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HOSPITAIS FEDERAIS
Nova gestão entra no Hospital Federal de Bonsucesso neste sábado (19)
Foto: Matheus Damascena/MS
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) assumiu definitivamente a gestão do Hospital Federal de Bonsucesso na manhã deste sábado (19). O grupo entrou de forma pacífica, após uma operação com auxílio das forças de segurança pública, sem resistência dos poucos manifestantes que estavam ocupando ilegalmente o prédio da direção da unidade, localizada no Rio de Janeiro. Na terça-feira (15), o Ministério da Saúde iniciou a transição da gestão, por meio de uma portaria de descentralização, com a prioridade de abrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços.
Com a entrada na unidade, de forma imediata, a equipe conversou com os trabalhadores, avaliou a situação estrutural e também dos insumos e medicamentos. “O mais importante: estamos conversando com os pacientes. As equipes assistenciais e gerenciais do GHC estão visitando todas as enfermarias e leitos, olhando um por um dos pacientes, olhando a qualidade da assistência e sua segurança”, detalhou o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Junior, explicando que o hospital possui 200 pacientes internados, sendo sete na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo Nilton, o objetivo agora é entender a situação, fazer um diagnóstico rápido e já iniciar os procedimentos administrativos, gerenciais e assistenciais, para reabrir o Hospital de Bonsucesso o mais rápido possível. “Hoje, 200 leitos estão fechados. Precisamos melhorar a qualidade da infraestrutura do hospital. Vamos reabastecer com insumos e medicamentos suficientes para oferecer assistência de qualidade”, disse. “Abrir a emergência é uma das principais prioridades da ministra Nísia Trindade, juntamente com a ampliação do número de leitos de UTI e salas cirúrgicas”, acrescentou Nilton.
A capacidade total do Hospital Federal de Bonsucesso é de 412 leitos, mas a nova gestão já avalia a possibilidade de ampliar esse quantitativo. “A ineficiência da gestão anterior não conseguiu avançar nesse sentido, mesmo com os recursos que o Ministério da Saúde garantiu. Mesmo com a ampliação do orçamento, não conseguiram garantir a qualidade do atendimento ao paciente”, explicou o secretário.
O Ministério da Saúde e o GHC estimam que a unidade de Bonsucesso tenha a transição de gestão completa em 90 dias, assim como a abertura da emergência e a entrega progressiva de leitos de UTI e leitos comuns. “Nós vamos trazer de volta essa unidade como hospital de referência em média e alta complexidade, para essa região do Rio de Janeiro que necessita da assistência”, declarou Nilton.
Necessidade de transparência sobre as condições atuais do hospital
Desde a última terça-feira (15), o Ministério da Saúde iniciou a transição da gestão para o Grupo Hospitalar Conceição, buscando fortalecer a gestão, garantir a execução adequada do orçamento e sanar gargalos históricos, como problemas de desabastecimento e descontinuidade assistencial. O GHC é uma empresa pública vinculada ao Governo Federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao SUS.
Nilton explicou que a obstrução da entrada pelo movimento ilegal da gestão anterior poderia trazer prejuízos ao cronograma de abertura de leitos. “Nós estávamos fazendo todos os atos possíveis fora do hospital, mas era preciso ter o real diagnóstico da situação. Estávamos com dificuldade de concluir as análises, os diagnósticos mais precisos, o que impacta diretamente na abertura de novos leitos”, disse.
“Estávamos sem saber as condições da parte elétrica do hospital. Trouxemos especialistas para fazer o diagnóstico preciso da rede elétrica, mas não estava sendo possível realizar o trabalho. Também sobre a condição da estrutura física dos equipamentos, dos insumos necessários para abertura de leitos. Ou seja, esses cinco dias de atraso acabaram impactando de forma muito significativa, mas hoje conseguimos entrar e todo o trabalho já foi iniciado”, concluiu o secretário Nilton.
Ampliação do quadro de profissionais e direitos dos servidores garantidos
Com a transição, o Ministério da Saúde reforçou que os direitos dos servidores ficam mantidos. Os profissionais poderão optar por continuar atuando no hospital ou serem transferidos para outras unidades da rede federal de saúde. Os direitos dos servidores, conforme os termos do concurso público ou contrato, serão preservados, não haverá mudança de regime. Eles terão direito de escolha garantido e acertado.
Nesta sexta-feira (18), o GHC publicou um edital para contratação de 2.252 profissionais de saúde em vagas temporárias no Hospital Federal de Bonsucesso. Entre os novos trabalhadores, estarão médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos. O processo seletivo vai priorizar profissionais do Rio de Janeiro, com o objetivo de dar capacidade plena à unidade.
O secretário Nilton explicou que a medida tem como objetivo recompor o quadro de funcionários e ampliar a oferta de serviços aos usuários do SUS. “Os profissionais temporários que já atuam no Hospital de Bonsucesso poderão participar do processo seletivo, sendo mantidos os prazos dos contratos atuais até novembro e dezembro de 2024”, disse.
Ministério da Saúde