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MISSÕES DE EMERGÊNCIA
Resiliência do SUS nas emergências: o olhar humano do técnico Thiago Mendonça
Foto: Igor Evangelista/MS
Thiago Basílio Mendonça, de 26 anos, formado em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB), compartilha suas experiências em missões de emergência, atuando em situações extremas como secas e cheias. Desde o início de sua carreira, Thiago tem contribuído diretamente com a gestão de emergências no Sistema Único de Saúde (SUS), em desastres que testam não só a infraestrutura do sistema de saúde, mas também a resiliência das pessoas.
"Minha primeira missão foi no ano passado, durante a seca extrema no Amazonas. A equipe do Ministério ficou lá por mais de 30 dias, e eu estive em campo por uma quinzena. Foi uma experiência marcante, ver de perto a realidade de quem sofre com a falta d’água", relembra Thiago.
Os desafios não pararam aí. Este ano, ele esteve no Rio Grande do Sul lidando com o oposto: as cheias devastadoras. "As inundações causam um impacto muito rápido e agudo. Em poucas horas, temos equipamentos de saúde inundados, perda de material e até óbitos. Já a seca é um processo gradual, agravado pelas queimadas, algo que nunca vimos em tal proporção no Brasil", explica.
Para Thiago, o que mais o motiva é a possibilidade de salvar vidas em situações de emergência. "Em momentos de desastre, em que pode haver sobrecarga nos serviços de saúde, o apoio na gestão pode ser fundamental para salvar vidas", acredita. Ele vê nas missões uma oportunidade de fazer a diferença em contextos de extrema vulnerabilidade, no qual o papel da saúde pública é ainda mais vital.
Incentivo profissional
Thiago também oferece conselhos aos jovens que desejam seguir nessa área de atuação. "Procurem se aproximar dessa temática durante a faculdade. Hoje, existem muitos estudos e programas de formação acessíveis, e é importante entender que essa área exige tempo, energia e preparo psicológico. Emergências não acontecem em horário comercial, e muitas vezes trabalhamos à noite e nos fins de semana", detalha.
Além dos desafios técnicos, o que mais impressiona Thiago em suas missões é a resiliência das pessoas. "No Rio Grande do Sul, muitos profissionais de saúde foram impactados pelas cheias, mas ainda assim saíam para trabalhar e ajudar outras pessoas. Em Rondônia, a poluição do ar e a crise hídrica afetam a todos, mas os trabalhadores de saúde continuam firmes em sua missão. Essa força de vontade nos motiva a continuar propondo novas soluções", conclui.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde