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OUTUBRO ROSA
Polo Base Maraiwatsédé ultrapassa meta de realização de preventivo de colo de útero
Foto: DSEI Xavante
Em uma importante ação durante o mês da campanha Outubro Rosa, o Polo Base Maraiwatsédé, vinculado ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Xavante, no Mato Grosso, ultrapassou a meta anual de exames preventivos de colo do útero (PCCU). Inicialmente, a meta era realizar 80 coletas deste exame que detecta alterações nas células do colo do útero. Entretanto, das 174 mulheres da região, com idade para a realização do exame - de 25 a 64 anos - 96 permitiram a coleta. Além do exame PCCU, todas realizaram também o autoexame de mama.
De acordo com o médico do Polo Base Maraiwatsédé, Neto Rodrigues, dentro do contexto indígena esse número é uma conquista. Isso porque o câncer de colo do útero é o tipo que mais acomete as mulheres indígenas no Brasil. A exemplo disso, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o câncer de colo de útero é a terceira principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil, mas entre as mulheres indígenas, ele ocupa o primeiro lugar.
“Atingir essa meta e ainda superá-la em pleno Outubro Rosa, é, sem dúvida, uma vitória para a saúde das mulheres Xavante. Realizar exames preventivos nessa população traz desafios únicos que vão além das questões logísticas. Os profissionais de saúde enfrentam barreiras como o idioma, tabus culturais e as diferenças interculturais que, muitas vezes, podem fazer com que essas mulheres relutem em se submeter ao exame. Em várias culturas indígenas, falar abertamente sobre temas relacionados à sexualidade e ao corpo feminino ainda é considerado um assunto delicado, que pode gerar desconforto ou resistência”, ponderou o médico.
Ações integradas no Outubro Rosa
O Polo Base Maraiwatsédé iniciou a realização dos preventivos em setembro, sendo intensificados durante o Encontro de Mulheres Xavantes, que aconteceu nos dias 8, 9 e 10 de outubro. O evento foi organizado em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e outras instituições governamentais do município e estado. Além de realizar os exames, foi também uma oportunidade para discutir uma série de questões importantes relacionadas à saúde e direitos das mulheres Xavante. Durante o encontro, foram debatidos temas como licença-maternidade, benefícios sociais e combate à violência contra as mulheres.
As mulheres indígenas também participaram de oficinas de artesanato, palestras informativas que abordaram a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, além de aferição de pressão arterial e demais atividades físicas voltadas ao bem-estar.
Exames realizados no SUS em mulheres indígenas
- Mamografias
Em 2022, 21 indígenas mulheres realizaram os exames preventivos do câncer de mama.
Em 2023, 30 indígenas mulheres realizaram os exames preventivos do câncer de mama.
- Exame PCCU
Em 2022, 30.867 indígenas mulheres realizaram o exame Preventivo de Câncer de colo do útero.
Em 2023, 35.109 indígenas mulheres realizaram o exame Preventivo de Câncer de colo do útero.
A coleta de preventivos de colo do útero apresentou um número significativamente maior em comparação à mamografia devido à faixa etária mais ampla recomendada para o exame, que abrange mulheres de 25 a 64 anos. Além disso, o PCCU pode ser realizado em Unidades de Saúde Indígenas (UBSI) por enfermeiros e médicos, sem a necessidade de equipamentos sofisticados ou estruturas complexas. Isso facilita o acesso, pois elimina a necessidade de deslocamento das mulheres para centros especializados.
Por outro lado, a mamografia é recomendada pelo Ministério da Saúde para mulheres entre 50 e 69 anos e é predominantemente realizada em serviços de atenção especializada, que geralmente exigem encaminhamentos para a rede de saúde municipal e estadual.
Conheça a campanha 'Mulher: seu corpo, sua vida'
Leidiane Souza
Ministério da Saúde