenvolvido com a colaboração de pesquisadores e profissionais de saúde, tem como foco áreas vulneráveis do país.
Cunha destacou a importância do trabalho conjunto entre agentes de endemias e as comunidades, além de ressaltar a necessidade de preparar a rede de assistência com antecedência. "Nosso objetivo é organizar a rede assistencial previamente, para evitar que os estados e municípios enfrentem colapsos e tenham que decretar emergências. O apoio será preventivo, não condicionado a decretos de emergência", explicou o secretário adjunto.
O governo federal investiu cerca de R$ 1,5 bilhão para ampliar as ações de prevenção em todo o país, além de reforçar a vigilância e melhorar a assistência à população. Os recursos envolvem a aquisição de vacinas contra a dengue, insumos laboratoriais para testagem das arboviroses, insumos para controle vetorial, campanhas de comunicação, dentre outras ações.
Método Wolbachia
Um dos métodos inovadores discutidos na reunião foi o uso da bactéria Wolbachia. Ele já foi aplicado em cidades como Niterói (RJ), resultando na redução de 69,4% dos casos de dengue, 56,3% dos casos de chikungunya e 37% de zika na localidade.
O projeto, liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e financiado pelo ministério, introduz a bactéria em ovos de mosquitos Aedes aegypti. Quando esses mosquitos se reproduzem, seus filhotes herdam a Wolbachia que reduz a capacidade de transmissão das arboviroses. Esse método é autossustentável, uma vez que a população de mosquitos infectados se estabiliza naturalmente ao longo do tempo.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde